Identificando:
da esquerda para direita: Sálvio
Siqueira, Maria
Oliveira, Isaque Santana, Vaneildo Bispo, João Carlos, Richard
Torres Pereira Torres, José Lopes Tavares, Luciano Costa, Giovane Gomes,
Gean Weider, Romilson Ferreira e Cristiano
Ferraz.
METAIS NO MEIO
AMBIENTE: CÁPSULAS, ARMAS, BOLOTAS DE CHUMBO E OUTROS METAIS E SUA
CONTAMINAÇÃO.
O tempo de
decomposição dos materiais inorgânicos na natureza pode levar muitos anos para
se completar, provocando poluição do meio ambiente e prejudicando nossa saúde.
Por isso, a reciclagem e o correto tratamento do lixo são duas medidas
extremamente importantes. Além disso, esses procedimentos contribuem fortemente
para a preservação do meio ambiente.
Algumas
identificações da tropa: Tenente João Bezerra da Silva, Aspirante Francisco
Ferreira de Melo, sargento Aniceto; cabos: Juvêncio, Bida, Bertoldo e Zé Gomes;
Soldados: Justino, Leão, Pedro Barbosa, Raimundo, Cecílio, Honorato, Antônio
Ferro, Antônio Jacó, Augusto, Abdon, José Panta de Godoy, Sebastião de
Oliveira, Manoel Farofa, Antônio Campos, Antônio Seno, Zé Balbino, Elias
Marques, ant^nio Vieira, Amaro Preto, Guilherme, Maneco, João Bengo, Vicente,
Otacílio, Wenceslau, Pedrão, Paturi, Sílvio, Zé Baixinho, Jerônimo, Inácio,
Bida e Ulisses Ferreira alcunhado de "Chocolate". Ainda faltam as
identificações de alguns. Oito ou nove nomes. Fonte: Sabino
Bassetti
Grande parte
dos materiais, pode levar dezenas e até centenas ou mesmo milhares de anos para
se decomporem na natureza. Desta forma, é de fundamental importância que os
materiais, principalmente os inorgânicos, não sejam descartados no solo ou em
rios e mares, ou mesmo em suas adjacências. Isso pode deixar o solo poluído ou
contaminado durante muito tempo, já que quanto maior o tempo de decomposição
dos materiais na natureza, maior é o prejuízo para o meio ambiente. Fato.
Identificação,
da esquerda para a direita: Lampião, Vila Nova, Deferente, Passarinho, Juriti,
Mané Sereno, Pitombeira, Gorgulho, Cacheado, Sabonete III, Barra Nova, Luiz
Pedro e Nenê do Ouro (companheira de Luiz Pedro) - Fonte Rubens Antonio
É importante
conscientizar-se de que precisamos cuidar nosso meio ambiente. E fazendo isso,
recolhendo lixo inorgânico do meio ambiente, no local em que fizemos nossas
pesquisas, estamos ‘matando dois coelhos com um só disparo’: contribuindo para
a limpeza do meio ambiente e levantando locais com provas físicas históricas,
pois temos suas localizações adquiridas através de equipamentos de alta
tecnologia. Além da limpeza do lixo, retirada dos despojos de metais altamente
contaminadores ao meio ambiente, estamos ajudando a esclarecer fatos de uma
historiografia complexa. Digam-me se souberem o que vale uma prova de metal
soterrada sob o solo para preservação da História? Para nada, a nosso ver.
Fato.
Alguns metais,
tais como o chumbo, o cromo, o cádmio, bismuto e outros, são extremamente
resistentes às intempéries, justamente por isso que são perigosos. Eles não se
decompõem facilmente, de fato, acho que nem mesmo se decompõem, pois são metais
puros, assim, por mais que permaneçam no ambiente, e por mais que sofram
desagregações, sempre restará ao menos um átomo desse elemento.
Esses metais,
principalmente o chumbo, são imóveis, isso significa que eles permanecem no
ambiente e não são facilmente removidos. Veja que o chumbo é utilizado em
métodos de datação, significando que ele permanece no ambiente por milhões de
anos, contaminando-o.
O problema começa quando são lançados no meio ambiente, contaminando o solo, a água e o ar, pois apresentam em sua composição substâncias consideradas perigosas à saúde humana e à natureza.
O chumbo, do
latim plumbum, é um elemento químico de símbolo Pb, número atômico 82 (82
prótons e 82 elétrons), com massa atômica igual a 207,2 u, pertencente ao grupo
14 ou IVA da classificação periódica dos elementos químicos. À temperatura
ambiente, o chumbo encontra-se no estado sólido. Trata-se de um metal tóxico,
pesado, macio, maleável e mau condutor de eletricidade. Apresenta coloração
branco-azulada quando recentemente cortado, porém adquire coloração acinzentada
quando exposto ao ar. É usado na construção civil, baterias de ácido, em
munição, proteção contra raios-X e raios gama e forma parte de ligas metálicas
para a produção de soldas, fusíveis, revestimentos de cabos elétricos,
materiais ante-fricção, metais de tipografia, material para munição de
equipamento bélico, etc. O chumbo tem o número atômico mais elevado entre todos
os elementos estáveis.
Abaixo,
descrevemos uma tabela com o tempo que alguns materiais levam para se
decomporem no Meio Ambiente:
Material -
Tempo de Degradação
Aço - Mais de 100 anos
Alumínio - 200 a 500 anos
Cerâmica - indeterminado
Chicletes - 5 anos
Corda de nylon - 30 anos
Embalagens Longa Vida - até 100 anos (alumínio)
Metais (componentes de equipamentos bélicos) - cerca de 450 anos
Vidros - indeterminado
As nossas “I e
II Exposições Angicos”, 2016 e 2018, tiveram em suas principais metodologias
procurarmos saber, e assim deixarmos claro para os historiadores do tema
Fenômeno Social Cangaço, em seu epílogo com a morte de seu maior símbolo, mito,
histórico, Virgolino Ferreira, o cangaceiro Lampião, através dos achados
físicos, o posicionamento da tropa que o eliminou e, consequentemente, a
munição e as armas usadas no conflito. Assim como desanuviar as dúvidas e
suposições que existem, pois foram criadas ao longo do tempo, como se dera o
ataque ao acampamento cangaceiro comandado pela tropa do tenente João Bezerra
da Silva em 28 de julho de 1938, ou mesmo comprovar ou não o uso do material
bélico descrito no boletim de Fiscalização Administrativa emitido pelo
comandando do II Batalhão de Regimento Policial Militar, com sede em Santana do
Ipanema, AL, na época.
O Boletim de
Fiscalização Administrativa, referente ao material bélico retirado do
depósito/almoxarifado, para ser usado no ataque da tropa ao acampamento dos
cangaceiros na “Grota do Riacho Angicos”, descreve o seguinte, transcrição na
íntegra:
“FISCALIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA – 1 – Descarga: Sejam descarregados da carga geral deste
Regimento e carga do II Batalhão, 1 carregador para F.M.H., 2.377 cartuchos
para fuzil mauser, modelo 1908, 15 cartuchos 1895 e 380 cartuchos para pistola
“Bergmann e Royal”, 9m/m.
2. Recolhimento de arma: Recolha-se ao Almoxarifado deste Regimento para os devidos fins, o F.M.H. do II Batalhão e pertencente a volante que se achava em repressão ao banditismo no dia 10 do corrente mês. Of. Nº 65 de 24/VIII/1938, do Sr. Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão, comandante do II Batalhão.
(Nota: I – O II Batalhão de Regimento Militar, sede em Santana do Ipanema-AL).
(Nota: II – O material (munição) acima, foi gasto na refrega com a morte de “Lampeão”, Maria Bonita e mais 10 (dez) cangaceiros).
(Nota: III – F.M.H. = Fuzil Metralhadora Hotchkiss).
(Boletim Regimental nº 192 de 29 de agosto de 1938)”
Vejam, notem,
que da munição citada no referido boletim, conseguimos encontrar provas físicas
e estas nos levarem a determinados locais no campo da batalha, dando a rota,
posição tomada pela tropa. Também nos revelaram que uma das armas que foi
retirada do almoxarifado não foi usada no ataque, pois até o presente momento
não foram encontradas provas físicas, cápsulas ou cartuchos da mesma, que nos
mostre sua utilização. Categoricamente o Fuzil Metralhadora Hotchkiss – F.M.H.,
não foi utilizado no ataque ao bando de cangaceiros naquela manhã de
quinta-feira, 28 de julho de 1938. Outra referência, ou a falta desta, que nos
chama atenção no BM é a falta da data em que foi dada a ‘saída’ do material
bélico do almoxarifado do II Batalhão, contando apenas as datas do
“Recolhimento de arma”, 24 de agosto de 1938, vinte e sete dias depois do
ataque, e a da emissão do mesmo, 29 de agosto de 1938, trinta e dois dias
depois da hecatombe.
No projeto/pesquisa
registramos as coordenadas de onde se encontravam os resquícios histórias,
cápsulas, fragmentos e bolotas de munição ficando assim o solo, Meio Ambiente,
livre desse material altamente poluidor, contaminador, porém, registrados de
onde estavam mostrando a colocação das partes em conflitos, volantes e
cangaceiros. Nossa meta é resgatar a historiografia dos fatos, sem criarmos,
inventarmos ou fantasiarmos fatos, atos ou lugares para chamarmos a atenção.
Acreditamos
que, aqueles que se dizem preservadores de locais históricos, deveriam promover
projetos para que as casas, taperas e outros lugares como currais, cruzes,
jazigos e monumentos da época dos conflitos entre volantes e cangaceiros no
tempo do cangaço ser preservados e/ou restaurados, quando se fizerem
necessário, devido à degradação imposta pelo tempo. Pois, são provas de um
passado sangrento sem, no entanto, causarem poluição ao meio ambiente.
Nosso trabalho
não findou. Pelo contrário, iniciou-se uma nova etapa em que se torna lento,
calculado e necessita de análises de estudos detalhados quanto às datas das
munições, pois essas podem nos levar diretamente àqueles que as usaram no
conflito. E o resultado estará disponível aos pesquisadores/historiadores,
assim como, e principalmente, à direção do Monumento Natural Grota de Angico,
para ampliarem seus dados históricos podendo, num futuro próximo, registrar com
placas os lugares, detalhando armas, munição e quem estava em determinado
local. Ou mesmo junto aos monumentos homenagens, placas e cruzes, ser instalado
placas com croquis referenciando posicionamentos, armas portadas, munição usada
e lugares dos conflitantes.Acabando de uma vez por todas com fantasias,
suposições, mistérios e/ou mentiras sobre a história.
Não somos dono da verdade, porém, nossa batalha é sempre em busca dela.
Equipe da “II
Expedição Grota de Angicos” – julho/2018
Cristiano Ferraz e Giovane Gomes de Sá – Floresta – PE; Lourinaldo Teles –
Calumbí – PE, José Lopes Tavares e João Carlos – Recife – PE; Richard Pereira –
Serra Talhada – PE; Maria Oliveira – Poço Redondo – SE; Isaque Santana –
Itabaiana – SE; Vaneildo Bispo – Canindé do São Francisco; Sálvio Siqueira –
São José do Egito – PE; Romilson Santos Ferreira – Aracajú – SE; Geanderson
Lacerda - Petrolina – PE; Luciano Costa – Nossa Senhora das Dores - SE
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