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terça-feira, 13 de setembro de 2016

O PONTO DE PARTIDA PARA COLONIZAÇÃO DO SERTÃO NORDESTINO.


As ruínas da Casa da Torre de Garcia d'Ávila ficam no litoral norte do estado da Bahia, foi o ponto de partida para colonização do sertão nordestino, fica 80 km distante de Salvador, na Praia do Forte, Município de Mata de São João.

Garcia d’Avila construiu a chamada Casa da Torre, por volta de 1551, e esta não tardou a tornar-se um distrito. A partir dela se irradiou uma grande área de influência. Seu interesse em conquistar as terras do vale do São Francisco logo seria revelado.

Nos tempos de Francisco Dias d’Avila, neto do fundador, consolidou-se o poder da Casa da Torre sobre muitas léguas de terras. Em 1624, o Rei concedeu formalmente (através de carta Régia) poderes para que fossem explorados os lugares mais ermos dos sertões do Brasil. O objetivo principal era encontrar prata, ouro, pedras preciosas e minerais. Encontrou-se o salitre (utilizado nas fábricas de pólvora), nas paragens do rio que ganhou o mesmo nome (rio Salitre, ou Vereda da Tábua, depois das atuais cidades de Petrolina e Juazeiro). Os domínios da Casa da Torre invadiram o Piauí e só pararam no Maranhão, na altura do rio Jaguaribe.


Nesta época, o governador de Pernambuco, André Vidal de Negreiros, concedeu diversas sesmarias aos senhores da Casa da Torre, para compensar o fornecimento de gado às tropas de campanha das guerras de Restauração. Essas sesmarias pertenciam ao território pernambucano. Assim a Casa da Torre estendeu seus domínios desde a região do rio Pajeú, até o rio Salitre.

A primeira grande investida da Casa da Torre foi contra os Índios Rodelas que habitavam a região entre Cabrobó até as margens do Pajeú. No ano de 1669, Dias d’Avila congregou amigos, agregados, a soldadesca do seu corpo de ordenanças da Torre e partiram para o ataque liderados pelo sertanista Domingos Rodrigues de Carvalho, Capitão da ordenança do distrito da Torre. Um ataque dos Gurguéias aos currais dos senhores instalados na região havia causado este novo conflito. Queimavam casa e matavam vaqueiros.

Foram muitos os contra-ataques dos índios Rodelas nos anos subsequentes à instalação dos gados da Casa da Torre. Eram freqüentes as investidas surpresas contra os currais dos senhores locais. Queimavam casa e matavam vaqueiros e varriam os gados para suas terras. Em 1676, mais um ataque. Dessa vez contra os senhores de gado que habitavam as margens do rio Pajeú. A Casa da Torre suspendeu as missões jesuíticas. Em 1678 obteve permissão para iniciar uma “guerra justa” contra uma congregação de índios que se formou na região.

Entre 1678 e 1699, aconteceram diversas guerras entre os brancos e os índios, que muitas vezes dispunham de outros índios e escravos africanos em suas tropas. Essas Guerras ficaram conhecidas como “Guerra dos bárbaros”. Elas aconteceram no mesmo período das investidas contra o Quilombo dos Palmares, na região de Alagoas (que, na época, pertencia a Pernambuco). Alguns bandeirantes paulistas haviam sido contratados pelo governo da capitania de Pernambuco para lutar contra os palmarinos. O líder desses bandeirantes era Domingos Jorge Velho, futuro aliado da Casa da Torre.

Quando os bandeirantes liquidaram Palmares, tentaram se instalar no território esvaziado do Quilombo. No entanto, o governador de Pernambuco não permitiu que ficassem nessas terras. Nessa época, esses bandeirantes aliaram-se às ordenanças da Casa da Torre. Esta Instituição foi responsável por grande parte do esvaziamento das regiões em que as fazendas de gado viriam ocupar. A Torre obteve também concessões para explorar as terras do sertão do Araripe.

Durante o período Regencial (1831 – 1840), no Brasil Império, os termos jurisdicionais “morgados” são extintos. É quando se dispersa o poder da Casa da Torre. Mas, suas grandes propriedades hão de continuar pertencendo aos seus antigos donos, ou sesmeiros, que arrendavam essas terras. Em suma, pode-se dizer que não houve um fim propriamente dito para essa história. O que acabou foi a existência de um termo formal, chamado “Casa da Torre”. Esta Casa tornou-se um Mito na História do Sertão. Entretanto, a posse desses latifúndios permaneceu (e, em parte ainda permanece) a esses tradicionais latifundiários. Hoje senhores de gado, políticos ou grandes comerciantes.

Fonte: blog acerto de contas


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