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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

SERTÃO/HISTÓRIA

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de setembro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.111

Vê-se na foto abaixo, uma cena do sertão nordestino, provavelmente de início dos anos 60. Trata-se da feira livre de Santana do Ipanema, Alagoas, em dia de sábado. O lugar é da maior concentração da feira, mas com certo espaço para o trânsito dos veículos rurais da época, o carro de boi. Era ele quem trazia os produtos do campo para à venda na cidade e vice-versa, notadamente mercadorias mais pesadas que não davam para transporte em caçuás de jumentos, burros e éguas. O grosso desse aglomerado é no Largo da Feira, onde se encontra até hoje o Mercado de Carne e a grande algodoeira que comprava todo o algodão produzido na região, separava o caroço do capulho, vendia o primeiro para o gado leiteiro regional e exportava o capulho em forma de fardos.

PARCIAL DA FEIRA DE SANTANA ANOS 60 (FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO/ ACERVO DO AUTOR).

A foto histórica de domínio público, mostra ao fundo a serra do Poço, altitude que divide os municípios entre Santana e Poço das Trincheiras. Na parte direita da foto, parte da Algodoeira do saudoso industrial Domício Silva. Na parte esquerda, pedaço do prédio da Mercado de Carne, mercearia destaque entre os outros prédio e beco do Mercado, (não visível) entre o Mercado e a mercearia. O restante são as variadíssimas situações momentânea dos feirantes. Naqueles momentos dezenas e dezenas de carros de boi, aguardavam mercadorias no leito seco do rio Ipanema, ponto principal de estacionamento e espera.

São essas fotos antigas, tiradas por profissionais da época ou por algum curioso amador. O certo é que elas nos ajudam aqui, acolá, a recompor partes da história do Sertão e, particularmente, de Santana do Ipanema. Toda movimentação feireira estar baseada na pecuária e na agricultura com os produtos, feijão, milho e algodão. Esta, a planta industrial que gerava riqueza. E como vivemos esses grandes momentos sertanejos, você pode avaliar se bate ou não a saudade!


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