Seguidores

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

A COLUNA PRESTES EM PERNAMBUCO

Do acervo do pesquisador do cangaço José João Souza

No dia 12 de fevereiro de 1926, a Coluna Prestes com forte contingente adentrou o Sertão pernambucano, entre os municípios de Flores e Afogados da Ingazeira, onde deveria encontrar-se com o tenente Cleto Campelo para incorporar-se à tropa revolucionária. Ao acampar-se na fazenda Caiçara foi recebida com hostilidade. Houve pequeno confronto armado, que logo foi debelado. A Coluna acampou na fazenda Jati no dia 13, reiniciando sua marcha na manhã do dia 14.

Às 8h00 do dia 14 de fevereiro de 1926, na localidade Carneiro (Imburanas), nas proximidades de Custódia, o coronel João Nunes, à frente da tropa estadual conduzida em caminhão e em um automóvel de passageiros, bloqueou a rodovia Custódia- Flores, impedindo a passagem da força vanguarda do coronel Djalma Dutra. O destacamento João Alberto, pela retaguarda, cercou os 150 policiais, causando 15 mortes e aprisionando outros 15. Os sobreviventes do combate debandaram, inclusive, o coronel João Nunes, que deixou os seus comandados entregues à própria sorte. Foram incendiados, pelos revoltosos de Prestes, 5 caminhão e um automóvel. Da Coluna, foram feridos 3 soldados e os oficiais (major Manoel Alves Lira, capitão Heraclides Pinto ou capitão Preto e o tenente Agerson Dantas).

A 15 de fevereiro, o destacamento Siqueira Campos venceu a resistência da polícia pernambucana, ocupando o povoado de São Caetano e a Vila de Betânia - distrito de Custódia. Em 18 de fevereiro, na localidade de Mulungu, também no Sertão de Pernambuco, o destacamento Siqueira Campos caiu numa emboscada da polícia, onde foram mortos 2 homens e 8 ficaram feridos, enquanto que a força da policia local sofreu apenas algumas baixas.

Na madrugada de 18 de fevereiro, o tenente Cleto Campelo, juntamente com 13 companheiros, entre civis e militares, quase todos militantes do Partido Comunista, seguiram para Jaboatão - área metropolitana do Recife. Ali invadiram a estação ferroviária da Great Western e a cadeia pública, conseguindo armas, munição e a adesão de 100 homens. Apossando-se de uma composição ferroviária, o tenente Cleto seguiu ao encontro da Coluna Prestes no Sertão de Pernambuco. Na tentativa de invasão da cadeia pública de Gravatá, foi morto com um tiro de fuzil, varando-lhe o coração. Em razão do ocorrido, os rebeldes debandaram e o sargento Waldemar de Paula Lima foi morto em Limoeiro com vinte e cinco punhaladas.

A 22 de fevereiro de 1926, na fazenda Cipós, no então município de Vila Bela, hoje Serra Talhada, tropas da polícia estadual e civis armados, romeiros do padre Cícero, inclusive o Grupo de Lampião, confrontaram-se violentamente com a Coluna Prestes. Os destacamentos de Siqueira Campos, Djalma Dutra e Osvaldo Cordeiro de Farias entraram em pânico com a violência do combate da força pernambucana. Os soldados da Coluna debandaram, obrigando seus comandantes a baterem em retirada, deixando para traz mais de 20 mortos, que foram enterrados por moradores, na localidade denominada Tataíra. Cordeiro de Farias é o mesmo que foi governador de Pernambuco (1955 - 1958).

Em 26 de fevereiro de 1926, na fazenda Campo Alegre - PE, o destacamento Siqueira Campos foi surpreendido pelas forças policiais de Pernambuco, causando-lhe perdas irreparáveis, tanto de homens quanto de materiais. Depois de cinco horas de luta ostensiva a Coluna evadiu-se do local, retomando sua marcha revolucionária Brasil afora.

Do livro: Breve histórico de revoltas e revoluções em Pernambuco
De: Antônio Neto

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1332122250233049&set=gm.1862130684099434&type=3&theater&ifg=1

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário