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sábado, 13 de janeiro de 2018

O MILÉSIMO ARTIGO

Por Geraldo Maia do Nascimento

Portanto, escreve sobre tudo o que tens visto, tanto os eventos que se refere ao presente como aqueles que sucederão depois desses. Apocalipse 1:19 Hoje peço licença aos meus leitores para contar uma história diferente: a trajetória dos mil artigos publicados sobre Mossoró e região, sendo a maior parte deles na coluna do jornal “O Mossoroense”. Não nasci em Mossoró, mas tenho por essa terra um respeito e um carinho muito grande. Quando aqui cheguei, há quase vinte anos, desejoso de conhecer a cidade onde ia morar, comecei a pesquisar sua história, a verdadeira alma da cidade. O que encontrei me fascinou. E seguindo a sentença bíblica, passei a escrever sobre todos e sobre tudo o que diz respeito a Mossoró. Venho descrevendo-a em prosas e versos.  Devo alertar, no entanto, que na verdade sou apenas um apaixonado pela História de Mossoró, sendo esse o motivo das minhas pesquisas. Não tenho qualificação nem títulos que credenciem as minhas observações, mas o que registro são baseados em fontes documentais. Não seria leviano para agir de outra forma. Nesses anos de pesquisas, tenho encontrado algumas incorreções na história local e embora sabendo que isso incomoda algumas pessoas, tenho tentado resgatar a verdade, mesmo que esta não seja tão bonita quanto à fantasia dada como oficial, mas claro, sempre baseado em vasta documentação. Na busca de conhecer a história da cidade, fui lendo sua biografia oficial e fazendo anotações em cadernos; os hiatos que ia encontrando, me levavam a outras fontes e de fonte em fonte fui me abastecendo de um conhecimento que muito me ajudou na minha sede de conhecimento. Procurei conhecer os monumentos da cidade, saber quem eram aquelas pessoas que estavam representadas em praça pública e quais teriam sido seus feitos? Os velhos casarões da cidade que ainda estavam preservados, quem foram os seus moradores e o que fizeram por Mossoró? E assim fui enchendo cadernos e mais cadernos de anotações, que me serviram, e que ainda me servem, de base para escrever artigos sobre a Cidade de Mossoró. Existia, na época, um caderno de cultura que era publicado todo domingo e encartado no jornal “O Mossoroense”, que se chamava “Caderno 2”. Criei coragem e enviei, via e-mail, a minha primeira colaboração para “O Mossoroense”, sem conhecer ninguém por lá, sem nem ao menos saber se eles aceitavam esse tipo de colaboração. Mas qual não foi a minha alegria quando abril o jornal do domingo e vi o meu texto lá publicado. Guardo o recorte do jornal até hoje com o maior carinho. A data? 09 de maio de 1999. Esse recorte me deu ânimo para mandar outras colaborações, sempre sobre a história de Mossoró, que continuaram sendo publicadas semanalmente. Um dia o editor me convidou para assumir uma coluna fixa no jornal, toda quinta-feira, com o título de “Nossa História”. E escrever passou a ser para mim um sacerdócio, uma missão honrosa. E por vários anos alimentei semanalmente esta coluna, falando da história de Mossoró, das lutas de seu povo, de suas personalidades, corrigindo algumas inverdades e revelando outras histórias pouco conhecidas, graças a contribuição de leitores que me paravam nas ruas para socializar seus conhecimentos de histórias pouco publicadas. Com o passar do tempo, o jornal foi se modernizando e outro caderno cultural passou a ser encartado aos domingos, que era o “Caderno Universo”. E minha coluna semanal voltou a ser editada aos domingos, nesse novo Caderno. Durante todo esse período, colaborei com outros jornais e revistas locais, principalmente em datas históricas da cidade e graças a essas colaborações, conheci outros pesquisadores como Jerônimo Vingt-un Rosado Maia, Raimundo Soares de Brito, João Batista Cascudo Rodrigues, Wilson Bezerra de Moura, Filemon Pimenta e muitos outros que já vinham, a muito, com essa mesma missão de contar a história de nossa cidade. Vingt-un, Raibrito e João Batista não estão mais entre nós. Eles que foram os guardiões da história, transformaram-se em história. Coube a nós outros, continuar na batalha. Graças também à essa coluna, fui incentivado por Vingt-un Rosado a transformar parte desse material em livros, e assim nascia: “Fatos e Vultos de Mossoró – Acontecimentos e Personalidades”, Mossoró na Trilha da História”, “Jararaca – Prisão e morte de um cangaceiro”, “Amantes Guerreiras – A presença da mulher no cangaço” e outros. As colunas semanais e os livros me abriram portas, de modo que hoje pertenço a maioria das entidades culturais de Mossoró e até da capital, como o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e a Comissão Norte-rio-grandense de Folclore. Mais uma mudança no jornal “O Mossoroense”, transformaram-no em meio digital. E minha coluna continua a sair semanalmente, com melhor apresentação, já que o processo digital permite o uso de maior espaço e de ilustrações, inclusive coloridas, o que torna a leitura mais compreensível. E de semana em semana lá se vão dezenove anos e hoje eu chego ao milésimo artigo publicado nos jornais e revistas locais, sendo a grande maioria nas páginas de “O Mossoroense”. Agradeço aos nossos leitores pelas sugestões que me são enviadas, pelo incentivo da leitura semanal, pelos convites para palestras e entrevistas sobre os mais diversos temas da nossa história. Hoje, aposentado, escrever se tornou para mim uma terapia ocupacional. E, seguindo a recomendação bíblica, vou continuar escrevendo, deixando o registro para a posterioridade.  

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