Em 1982 a Rede
Globo exibiu uma minissérie chamada “Lampião e Maria Bonita” embora fosse uma
obra baseada em fatos reais e referências a personagens conhecidos era uma obra
ficcional. O que chamava a atenção eram o esmero do figurino, beirando a
perfeição, a produção competente e detalhista e a pesquisa bem feita, escrita
por Aguinaldo Silva e Doc Comparado e a direção de Luis Antonio Piá e Paulo
Afonso Grisolli, além é claro as brilhantes atuações do saudoso Nelson Xavier,
Tânia Alves Roberto Bonfim, Regina Dourado e José Dumont, marcaram época.
Trinta e cinco anos depois a mesma emissora faz uma minissérie que tem como
pano de fundo o Cangaço, tentei assistir, mas algumas coisas me chamaram
atenção negativamente, ora não sou Antônio Amaury, Frederico Pernambucano,
grandes e renomados pesquisadores, além é claro da professora Noádia
Costa com suas pesquisas e incentivo a mostrar o Cangaço s/ meias
verdades, apenas a procura da essência pura e simples do fenômeno e claro com a
experiência e admiração a Charles
Garrido, pesquisador, documentarista e autoridade no tema a quem
tenho uma relação de aluno/ professor e privo de sua amizade. Bem, chega de
puxar o saco, e
vamos lá: Em uma cena desta minissérie atual, o Cangaceiro chefe após prender
alguns desafetos “sangra” alguns, o “ interessante" é que ele faz isto com
um punhal de 30 cm! Pois bem, ele posiciona o punhal na parte anterior do ombro
e o faz penetrar, o coitado numa situação desta sofrerá uma dor lancinante mas
não morrerá “sangrado” esta região do corpo humano além da omoplata tem
inúmeros e resistentes músculos e jamais alcançaria o coração ou outro órgão
vital. Pois tal ato perverso só teria efeito com o punhal entre 50 a 80
centímetros (Lampião especialmente) o punhal era colocado do lado esquerdo da
pessoa, no "pé" do pescoço, entre a clavícula e o músculo trapézio, (a chamada “saboneteira) e era introduzido.
Este artifício perverso rasgava
órgãos vitais e ao ser retirado esguichava um forte jato de sangue, causando um
efeito terrível. Isto meus amigos era o “Sangrar” cruel, doloroso e causava na
vítima uma morte horrível. (no mínimo faltou uma consultoria, se tivessem me
ligado tirava de letra)
Outro tópico esdrúxulo seria o homossexualismo tratado como
"destaque" não que não houvesse,mas a forçação de barra ao colocar
dois homens beijando-se beira ao ridículo. Senão vejamos por outra ótica: A
História do Cangaço é tão rica e cheia de paralelos entre inúmeros integrantes
que mesmo uma obra ficcional teria nas mãos de um bom roteirista uma gama quase
inesgotável de tramas s/ precisar recorrer ao apelo fácil e oportunista deste
pretenso “ politicamente correto” que desculpem a expressão, é um chute nos testículos! e
lógico desta inclusão agressiva da liberação sexual, bi, tri, e outras
denominações, pena ver um tema tão rico ser relegado a um plano inferior, bom,
é rezar p/ que um dia uma Netflix da vida faça jus a História e nos brinde com
uma semelhante a de 82, ficcional até, mas um show de figurinos, interpretações
honestas, e sobretudo respeito. Desculpe-me se cometi alguma gafe pois escrevi
de supetão apenas pesquisei os créditos da minissérie, o resto foi no
informal.
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