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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Lavras do Cariri Cangaço, um Rosário de Histórias

 Por João Tavares Calixto Junior
João Tavares Calixto Junior e Manoel Severo

Pela segunda vez deu-se o seminário Cariri Cangaço em Lavras da Mangabeira, e como da primeira, de forma marcante. Foi histórico o momento em que se viu proferir o poeta Dimas Macedo, na Câmara Municipal, informações sobre os apregoamentos do Padre Cícero Romão pelo município, sobretudo, no distrito de Quitaiús, outrora São Francisco.

A cidade se revestiu de satisfação ao receber pesquisadores e entusiastas da temática nordestina que muito bem se desdobrou e se engrandeceu em suas terras. Lavras que já carrega história em seu próprio nome, carregou também por momentos, a soberba de guardiar pelos tempos, informações ainda não sabidas sobre o velho sacerdote do Nordeste, aquele chamado de Santo, adorado ainda hoje por multidões.

Dimas Macedo, João Tavares Calixto Júnior e Tomaz Cisne em Quitaiús

Tiveram também as visitas. Ah! As visitas... Estas são o tempero que faz o Seminário Cariri Cangaço ganhar mais sabor a cada ato! É o que dá o cheiro do banquete regional que se faz deliciar ano a ano. Mais adeptos são capturados pelos aromas e gostos da história de nossa terra. Cito como exemplo o poeta Mundoquinha; uma pérola é seu arsenal de improviso e talento!

Na manhã do sábado, tomou-se café na casa da lendária Fideralina, antes de rumar-se a Quitaius, terra guardiã de memórias hercúleas, mãe de personagens ímpares, berço de grandes vultos. Lá se foi à casa de Joaquim Leite Teixeira, aurorense, nascido em 1881, filho do ex-intendente da Vila d’Aurora, Barnabé Leite Teixeira, que era pai também do singular Major Moysés Leite de Figueiredo, que perseguiu Lampião, e era da polícia cearense. 

 Waldemar Clemente e Dimas Macedo

Na antiga casa de Cazuza Clemente, seu neto Waldemar Clemente, de idade avançada, fez valer a tradição e contou histórias de seus ancestrais. Falou das passagens do Padim pela região e da força que a fé exerce até hoje sobre os que ali residem.

Antes crianças mostraram aos presentes seus presentes. Eram histórias contadas, pertences antigos, sorriso no rosto gosto em falar! E a despedida desta vez se deu como um sussurro. Era o sopro suave da brisa que vinha do açude do Rosário, que penetrava na alma e que trazia saudades... era o fim de uma etapa a ser continuada, por que Lavras, cangaço, história e cultura, se misturam, são sinônimos até, e só isso basta pra contar desta emoção vivida, deste conjunto de ecos martelado nas mentes dos que por aqui passaram e rezaram neste rosário de histórias.

João Tavares Calixto Júnior
Pesquisador , Escritor

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2014/09/lavras-do-cariri-cangaco-um-rosario-de.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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