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sábado, 6 de janeiro de 2018

SOBRE LAMPIÃO, PUNHAIS, SANGRAMENTO, BEIJOS E PURPURINA.


Em 1982 a Rede Globo exibiu uma minissérie chamada “Lampião e Maria Bonita” embora fosse uma obra baseada em fatos reais e referências a personagens conhecidos era uma obra ficcional. O que chamava a atenção eram o esmero do figurino, beirando a perfeição, a produção competente e detalhista e a pesquisa bem feita, escrita por Aguinaldo Silva e Doc Comparado e a direção de Luis Antonio Piá e Paulo Afonso Grisolli, além é claro as brilhantes atuações do saudoso Nelson Xavier, Tânia Alves Roberto Bonfim, Regina Dourado e José Dumont, marcaram época. 


Trinta e cinco anos depois a mesma emissora faz uma minissérie que tem como pano de fundo o Cangaço, tentei assistir, mas algumas coisas me chamaram atenção negativamente, ora não sou Antônio Amaury, Frederico Pernambucano, grandes e renomados pesquisadores, além é claro da professora Noádia Costa com suas pesquisas e incentivo a mostrar o Cangaço s/ meias verdades, apenas a procura da essência pura e simples do fenômeno e claro com a experiência e admiração a Charles Garrido, pesquisador, documentarista e autoridade no tema a quem tenho uma relação de aluno/ professor e privo de sua amizade. Bem, chega de puxar o saco, e vamos lá: Em uma cena desta minissérie atual, o Cangaceiro chefe após prender alguns desafetos “sangra” alguns, o “ interessante" é que ele faz isto com um punhal de 30 cm! Pois bem, ele posiciona o punhal na parte anterior do ombro e o faz penetrar, o coitado numa situação desta sofrerá uma dor lancinante mas não morrerá “sangrado” esta região do corpo humano além da omoplata tem inúmeros e resistentes músculos e jamais alcançaria o coração ou outro órgão vital. Pois tal ato perverso só teria efeito com o punhal entre 50 a 80 centímetros (Lampião especialmente) o punhal era colocado do lado esquerdo da pessoa, no "pé" do pescoço, entre a clavícula e o músculo trapézio, (a chamada “saboneteira) e era introduzido. 

Este artifício perverso rasgava órgãos vitais e ao ser retirado esguichava um forte jato de sangue, causando um efeito terrível. Isto meus amigos era o “Sangrar” cruel, doloroso e causava na vítima uma morte horrível. (no mínimo faltou uma consultoria, se tivessem me ligado tirava de letra) Outro tópico esdrúxulo seria o homossexualismo tratado como "destaque" não que não houvesse,mas a forçação de barra ao colocar dois homens beijando-se beira ao ridículo. Senão vejamos por outra ótica: A História do Cangaço é tão rica e cheia de paralelos entre inúmeros integrantes que mesmo uma obra ficcional teria nas mãos de um bom roteirista uma gama quase inesgotável de tramas s/ precisar recorrer ao apelo fácil e oportunista deste pretenso “ politicamente correto” que desculpem a expressão, é um chute nos testículos! e lógico desta inclusão agressiva da liberação sexual, bi, tri, e outras denominações, pena ver um tema tão rico ser relegado a um plano inferior, bom, é rezar p/ que um dia uma Netflix da vida faça jus a História e nos brinde com uma semelhante a de 82, ficcional até, mas um show de figurinos, interpretações honestas, e sobretudo respeito. Desculpe-me se cometi alguma gafe pois escrevi de supetão apenas pesquisei os créditos da minissérie, o resto foi no informal.

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