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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

O REISADO DO AVIÃO DE ZÉ PEREIRA


Por Junior Almeida

No episódio histórico que ficou conhecido como “A revolta de Princesa”, estopim da revolução de 1930, conta-se de que Zé Américo, comandante da Força na capital paraibana arranjou um avião para bombardear a terra do Coronel Zé Pereira, potentado chefe revoltoso. Porém, ao invés de bombas, como todo mundo esperava, o teco-teco do Governo vinha carregado de panfletos que foram jogados sobre Princesa Izabel, conclamando o povo à rendição.


Os cabras de Zé Pereira, entrincheirados pra guerra, correram pro meio da rua disparando suas armas tentando atingir a aeronave. Major Feliciano, homem, alvo, de grande estatura e aparentado com o chefe político de Princesa, foi um dos homens que atiraram contra o avião e, por coincidência no exato momento em que os papéis começaram a voar sobre a cidade. Como avião naquela área e naquele tempo era novidade, Feliciano, em tom de gabolice disparou:

- Não matei, mas tirei as penas!

Como poeta é definido como sendo “aquele que tira onde não tem e bota onde não cabe”, que do nada faz uma poesia, até mesmo o momento delicado da guerra de Princesa, foi inspiração para um artista, e um mestre de reisado criou uma peça alusiva ao episódio. O capoeirense Lula de Santo, grande poeta popular, me contou que os versos diziam assim:

Foi de manhã quando o avião passou
Nos ares ele pousou
Fazendo a separação
Jogou no chão um bocado de “papé”
Ninguém sabe pra que é 
Mas assustou o Sertão

Jogou no chão um bocado de “papé”
Ninguém sabe pra que é 
Mas assustou o Sertão...


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