Por Renilson Soares
“Se a
metralhadora tivesse chegado a Lampião Angico não teria acontecido.”
Também não há
consenso, exatidão, entre as fontes quanto aos modelos de Hotchkiss utilizados
naquela época. Existe até mesmo quem descreve a Hotchkiss M1914 como
participante do cerco a Angico, o que seria improvável dada as dimensões e peso
da mesma. Inadequada para a guerra de movimento como aquela empregada na
caatinga. Mas muito provável que as utilizadas neste período tenham sido os
modelos M1909 e M1922.
Sendo uma das
mais citadas a Hotchkiss Mod1922, arma de origem francesa fabricada no início
do século XX. Inicialmente adotada pelo Exército Francês no ano de 1909,
calibre 8mm, com cartuchos Lebel (8X50R). Posteriormente, adquiridas pelo
Brasil por ocasião da Missão Militar Francesa junto ao Exército Brasileiro em
1922, com o calibre 7mm Mauser (7X57). Devido seu baixo peso a arma foi
destinada a cavalaria.
No entanto a
quem diga que, o modelo mais provável de ser encontrado no interior do Brasil
e, consequentemente, o utilizado pelas volantes e que foi muito usada pelas
forças públicas brasileiras seria Hotchkiss mod. 1921, modelo este não
encontrado por esta pesquisa. O que se pode constatar é que o exército
brasileiro adquiriu o modelo 1909, no ano de 1922, ficando aquela conhecida por
aqui como metralhadora leve Hotchkiss M1922.
De acordo com
Machado (1978), Lampião mostrara desejo de comprar uma metralhadora, por cem
contos de réis [...] A impressão que se tinha realmente era a de que Lampião
sentia a necessidade de armar seu bando com armas mais potentes, porque a
perseguição estava cada vez mais forte, contra o bando. José Rufino, volante
que assassinou Corisco, disse que, se Lampião tivesse chegado a conseguir uma
metralhadora, “ninguém seria capaz de ir atrás dele”. O mesmo ponto de vista
tem José Bezerra:
“Se a
metralhadora tivesse chegado a Lampião, Angico não teria acontecido.” (Machado,
1978, p. 129)
O sonho de
Lampião era armar seu grupo com uma destas, para poder igualar ao poderio
bélico das volantes. Assim como adquirir para si uma Pistola C96. Um de seus
objetivos foi alcançado em 23 de abril de 1931 no Combate da Lagoa de
Mel/Touro, com a volante baiana do Ten. Arsênio Alves de Souza. Nesse embate,
morreram Ezequiel Ferreira (irmão de Lampião), e muitos soldados. Uma
metralhadora Hotchkiss foi abandonada no campo de luta, mas o esperto tenente,
antes de fugir, levou consigo o “percursor” da aludida arma, para impedir que
pudesse ser usada mais tarde. Desse modo, lá se foi o sonho de Lampião de
possuir uma “costureira”.
O “Diabo
Loiro” foi alvejado e consequentemente morto pelos disparos de um fuzil
metralhadora Hotchkiss de cal. 7X57mm como este. Usado pelos soldados da
volante do tenente Zé Rufino, ao ser atingido Corisco ficou com as vísceras
expostas e sua companheira Dadá também baleada devido as rajadas de tiros teve
que amputar a perna atingida.
Fonte/Artigo:
historiamestra.blogspot.com.br (Armas: as ferramentas do cangaço)
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