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quarta-feira, 18 de maio de 2016

O COMBATE DO SERROTE PRETO

Fonte Ob. Ct. - Fotos do pesquisador Louro Teles, quando o mesmo visitou o local da batalha.

Naquele tempo, ao deslocarem-se pelas brenhas da caatinga, Lampião mandava que um de seus ‘cabras’ apagasse os sinais para que a volante não visse os vestígios e os seguissem.

Devido a isso, foram introduzidos nas volantes os “rastejadores”. Pessoas que veem marcas, sinais e vestígios onde outra pessoa nunca as veria. 

Os rastejadores foram uma pedra nas sandálias do “Rei dos Cangaceiros”. Mas, mesmo assim, por muitas vezes ele usou o trabalho dos rastejadores a seu favor. Quando queria ‘ser encontrado’, em determinado lugar, ele deixava certos vestígios para que fossem achados e a volante seguisse o bando, e estivesse no local por ele determinado, armando uma emboscada para os perseguidores.

Fonte Ob. Ct. - Fotos do pesquisador Louro Teles, quando o mesmo visitou o local da batalha.

Certa feita, ao saírem da cidade da Mata Grande, nas Alagoas, as volantes comandadas pelos tenentes Francisco de Oliveira, da Paraíba, e João Gomes de Pernambuco, deparam-se com um local que, com certeza, os cangaceiros tinham se acoitado. O sinal disso foi uma caixa de cartas de baralho encontrada pela tropa. Nesse momento ocorre o que não poderia acontecer. Novamente começa um contratempo entre os comandantes das volantes e, por fim, dividem-se. O tenente Francisco segue os rastros do bando de cangaceiros e a outra volante, do tenente João Gomes, prepara-se para fazer comida e encherem a ‘pança’.

Fonte Ob. Ct. - Fotos do pesquisador Louro Teles, quando o mesmo visitou o local da batalha.

Ordenando aos seus comandados, o tenente Francisco segue em busca da caça. Depois de andarem muito, já pela metade da tarde, chegam a Fazenda Serrote Preto e logo notam um pano, dobrado, no batente de uma janela da casa. 

A tropa já está no terreiro quando escuta um grito:

“- Macacos!!” (“De Virgolino a Lampião” – Vera Ferreira/Antônio Amaury – 2ª edição)

O alarma fora dado por um cangaceiro que Lampião tinha deixado de sentinela. Não se entende o porquê, mas, mesmo após o alarma, os Praças, sob as ordens do tenente, avançam mais para a perto da casa.

Fonte Ob. Ct. - Fotos do pesquisador Louro Teles, quando o mesmo visitou o local da batalha.

Nesse momento uma grande saraivada de balas vai de encontro aos aturdidos, cansados e famintos soldados da volante do tenente Francisco de Oliveira.

Nesse instante, com essa primeira descarga, tombam os soldados Virgulino, Artur e Diménio, junto com seu comandante, o tenente Francisco.

Um soldado chamado Ananias Caldeira de Oliveira, da Força paraibana, pois, os da força pernambucana já haviam chegado e entrado na luta, abriga-se na ‘esquina’ da cerca do curral e espera que algum dos cangaceiros bote o nariz pra fora para ele derruba-lo. Porém, como astúcia e estratégia nunca faltaram ao comandante mor do cangaço, Lampião manda que se abra brechas nas paredes para que se possa atirar em várias direções. Pego de surpresa, o soldado é atingido duas vezes. Fica baleado, caído no chão sem poder procurar um abrigo. Segundo o próprio volante, escutou por diversas vezes a voz do cangaceiro Vassoura dizer que ia sangra-lo.

Fonte Ob. Ct. - Fotos do pesquisador Louro Teles, quando o mesmo visitou o local da batalha.

O destino nos causa muitas ‘peças’, e uma delas, nesse momento, ele apronta com o citado soldado. Pois bem, o soldado Manoel Gabriel, que era intrigado do soldado Ananias, corre pega o ferido e o arrasta para longe dos tiros do inimigo comum. 

A tarde se despede com vários corpos espalhados pelo chão da fazenda. O tiroteio cessa e naquele silêncio repentino, escuta-se o clamor de um soldado ferido, pedindo que o tenente João Gomes o socorra para não ser sangrado pelos cangaceiros.

“O Sargento José Guedes chamou a atenção do oficial pernambucano, já que ele não ia buscar o ferido, e ouviu dele: -Cada um que se cuide.” (Ob. Ct.)

Muitos dos feridos foram socorridos pelo sargento José Guedes e soldados que se dispuseram, outros soldados já tinham se embrenhado na mata, e seguido rumo, para alguma comunidade em busca de salvarem-se.

A batalha fora dura para os dois lados. Os cangaceiros tiveram várias baixas também. Tombaram do bando de Lampião os cangaceiros Asa Branca, Guri e Corró e foram feridos Quixabeira, Fato de Cobra e Capuxú.

Com a saída dos soldados, os cangaceiro acendem candeeiros e vão pelo terreno, campo do embate, verificando os corpos dos militares abatidos. O cangaceiro Jurema encontra o soldado que tinha pedido socorro ao tenente. Ele ainda está vivo. O cangaceiro o sangra na mesma hora, aumentando as baixas da Força Pública... Denomina-se Serrote Preto, por ter uma serra ao longe, que quando o sol pende, deixando um de seus lados enegrecidos. Nas terras da Fazenda Serrote Preto, nas quebradas do Sertão.

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira
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