Fotografia do coronel Andrelino Pereira da Silva (Barão do Pajeú), o 1º prefeito de Serra Talhada (1892/1895). Durante cerca de 30 anos ele comandou a politica de nossa cidade, onde conseguiu eleger com seu apoio os primeiros quatros prefeitos municipais.
Com advento da
república em 15 de novembro de 1889, o Brasil entrou em ebulição política. No Estado a força política de maior expressão era o Barão de Lucena, magistrado
conservador que já havia presidido o governo pernambucano e que matinha amizade
com a Princesa Isabel, a redentora, filha do Imperador D. Pedro II. Forçado a
abdicar ao torno, o Imperador saiu do país e foi morrer de desgosto na Europa.
Amigo e homem forte do marechal Deodoro da Fonseca, o Barão de Lucena indicou
para o governo de Pernambuco o general Simeão de Oliveira, que governou com mão
de ferro. Na cidade de Villa Bella (Serra Talhada) os antigos liberais se
dividiram em dois grupos políticos, os republicanos católicos e os republicanos
democratas que mantinham a força política que por hora chegava ao poder, porém,
em nosso município a força política dos conservadores torno-a um fator decisivo
para a consolidação do poder republicano no sertão pernambucano. Amigo e
correligionária política do Barão de Lucena, a família Pereira, que se
acomodava no Partido Conservador, viu o poder que por hora tinha saído de suas
mãos, voltar para a mesma, com a escolha do coronel Andrelino Pereira da
Silva para presidente da junta governativa municipal, em 1890. Ao lado de Braz
Nunes de Magalhães (republicano católico) e Manoel Lopes de Barros (republicano
católico), o coronel Andrelino Pereira conseguiu no ano seguinte, em 1891, a
nomeação do Dr. Joaquim Gonçalves Lima (conservador em idade avançada e
correligionário de longa data da família Pereira) para o lugar de Manoel Lopes
de Barros, e a remoção do juiz de direito Dr. João Laudelino Dorneles Câmara
para a Comarca de Palmares, ficando em seu lugar o 1º suplente de juiz, tenente
Galdino Gonçalves Lima, irmão do Dr. Joaquim Lima.
Fotografia
antiga da Praça Agamenon Magalhães (Praça da Concha Acústica), o marco zero de
nossa cidade. No final do século XIX, essa praça era o local onde era realizada
a feira semanal, como também, onde se concentrava o conselho municipal, o fórum
e a prefeitura de Villa Bella (Serra Talhada).
Homem que
dominou o poder municipal nos últimos 25 anos, com interrupções, e agora
bastante forte na junta governativa ao qual era o presidente, o coronel
Andrelino Pereira da Silva (Barão do Pajeú) resolveu aderir a causa republicana e entrou ele com seus correligionários no Partido Republicano
Democrata (PRD), lançando-se ao cargo de prefeito municipal em 15 de agosto de
1891, para o primeiro pleito de nossa história. Não concordando com a entrada
do Barão do Pajeú na causa republicana, a família Magalhães se reuniu com a
família Carvalho, Nogueira e Andrada e entraram no Partido Republicano Católico
(PRCA), lançando para o cargo de prefeito municipal o major Sebastião José
de Magalhães Lopita, de tradicional família de nosso município e bisneto direto
do fundador Agostinho Nunes de Magalhães. Chegando o dia do pleito
municipal, em 30 de setembro, o Barão do Pajeú enfrentou pela primeira vez um bate-chapa
contra um grupo de ex-correligionários e adversários históricos, tendo no
coronel Antônio Alves da Fonseca Barros, da Barra do Exu, seu principal
opositor, devido ao sogro do mesmo, Dr. Tiburtino Barbosa Nogueira, está
ausente exercendo o cargo de juiz de direito em Brejo Santo (CE). Nesta eleição
o eleitor votava nos cartórios eleitorais, que funcionavam nas casas dos
candidatos a prefeitos, no conselho municipal na sede da cidade e nas zonas
eleitorais que funcionavam em casas dos distritos de São Francisco e São
Domingos, além das fazendas Saco, Carnaúba, Barra do Exu, Escadinha,
Juazeirinho, Belém, Sitio Novos e Pitombeira. Nessa eleição os eleitores
poderiam escolher o nome de 4 candidatos votando neles até 3 vezes, e mais 1
candidato com 1 voto apenas, além de escolher o nome do prefeito e do
subprefeito.
Realizada a
eleição, a junta eleitoral publicou e reconheceu o resultado, tendo sido eleito
o 1º prefeito de Serra Talhada (1892/1895), o coronel Andrelino Pereira da
Silva (Barão do Pajeú), do Partido Republicano Democrata, com 104 votos, contra
o seu adversário, major Sebastião José de Magalhães Lopita, com 66 votos. Para
sub-prefeito foi eleito o tenente Galdino Gonçalves Lima, com 106 votos,
na chapa do Barão do Pajeú, contra os 66 votos de Pedro Gomes de Andrada, da
chapa do major Sebastião Lopita. Para o conselho municipal foram eleitos os
vereadores Manoel Sebastião Pereira da Silva (Baião da Aldeiota), Antônio
Andrelino Pereira da Silva (filho do Barão do Pajeú), Henrique de Souza Melo
(patriarca da família Melo), Francisco Galdino Gonçalves Lima (filho do tenente
Galdino Lima), partidários do PRD, do Barão do Pajeú, todos com 104 votos. A
oposição concentrou a votação no tenente João Cosme de Magalhães (sobrinho do
major Sebastião Lopita), partidário do PRCA, que atingiu o coeficiente de 104
votos, prevalecendo assim 5 conselheiros municipais. Para titulo de
curiosidade, tivemos ainda candidatos ao conselho pela oposição o coronel
Antônio Alves da Fonseca Barros (pai do ex-prefeito, coronel Chico Alves),
Tibúrcio Valeriano Gomes de Lima (pai dos ex-prefeitos Cornélio Soares e
Methódio Godoy), João Martins Torres (coletor estadual na época) e Manoel
Joaquim Madeiro, todos com 66 votos, além, do major Manoel Pereira da Silva e
Sá (sobrinho do Barão do Pajeú) que também não conseguiu ser eleito, atingiu
como os demais, os 66 votos.
Período
(15/11/1892 até 15/11/1895)
Prefeito: Andrelino
Pereira da Silva (Barão do Pajeú)
Sub-Prefeito:
Galdino Gonçalves Lima
Conselheiros
Municipais: Manoel Sebastião Pereira da Silva (presidente); Antônio Andrelino
Pereira da Silva (vice-presidente); Henrique de Souza Melo (1º secretário);
Francisco Galdino Gonçalves Lima e João Cosme de Magalhães.
Nota: blogdomendesemendes - Se não estou enganado o Barão do Pajeú era tio avô de Sebastião Pereira da Silva, o cangaceiro Sinhô Pereira.
http://www.blogdeserratalhada.com.br/a-primeira-eleicao-municipal-18921895-barao-do-pajeu/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Mendes amigo: No site www.czagora.com.br dia 25,5,2010, o Professor José Romero Cardoso afirma que Sinhô Pereira era neto do Barão de Pajeu.
ResponderExcluirAntonio Oliveira - Serrinha
Grande pesquisador Antonio de Oliveira;
ResponderExcluirNão duvido, o Romero Cardoso é cuidadoso com seus trabalhos, mas já vi em alguns blogs, não me lembro quias, que Sinhô Pereira era filho de um sobrinho do Barão do Paeú. Mas é como eu estou lhe falando, o professor Romero Cardoso é pesquisador antigo.
Felicidade e paz.
José Mendes Pereira
Mossoró, terra de Santa Luzia.
Rio Grande do Norte.
Desculpa-me uma danação de erros que pratiquei agora no comentário. Estou com um probleminha que não estou conseguindo voltar na página para corrigir, ou excluir e fazer novamente.
ResponderExcluirVocê está certo caro Mendes, segundo o Pesquisador Jorge Remigio, Sinhô Pereira era sobrinho-neto do Barão de Pajeú, foi o que li neste momento em outro site.
ResponderExcluirGrato,
Antonio Oliveira