Clerisvaldo
B. Chagas, 19 de setembro de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
3.111
Vê-se na foto
abaixo, uma cena do sertão nordestino, provavelmente de início dos anos 60.
Trata-se da feira livre de Santana do Ipanema, Alagoas, em dia de sábado. O
lugar é da maior concentração da feira, mas com certo espaço para o trânsito
dos veículos rurais da época, o carro de boi. Era ele quem trazia os produtos
do campo para à venda na cidade e vice-versa, notadamente mercadorias mais
pesadas que não davam para transporte em caçuás de jumentos, burros e éguas. O
grosso desse aglomerado é no Largo da Feira, onde se encontra até hoje o
Mercado de Carne e a grande algodoeira que comprava todo o algodão produzido na
região, separava o caroço do capulho, vendia o primeiro para o gado leiteiro
regional e exportava o capulho em forma de fardos.
A foto histórica
de domínio público, mostra ao fundo a serra do Poço, altitude que divide os
municípios entre Santana e Poço das Trincheiras. Na parte direita da foto,
parte da Algodoeira do saudoso industrial Domício Silva. Na parte esquerda,
pedaço do prédio da Mercado de Carne, mercearia destaque entre os outros prédio
e beco do Mercado, (não visível) entre o Mercado e a mercearia. O restante são
as variadíssimas situações momentânea dos feirantes. Naqueles momentos dezenas
e dezenas de carros de boi, aguardavam mercadorias no leito seco do rio
Ipanema, ponto principal de estacionamento e espera.
São essas fotos antigas, tiradas por profissionais da época ou por algum curioso amador. O certo é que elas nos ajudam aqui, acolá, a recompor partes da história do Sertão e, particularmente, de Santana do Ipanema. Toda movimentação feireira estar baseada na pecuária e na agricultura com os produtos, feijão, milho e algodão. Esta, a planta industrial que gerava riqueza. E como vivemos esses grandes momentos sertanejos, você pode avaliar se bate ou não a saudade!
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