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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O CANGAÇO ‘RECANTO DA HISTÓRIA’ “UMA VIDA CONTRA O BANDITISMO”


“O Major Genuíno Bezerra, uma das glórias da nossa Força Policial, assinalado pelo seu denodo, em sucessivos reencontros na perseguição do banditismo, no interior do Estado, é símbolo vivo da lealdade perfeita, sempre solícito no cumprimento das ordens recebidas, sem se mostrar jamais aquém de missão.” (Exmo. Sr. Dr. João Pereira de Castro Pinto).

O Major Genuíno de Albuquerque Bezerra nasceu a 4 de novembro de 1884 no engenho Várzea Comprida, no município de Guarabira- PB, sendo filho legítimo do Capitão Francisco Bruno Jácome Bezerra e de D. Herundina de Almeida Albuquerque Bezerra.

“Em 1907, a 3 de setembro seguiu para a vila do Teixeira (hoje cidade) a fim de socorrer habitantes atacados por numeroso grupo de cangaceiros, estabelecendo-se um dos mais graves conflitos armados, que registram as crônicas bélicas daquela região. Pacificada Teixeira, seguiu para Pombal, em dezembro do mesmo ano, onde a ordem pública estava alterada, já tendo sido desmoralizado um oficial, demitido, logo depois, como castigo, tendo fugido o chefe político local e algumas autoridades. Restabelecida a ordem, e depois de desarmar o principal cabeça do movimento, prendeu seis de seus comparsas, inclusive os criminosos “Mané Coitado”, “Hino” de tal, “Mané Veado”, “Raimundo Furão” e Francisco Gouveia. Ali se conservou, por ordem do Governo do Estado, esperando a chegada do Juiz comissionado, Dr. Fenelon Nóbrega, para processar os culpados, garantindo-o, a frente de sua força expedicionária.

Em 1908, irrompeu a crise pavorosa da fome, surgindo, por toda a parte, bandos e mais bandos de celerados, roubando e matando. Desenvolveu ele tenaz e franca campanha contra os bandidos. Com ordem do Governo para penetrar nos Estados vizinhos, entrou no Ceará, onde deu cabo do famigerado José Alves, então conhecido como o mais perigoso bandido do sertão; isto, depois de duas horas de fogo cerrado. Logo após seguiu para Brejo do Cruz, anarquizado pelas lutas de Antonio Saldanha e Joaquim Saldanha, já se tendo registrado mortes e ferimentos. Voltando a calma àquela localidade, seguiu, ainda no mesmo ano, para Conceição de Piancó onde eliminou o célebre bandoleiro José Luiz, autor de diversos crimes neste e noutros Estados. Em fins do aludido ano, quando seguia na pista do grupo chefiado pelo bandoleiro Antonio Silvino, no lugar “Água Fria”, do município de São João do Cariri, ao espantar-se o animal que montava, resultou cair sobre pedras, ficando sem sentidos, sendo, por isso, transportado para Taperoá, onde ficou em tratamento durante alguns dias. Restabelecendo-se, seguiu o Capitão Genuíno para Souza a fim de manter a ordem, perturbada por questões de politicagem local.

Casa de José Lucas Martins (Linda casa na zona rural da cidade de Monteiro, no sítio "Pau Ferro"

Em 1909, perto do povoado “Jericó”, do termo de Catolé do Rocha, prendeu, na fazenda Serrota os celebérrimos Antonio Saldanha, Francisco Belo e Vicente Belo, após ligeiro tiroteio. Efetuou, em seguida, a notável diligência da “Barra do Mineiro” do município de São João do Cariri, sustentando fogo de onze horas, com perda do corneteiro João de Barros e ferimento no Anspeçada “Dois de Ouro”. Dessa arriscadíssima diligência resultou a prisão de quatro perigosos facínoras alcunhados ”Mãezinha”. No município de São João do Rio do Peixe (hoje Antenor Navarro) realizou outra importante diligência, no lugar “Poço”, capturando os cangaceiros Vasques Landim, Lino de tal e mais três companheiros, autores dos falados assaltos a “Aurora”, “Nova Aldeia” e cidade de “Lavras”(Ceará).

Em 1910 transportou-se para “São Tomé” (Alagoa do Monteiro), em manutenção da ordem pública. Em junho do mesmo ano defendeu a cidade de Souza, ameaçada de invasão pelo grupo de Antonio Silvino. Em “São José da Alagoa Tapada”, do mesmo município, prendeu o criminoso conhecido por “Nézinho”. No lugar “Cipó”, do termo de Cazajeiras (limites com o povoado de “Barro” – Ceará), capturou o célebre criminoso “Guiné”. Em Campina Grande, prendeu Ismael de tal, autor do sensacional homicídio do chefe político de Limoeiro (Pernambuco). Ainda, em “Santa Fé” no termo de São José de Piranhas (hoje Jucá), na divisão com o Ceará, prendeu, depois de um tiroteio, o afamado bandoleiro Francisco “Cabra” que ficou gravemente ferido, sendo transportado numa rede para a cidade de Souza, em cuja cadeia ficou em tratamento.

Serra do Teixeira

Em 1911, no mês de janeiro, pacificou “Boi Velho”, do município de Monteiro (limites com Pajeú de Flores, Pernambuco), perturbado por um grupo de cangaceiros vindo do vizinho Estado. Em maio, no povoado de “São Tomé”, assumiu o comando-geral das forças expedicionárias paraibanas, recebendo-o do Tenente-Coronel Alvaro Evaristo Monteiro, então Comandante da Força Policial do Estado, entrando logo em ação contra um grande grupo de cangaceiros nas fazendas “Riachão” e “Carnaubinha”, do município de Monteiro, sob as ordens do Dr. Augusto Santa-Cruz, onde se achavam entrincheirados mais de duzentos homens! Após uma fuzilaria de uma hora e dez minutos, foram dispersos os bandoleiros. Tomou parte no cerco da fazenda “Areal”, junto com as forças expedicionárias pernambucanas comandadas pelo Major Alfredo Duarte e, em fins do mesmo ano, conseguiu subjugar um dos mais perigosos facínoras que infestavam o sertão, o célebre Belino de tal, depois de forte tiroteio e prolongada luta, corpo a corpo, com o mesmo, sustentando, ainda um prolongado tiroteio com seus comparsas. Esta luta teve lugar na sala de visitas do Padre Cirilo de Sá, chefe político de São João do Rio do Peixe. De tal conflito resultou sair o Major Genuíno ferido na mão esquerda pelo punhal do bandoleiro, cujas cicatrizes ainda apresenta. Ainda saíram feridos o cabo Virgolino e um empregado do suprafalado padre(...)Em 1924, em julho foi nomeado Delegado de Polícia de Cazajeiras, defendendo contra a invasão do funesto grupo do terrível “Lampião”. Ali prendeu vários criminosos e desordeiros, conseguindo, ainda, apreender grande quantidade de material furtado dos açudes “São Gonçalo” e “Boqueirão”. Em outubro recolheu-se à sede da Força Policial, sendo logo reformado(...)”.

Fonte e foto abriosa.blogspot.com (Postado há 18th August 2013 por coronel batista)

FOTOS:

CASA: José Lucas Martins (Linda casa na zona rural da cidade de Monteiro, no sítio "Pau Ferro", que mostra a fachada antiga das fazendas da época e que contém vestígios de passagens dos cangaceiros, como olheiros de mira e buracos na parede para se colocar o cano das espingardas).

SERRA DO TEIXEIRA: 'Pescada' no travelingluck.com
MAJOR GENUÍNO: blog abriosa.blogspot.com

Fonte: facebook

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Um comentário:

  1. Anônimo17:11:00

    Pesquisadores Mendes e Sálvio Siqueira: confesso-lhes que não tinha conhecimento do nobre Major Genuíno Bezerra, que segundo o texto supramencionado, foi um policial de grande destaque na história do cangaço, começando em tempos remotos de 1911, ainda com Antonio Silvino, chegando ao tempo de Lampião. Este, é portanto, um texto valiosíssimo para mim que sou aluno da HISTÓRIA DO CANGAÇO.
    Atenciosamente,
    Antonio Oliveira - Serrinha

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