Por que não
sermos o altar de Jesus Cristo, hoje, amanhã e sempre?
Não somente no
Natal, mas permanentemente, com serena e inquebrantável vocação e de grandeza
na humildade, mesmo parecendo um paradoxo, sem ser.
Uma palavra em
latim, chama a atenção: Christianus alter christus, ou seja: “o cristão é um
outro Jesus Cristo.”
Não quer isso
afirmar que somos imaculados, divinos, infinitos, embora possamos sê-lo,
através de um lento, persistente e caridosamente pelo envolvimento na
integralidade do seu amor, numa nova vida.
Somos Nele,
por Ele, na vida que a Ele dedicarmos, conduzindo, em todos os instantes e
momentos, através do comportamento, da caridade, do amor ao próximo, atendendo
os aflitos e pondo amor em todas as nossas ações, todos os dias, não só hoje.
E quanto mais
for esse amor, quanto mais pesada forem os nossos deveres cristãos, quanto mais
pesada as cruzes carregadas, visando o bem do próximo, com maior contundência,
de maneira marcante, será a sua presença em nós, daí fazer sentido
aquelas palavras latinas, pois ele está em cada um que com resignação conduzir
em seus ombros, sentir em suas carnes, material e espiritualmente, o peso
das suas cicatrizes, ou feridas abertas pelo esforço desenvolvido.
Poder-se-á
dizer, não só no Natal, mas todos os dias, que é chegado o momento propício,
para uma passagem de vida interior do ser humano. E isso, é na realidade,
quando se concretiza e se pratica o envolvimento integral, uma verdadeira
passagem, numa transcendentalidade que vai do finito ao infinito das nossas
células mais íntimas, por força da intensidade do amor, nascido de um Ser que,
com a sua presença, divinizou o humano, através de um sopro de Luz, que emergiu
de um simples berço de palha.
Foi ali o
nascimento e o caminho da paz através do amor absoluto, gerador da própria
salvação de todos, num só, permitindo, pela bondade infinita, pela entrega
total, que aquela Luz não se tornasse estática, mas resplandecente e contínua,
pois representativa de um novo amor, de uma nova esperança, de um novo
sentimento salvifico que se completará através dos tempos, pela força do
espírito, incrustada no ser humano, por obra e graça de um Ser com força
Divinal, vindo à lembrança, mais uma vez, àquelas palavras latinas, pois. Jesus
Cristo se completa em nós.
Façamos em
nós, então, como parte integrativa desse todo escolhido pela força divinal de
um menino de Luz, o instrumento concreto do amor, da paz, da harmonia, numa
transposição espiritual, sempre em seu nome, do bem presente para o bem futuro,
fazendo com que o brilho e as vibrações benéficas emanadas do coração, que se
formaram antes, se constituam num caminho de bondade, pelo amor recíproco,
inspiração maior daquela Luz, a Luz de um menino, numa manjedoura, que
espargindo um brilho incomum deu vida e sentido à própria humanidade.
E dentro dessa
atmosfera de iluminação, de nascimento, de amor e de sublimação da vida, que
nos foi legada na Cruz por aquele que se fez homem para redimir a todos, com o
seu sagrado sangue, é que, olhando um para o outro num simples toque de mãos,
expressemos os nossos desejos de que a felicidade natalina, e o ano que se
aproxima, não sejam apenas frivolidades festivas, ou uma simples mudança no
calendário, mas a representatividade humana da própria vida, iluminada, por
Aquele que fez dela o instrumento maior do seu amor.
Mossoró,
dezembro de 2016
Elder Heronildes e Zélia Macêdo
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
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