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quarta-feira, 2 de maio de 2018

CARIRI CANGAÇO FORTALEZA: UM EVENTO DE PRIMEIRA GRANDEZA


Por Junior Almeida

O primeiro encontro do ano de escritores, familiares de personagens envolvidos na saga cangaceira, pesquisadores e acima de tudo dos amigos do Cariri Cangaço, aconteceu em Fortaleza, capital do Ceará, de 26 a 29 de abril, destacando que esse foi o evento pioneiro em uma capital.

A recompensa para quem foi à Terra de Iracema começou antes do comandante da tropa, o “general” Manoel Severo, dar a ordem para começar. Quem viajou por via terrestre pode contemplar como o Sertão está lindo. Chovido, com tudo que é açude cheio, verdinho, com o milho do São João garantido, uma beleza de se contemplar. Está de limpar a vista. Particularmente destaco o mundão d’água das terras potiguares e a vista excepcional da serra do Teixeira, na Paraíba, que lá de cima nos encanta, de tão bonita que é.

Na quinta feira à noite as imponentes instalações da Assembléia Legislativa do Ceará recebeu de forma majestosa o Cariri Cangaço 2018. O auditório da Casa ficou lotado de pesquisadores e convidados, muitos deles curiosos para saber o que um evento que tem “cangaço” no nome estava fazendo ali, num lugar que se fazem leis. Quem foi saiu satisfeito, compreendendo a importância do seminário para a cultura nordestina.


Na sexta feira 27 os participantes do evento passaram o dia na Casa José de Alencar, da Universidade Federal do Ceará. Um curioso leigo pode até questionar: “Teve alguma ação do cangaço em Fortaleza, para que essa cidade receba tal evento?” Pode-se muito bem para tal indagação responder com a seguinte pergunta: Ué, e tem mar no sertão? Rogaciano Leite diz em sua poesia ”Aos críticos” que no Sertão “temos poesia que exalta o que é sentimento e a força do pensamento de quem sabe improvisar. Tem verso livre, tem verso parnasiano, e mesmo longe do oceano tem galope à beira-mar".

Logicamente o cangaço foi discutido, assim como coronelismo e principalmente messianismo. Quem pode falar do Nordeste sem falar em Antônio Conselheiro e, especialmente estando no Ceará não discutir Padre Cícero? Doutora Luitigarde Oliveira encantou a platéia com sua explanação sobre o “Padim” e o Conselheiro. Não é à toa que a antropóloga é um dos maiores nomes do país no assunto.


Na tarde do sábado o “bando de cangaceiros” foi recebido no majestoso casarão da Academia Cearense de Letras, onde o erudito e o popular se encontraram. O ambiente chique e refinado cedeu seu espaço para o popular da literatura de cordel e cabras de chapéu de couro quebrado na testa.

A nata da intelectualidade do Ceará estava presente ao Palácio da Luz e, se existia algum tipo de desconfiança ou preconceito ao termo cangaço, esse acabou por ali. Um dos presentes a usar da palavra declarou: “Severo, eu não conhecia o Cariri Cangaço, mas a partir de agora que conheci, peço que não me deixe de fora de outro.”

Mal terminou o primeiro encontro do ano, o Cariri Cangaço Fortaleza, já bateu saudade. A expectativa agora é poço Redondo, de 14 a 17 de junho.

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