Por Geraldo Maia do Nascimento
Portanto,
escreve sobre tudo o que tens visto, tanto os eventos que se refere ao presente
como aqueles que sucederão depois desses. Apocalipse 1:19 Hoje peço licença aos
meus leitores para contar uma história diferente: a trajetória dos mil artigos
publicados sobre Mossoró e região, sendo a maior parte deles na coluna do
jornal “O Mossoroense”. Não nasci em Mossoró, mas tenho por essa terra um
respeito e um carinho muito grande. Quando aqui cheguei, há quase vinte anos,
desejoso de conhecer a cidade onde ia morar, comecei a pesquisar sua história,
a verdadeira alma da cidade. O que encontrei me fascinou. E seguindo a sentença
bíblica, passei a escrever sobre todos e sobre tudo o que diz respeito a
Mossoró. Venho descrevendo-a em prosas e versos. Devo alertar, no entanto,
que na verdade sou apenas um apaixonado pela História de Mossoró, sendo esse o
motivo das minhas pesquisas. Não tenho qualificação nem títulos que credenciem
as minhas observações, mas o que registro são baseados em fontes documentais.
Não seria leviano para agir de outra forma. Nesses anos de pesquisas, tenho
encontrado algumas incorreções na história local e embora sabendo que isso
incomoda algumas pessoas, tenho tentado resgatar a verdade, mesmo que esta não
seja tão bonita quanto à fantasia dada como oficial, mas claro, sempre baseado
em vasta documentação. Na busca de conhecer a história da cidade, fui lendo sua
biografia oficial e fazendo anotações em cadernos; os hiatos que ia
encontrando, me levavam a outras fontes e de fonte em fonte fui me abastecendo
de um conhecimento que muito me ajudou na minha sede de conhecimento. Procurei
conhecer os monumentos da cidade, saber quem eram aquelas pessoas que estavam
representadas em praça pública e quais teriam sido seus feitos? Os velhos
casarões da cidade que ainda estavam preservados, quem foram os seus moradores
e o que fizeram por Mossoró? E assim fui enchendo cadernos e mais cadernos de
anotações, que me serviram, e que ainda me servem, de base para escrever
artigos sobre a Cidade de Mossoró. Existia, na época, um caderno de cultura que
era publicado todo domingo e encartado no jornal “O Mossoroense”, que se
chamava “Caderno 2”. Criei coragem e enviei, via e-mail, a minha primeira
colaboração para “O Mossoroense”, sem conhecer ninguém por lá, sem nem ao menos
saber se eles aceitavam esse tipo de colaboração. Mas qual não foi a minha
alegria quando abril o jornal do domingo e vi o meu texto lá publicado. Guardo
o recorte do jornal até hoje com o maior carinho. A data? 09 de maio de 1999.
Esse recorte me deu ânimo para mandar outras colaborações, sempre sobre a
história de Mossoró, que continuaram sendo publicadas semanalmente. Um dia o
editor me convidou para assumir uma coluna fixa no jornal, toda quinta-feira,
com o título de “Nossa História”. E escrever passou a ser para mim um
sacerdócio, uma missão honrosa. E por vários anos alimentei semanalmente esta
coluna, falando da história de Mossoró, das lutas de seu povo, de suas
personalidades, corrigindo algumas inverdades e revelando outras histórias pouco
conhecidas, graças a contribuição de leitores que me paravam nas ruas para
socializar seus conhecimentos de histórias pouco publicadas. Com o passar do
tempo, o jornal foi se modernizando e outro caderno cultural passou a ser
encartado aos domingos, que era o “Caderno Universo”. E minha coluna semanal
voltou a ser editada aos domingos, nesse novo Caderno. Durante todo esse
período, colaborei com outros jornais e revistas locais, principalmente em
datas históricas da cidade e graças a essas colaborações, conheci outros
pesquisadores como Jerônimo Vingt-un Rosado Maia, Raimundo Soares de Brito,
João Batista Cascudo Rodrigues, Wilson Bezerra de Moura, Filemon Pimenta e
muitos outros que já vinham, a muito, com essa mesma missão de contar a
história de nossa cidade. Vingt-un, Raibrito e João Batista não estão mais
entre nós. Eles que foram os guardiões da história, transformaram-se em
história. Coube a nós outros, continuar na batalha. Graças também à essa
coluna, fui incentivado por Vingt-un Rosado a transformar parte desse material
em livros, e assim nascia: “Fatos e Vultos de Mossoró – Acontecimentos e
Personalidades”, Mossoró na Trilha da História”, “Jararaca – Prisão e morte de
um cangaceiro”, “Amantes Guerreiras – A presença da mulher no cangaço” e outros.
As colunas semanais e os livros me abriram portas, de modo que hoje pertenço a
maioria das entidades culturais de Mossoró e até da capital, como o Instituto
Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e a Comissão Norte-rio-grandense
de Folclore. Mais uma mudança no jornal “O Mossoroense”, transformaram-no em
meio digital. E minha coluna continua a sair semanalmente, com melhor
apresentação, já que o processo digital permite o uso de maior espaço e de
ilustrações, inclusive coloridas, o que torna a leitura mais compreensível. E
de semana em semana lá se vão dezenove anos e hoje eu chego ao milésimo artigo
publicado nos jornais e revistas locais, sendo a grande maioria nas páginas de
“O Mossoroense”. Agradeço aos nossos leitores pelas sugestões que me são
enviadas, pelo incentivo da leitura semanal, pelos convites para palestras e
entrevistas sobre os mais diversos temas da nossa história. Hoje, aposentado,
escrever se tornou para mim uma terapia ocupacional. E, seguindo a recomendação
bíblica, vou continuar escrevendo, deixando o registro para a posterioridade.
https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=1718124674750994237#editor/target=post;postID=1930733163281446566
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário