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domingo, 11 de outubro de 2015

O FUNDADOR DO COLÉGIO SANTA LUZIA - 11 DE OUTUBRO DE 2015

Por Geraldo Maia do Nascimento

Em 13 de outubro de 1860 nascia Estevão José Dantas (Cônego Estevão Dantas), fundador do Colégio Santa Luzia de Mossoró.
               

Havia uma necessidade no lugar e foram reclamar ao Bispo. Fazia-se mister que Mossoró possuísse um colégio de ensino religioso para os rapazes daqui e das redondezas. Aliás, Mossoró era o município mais desenvolvido do interior do Rio Grande do Norte. Um “empório comercial”, como se dizia na época, por ser daqui que se abasteciam os municípios vizinhos, além de parte do Ceará e da Paraíba. E foi assim que aproveitando a vinda do Bispo Dom Adauto Câmara em sua 1ª visita pastoral a Mossoró, no dia 30 de janeiro de 1900, uma comissão dos mais influentes da cidade a ele se dirigiu e “expressaram o desejo de possuírem uma casa de educação moldada nos princípios evangélicos”. E obtiveram do Bispo a promessa, que logo seria cumprida.
               
Para que o sonho se tornasse realidade, havia necessidade de preparativos prévios. Para tanto, formou-se uma comissão que deveria preparar o local onde funcionaria o futuro estabelecimento. A comissão agiu rápido, adquirindo a importância necessária para a aquisição de cinco casas que ficavam no mesmo local onde hoje se encontra a sede do Branco do Brasil, próximo a Catedral de Santa Luzia. Ali, naquelas cinco velhas casas, foi plantada a semente de uma árvore que a mais de 100 anos vem espalhando os seus frutos pela região, frutos esses que desabrocham nas mais diversas áreas do saber.
               
O campo estava pronto. Necessário se fazia de alguém para plantar a semente e cuidar da seara. Para essa missão, Dom Adauto escolheu um soldado da paz e do saber, “uma das inteligências mais fulgurantes do Clero de sua Diocese’: Cônego Estêvão Dantas.
               
E assim, em 22 de fevereiro de 1901 chegou a Mossoró o Cônego Estêvão Dantas, “com a missão de fundar e dirigir um Colégio de instrução primária e secundária, que além das letras, ministraria aos moços desta terra e dos Estados vizinhos, a formação moral, cívica e religiosa”. Nascia, pois, o “Colégio Diocesano Santa Luzia”.
               
Estêvão José Dantas nasceu no Engenho “Olho d’Água”, próximo à cidade de São José de Mipibu, no Rio Grande do Norte. Era filho legítimo do capitão Miguel Antônio Ribeiro Dantas e de D. Joana Evangelista dos Prazeres Dantas.
               
Iniciou os seus estudos primários em São José de Mipibu com a prima D. Amélia Leocádia Ribeiro Dantas e professor Manuel Onofre Pinheiro. Com o padre Joaquim Severiano Ribeiro Dantas aprendeu latim, adquirindo por esse idioma tanto gosto que veio a se tornar depois um dos mais peritos e apaixonados latinistas e uma das maiores autoridades regionais nas letras clássicas.
                
Seus estudos teológicos se iniciam em Roma e são concluídos no seminário de Fortaleza. Em 30 de novembro de 1884 recebe a ordenação sacerdotal das mãos do Bispo Diocesano D. Joaquim José Vieira.
               
No dia 19 de dezembro de 1884 cantou a sua primeira missa na Igreja Matriz de São José de Mipibu. Iniciava assim a sua vida sacerdotal.
               
Atendendo a solicitação de Dom Adauto Câmara, dirigiu o Colégio Diocesano Santa Luzia de 2 de março de 1901 até 17 de fevereiro de 1907, quando dele se afastou para cuidar de sua saúde. “Serviu ao Colégio e a Mossoró com solicitude inexcedível e abnegação sem par, durante seis longos anos”. E dele Mossoró nunca esqueceu.
               
No dia 29 de julho de 1929, uma notícia abalou o povo mossoroense: morria em Natal o Cônego Estevão Dantas, aos 69 anos de idade. E Mossoró chorou a sua morte. Homem culto, operoso e honesto, dedicou sua vida ao saber. Um homem que podia dizer, como disse São Paulo na carta a Timóteo, “combati o bom combate”, “pois conseguiu encaminhar muitas inteligências para as grandes pugnas do saber”, nas palavras do seu biógrafo o Cônego Francisco de Sales Cavalcanti.
               
Mossoró homenageou o Cônego Estevão Dantas emprestando o seu nome a uma praça da cidade.

Geraldo Maia do Nascimento

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