Autor do Texto Jurandy França
Lampião, o rei
do Cangaço, ainda era um menino, quando o bandoleiro de nome José Maria de
Oliveira; conhecido como Serrote, já amedrontava as terras da Rainha da
Borborema, quando essa ainda era menina. Serrote praticava crimes, com
requintes de malvadeza e crueldade. Nascido nas terras paraibanas, pertenceu ao
bando do famoso cangaceiro Antonio Silvino.
Silvino era
considerado um cangaceiro "do bem", não admitia certas atitudes
cruéis e covardes de Serrote, por isso, o expulsou do seu bando. Serrote formou
um pequeno grupo, que passou a praticar roubos e assassinatos na região. Acabou
sendo preso, ficou alguns anos na prisão, e quando saiu foi morar em Campina
Grande, cidade que crescia, mas sua população não chegava aos 50.000
habitantes, naquele longínquo ano de 1915. Vivia de fazer o trabalho sujo para
alguns poderosos da região.
Nesta mesma
época surgiu em Campina Grande, uma bela jovem, vinda da cidade de Serraria,
que forma o triângulo com Arara e Solanea, no Brejo paraibano. Amélia era o seu
nome, separada do marido, foi objeto de preconceito pela família e a sociedade
serrariense; naqueles idos anos do início do século XX, a mulher desquitada,
era tratada como prostituta, independentemente dos motivos.
Pois bem!
Se não era,
passou a ser, chegando a "cidade grande", precisava sobreviver, mas
trabalho digno não encontrava. Do alto de sua beleza juvenil; tinha 28 anos
quando chegou a terra do "quebra quilos", de uma coisa estava certa,
não iria para os cabarés, ser explorada por nenhum cafetão criminoso. Com as
economias que possuía, alugou uma casa em uma rua movimentada do Centro, logo
começou ver o resultado do comércio, onde a mercadoria exposta e vendida, era o
seu próprio corpo. Sua fama cresceu, era conhecida por quase todos os maridos
infiéis da alta sociedade campinense. O negocio ia de vento em popa, até o seu
destino se cruzar com o de Serrote.
Como citei
anteriormente, Serrote fazia "serviços" para determinadas pessoas,
por exemplo: dar surras e até matar.
Não se sabe
quem; se um homem enciumado, ou uma mulher traída, contratou Serrote para dar
um corretivo em Amélia, uma surra das boas. O criminoso na companhia de um
outro da sua laia, foram até à casa de Amélia, não se contentaram apenas em
surrar a pobre mulher; também a estupraram. Deixaram-na em estado lastimável,
foi parar no hospital. Serrote ainda fez-lhe uma ameaça: "A próxima vez que
lhe encontrar, te mato!".
Quando saiu do
hospital, Amélia passou a viver escondida, não podia fugir, tinha seus
negócios. Decidiu ficar, passou a andar armada com um punhal. Numa terça à
noite, passando por uma rua, próxima à sua residência, deu de cara com o seu
carrasco, que partiu pra cima dela, querendo cumprir a promessa feita. Desferiu
uma cacetada em Amélia, que caiu, mas não desmaiou. O negro pulou sobre ela de
revólver em punho para terminar o serviço, mas foi surpreendido com uma
punhalada certeira bem no coração. Serrote ainda deu alguns passos cambaleando
e caiu... estava morto. Amélia fugiu do local, no dia seguinte se entregou e
confessou o crime. Ficou presa, mas depois foi libertada, foi denunciada,
julgada e absolvida por unanimidade do júri, que entendeu tratar-se de legítima
defesa.
Segundo os
historiadores que tratam do assunto, pouco ou quase nada se sabe sobre Amélia,
após tais acontecimentos. Provavelmente mudou-se de Campina, com medo de possíveis represálias por parte dos acobertadores da vida criminosa de Serrote.
Autor do
texto: Jurandy França
Fonte:
Tok de
História
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