Alcino Alves Costa. Filho de Emeliana Marques da Costa e Ermerindo Alves Costa,
Alcino nasceu em Poço Redondo a 17 de junho de 1940 e faleceu no dia 1º de
novembro de 2012, aos 72 anos. Foi político (prefeito por três vezes em seu
município), pesquisador, compositor, radialista, escritor e palestrante. Era
conhecido e prestigiado não só em Sergipe, mas em todo o Nordeste e
além-fronteiras, principalmente pela sua obra acerca do fenômeno cangaço.
O “O Caipira
de Poço Redondo”, como assinava seus artigos e gostava de ser chamado, era
conhecido pelo seu comportamento de homem simples que buscou nas raízes
sertanejas a motivação para a pesquisa e a escrita. Sua marca característica
era a havaiana nos pés até nos compromissos mais formais.
Além de
político renomado em todo o sertão sergipano, foi também um apaixonado pela
autêntica música caipira e compositor gravado por duplas sertanejas famosas
como Dino Franco e Mouraí e Dino Franco e Fandangueiro. Foi também gravado por
Clemilda num hino sertanejo chamado “Seca Desalmada”, de 1974.
Foi radialista
na Rádio Xingó FM, de Canindé de São Francisco, onde durante muitos anos
apresentou o programa “Sertão, Viola e Amor”. Mas foi como pesquisador e
escritor da saga nordestina, enveredando pelas pesquisas acerca do mundo
cangaceiro, coronelista e violento, que se tornou reconhecido mundialmente.
Sobre o
cangaço e suas afluências escreveu “Lampião Além da Versão - Mentiras e
Mistérios de Angico”; “O Sertão de Lampião” e “Lampião em Sergipe”. Contou a
história de Poço Redondo e Canindé de São Francisco nos livros “Poço Redondo -
A Saga de um Povo” e “Canindé de São Francisco - Seu Povo e sua História”.
Sobre a
autêntica música caipira e suas famosas duplas escreveu “Sertão, Viola e Amor”.
É também de sua lavra os livros “Saudação a Paulo Gastão” e “Preces ao Velho
Chico”. Em junho de 2012, já gravemente enfermo, fez o lançamento do romance
“Maria do Sertão”. E outros livros inéditos aguardam publicação.
Era membro da
Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço – SBEC, sócio honorário do Grupo de
Estudos do Cangaço do Ceará, participante efetivo do seminário permanente
Cariri Cangaço, além de palestrante em diversos eventos em renomadas
instituições. Postumamente, o seu nome foi outorgado ao Conselho Curador do
Cariri Cangaço.
Em setembro de
2011, no município de Barbalha/CE, foi homenageado com uma placa distintiva
outorgada pela Comunidade Lampião – Grande Rei do Cangaço como “Reconhecimento
por sua valiosa contribuição à cultura nordestina, e, em especial, aos estudos
e preservação da memória do cangaço”. Em fevereiro de 2012, o evento II Arena
de Arte e Cultura, promovido pela Prefeitura de Nossa Senhora da Glória/SE,
homenageou-o como expoente da cultura e da memória sertaneja.
Nos seus livros, ensaios, artigos e composições estão presentes a história, a geografia, o cotidiano matuto, a sociologia da violência e do misticismo, a descrição dos meandros políticos como causa e consequência das injustiças, da pobreza, da violência e das lutas cangaceiras que tão presentes estiveram nas vastidões áridas do Nordeste.
Todos estes aspectos foram pesquisados, analisados, discutidos e dimensionados por Alcino Alves Costa nas suas obras. O seu amor ao sertão foi sua característica mais marcante. Certa feita, durante entrevista ao programa Sergipanidade da TV Aperipê, Alcino afirmou: “Minha vida é o sertão, meu mundo é o sertão”. E sua vida e seu mundo eram Poço Redondo.
https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/permalink/591011784441103/
Escritor
Membro
da Academia de Letras de Aracaju
blograngel-sertao.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário