FOTOGRAFIA
GENTILMENTE CEDIDA POR IVANILDO SILVEIRA AO BLOG LAMPIÃO ACESO EM 16-04-2013
A foto acima, tirada em 1940, na casa do senhor Bernardino
Barbosa, hoje localizada à Rua Padre Vicente Valentim, no centro da
cidade de Paripiranga, na Bahia, em que retrata um grupo de cangaceiros (Ângelo
Roque, Saracura, Deus-te-Guie, Jandaia/Laranjeira? e Patativa)
com suas esposas e proles aparecendo em momento histórico, já que
os membros do grupo comandado por Ângelo Roque (Labareda) seriam, em tese, os
últimos cabras de Virgolino a se entregarem ou abandonarem a vida nômade do
cangaço pelos sertões nordestinos.
Vale também ressaltar que, entre os mesmos, encontra-se o natural de
Paripiranga, nascido na fazenda Curral, o também cangaceiro Benício Alves dos
Santos, vulgo Saracura, que participou do bando de Lampião e dos subgrupos de
Zé Sereno e Labareda. Este mesmo Saracura enfrentou um dos mais ferozes
inimigos de Virgolino: o nazareno Odilon Flor. Em vídeo postado na net podemos
ver o mesmo, agora ex-cangaceiro Saracura, falando um pouquinho sobre suas
aventuras e do grande choque ao bater de frente com Odilon Flor. Na comunidade
Barreiras (hoje abandonada e com quase nenhum resquício de sua existência, pois
segundo alguns antigos moradores sofriam permanentemente ataques de
cangaceiros), localizada perto da estrada entre o povoado Maritá e a divisa
entre Paripiranga e Pinhão-(SE), Odilon ficou montando guarda e, foi aí que,
Virgolino aproveitou-se da ira pelo qual ele e o nazareno nutriam um contra o
outro, para insuflá-lo para a disputa de um combate feroz no qual quase toda a
volante do nazareno foi submetida a uma emboscada construída perniciosamente
por Lampião. Felizmente, Odilon Flor soube ser estratégico e valente o
suficiente para afugentar o subgrupo de Labareda e escapar mais uma vez das
garras de seus mais ferozes desafetos.
Segundo relatos de pesquisadores, Odilon Flor formou uma das tropas
volantes mais destemidas do tempo do cangaço que passaram pelo Nordeste baiano.
Seus comandados eram sertanejos calejados e sobreviventes de opressões de todos
os tipos. Odilon fazia suas escolhas de tropa observando as origens dos futuros
soldados. Caso o sertanejo fosse vaqueiro, já teria lugar cativo no grupo, pois
Odilon Flor sabia que, somente sertanejos poderiam ser combatidos pelos
próprios sertanejos, ou seja, só conhecendo como pensa e age o homem é que o
outro pode atuar no intuito de dominá-lo. Cidades como Santo Antonio da Glória (Hoje
Nova Glória), Jeremoabo, Bebedouro (hoje Coronel João Sá) e Paripiranga foram
alguns dos locais de escolhas de novos volantes. Isso é importante, pois
revela que muito ainda se tem a contar sobre a participação dos
paripiranguenses nas duas partes envolvidas no cangaço que é um tema que ainda
causa muitos tabus, excessivo senso comum e impede que mais pessoas possam ter
seus nomes imortalizados nessa página complexa da história da Brasil.
Odilon Flor foi um singular comandante, pois desenvolvera uma verdadeira tropa
de elite dentro das volantes. Sob suas ordens, Zé Rufino também aprendeu a
lidar com os facínoras e passou para a história como um dos comandantes mais
importantes no combate ao banditismo organizado no sertão naquela época.
Este último recebeu os louros da vitória sobre a busca de Corisco e sua esposa
Dadá em maio de 1940 no sertão baiano, quando o Diabo Loiro tentou fugir para
Goiás em busca de uma paz que jamais teria. Aliás, o Diabo Loiro foi ferido nos
braços em local que alguns pesquisadores acreditam pertencer a Paripiranga ou a
Pinhão. E esse fato, que aconteceu provavelmente em 1939, fez o assecla
desistir da vida errante e procurar novas paragens.
E
a foto em destaque: Terá sido ela o registro da última das entregas de membros
do cangaço, ainda soltos pelas caatingas entre a Bahia e Sergipe no começo da
década de 40 do século passado? Em que data (dia e mês) foi feita esta foto?
Paripiranga teria sido o local da última entrega de cangaceiros da História? De
que forma se deu a referida entrega e qual o papel das autoridades locais
daquela época no intuito de contribuir para o fim dos resquícios do
cangaço na Bahia e em Sergipe? Por que os cangaceiros liderados por Ângelo Roque
(Labareda) entregaram-se em nossa cidade e não em outra localidade sertaneja?
Para aqueles e aquelas que têm possíveis respostas sobre essas indagações, peço
encarecidamente que deixem seus comentários, para que possamos aumentar mais
ainda o debate sobre tantas informações que precisam vir à luz na procura
incansável pelo saber construído historicamente e, desta forma, tornar a
vivência sertaneja incluída realmente como ponto de referência na
história do Brasil.
Fontes:
http://historiaparasecontar.blogspot.com.br/2013/06/paripiranga-na-historia-10-ultima-das.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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segunda-feira, 31 de março de 2014
Paripiranga na História-10- A última das entregas? Paripiranga na história -10 - A última das entregas?
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Pois é Mendes, esta foto que lhe fora cedida pelo nobre Dr. Ivanildo, é certamente uma das fotos clássicas das ENTREGAS. Uma foto nítida, e que apresenta os cangaceiros e policiais ali em Paripiranga. Paripiranga é a terra de um dos melhores Comandantes que chefiou nossa região - Coronel VITOR, hoje, na reserva e no seu merecido descanso na Cidade de Alagoinhas, onde já comandou, e ali reside com sua distinta família.
ResponderExcluirAntonio Oliveira - Bela Vista - Serrinha - Bahia