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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

... DESVENDANDO OS EQUÍVOCOS NA LITERATURA CANGACEIRA.



Não é segredo para ninguém que, suspeita-se de que seja apenas a procura de divulgação e retorno financeiro ou uma simples vaidade de autoria, os fatos da história do Fenômeno Social Cangaço são colocados nas entrelinhas distorcidamente. Essas distorções causaram, causam e causarão inúmeros danos referentes à absorção de conhecimentos e discernimentos sobre a historiografia.

Os primeiros autores, dentre eles, os participativos e/ou vivenciando, ou mesmo de uma mesma época, tinham a responsabilidade de transmitirem, para nós, hoje seríamos considerados, à época, as futuras gerações, os fatos, se não verdadeiros, o mais próximo que se podia chegar da verdade. No entanto, ao pesquisarmos notamos os ‘buracos negros’ existentes nos relatos de vários e vários escritores quanto aos fatos. Muitos ficarão eternamente na mente, nas discussões e debates sobre o tema não deixando vias, meios e caminhos a serem seguidos quanto a sua veracidade. Cabendo assim, toda versão sobre determinado fato, ser considerada. Mesmo que absurdamente relatado, ou referido, totalmente fora “de” ou “do” contexto.


Esse dano à história do meu torrão, Sertão nordestino, que tanto combato, sendo por muitos, muitas vezes mal interpretado, agredido e chamado de não sei quantos substantivos e adjetivos descorteses, causam “n” prejuízos ao legítimo passado sertanejo, nordestino e brasileiro, já que, em várias etapas do tempo, as histórias regionais se interligam com a historiografia nacional. Segundo o sociólogo Betinho “A História tem uma maneira de acontecer, porém, há várias maneiras de contá-la”, e a ilusória, suposta e fantasiada, com toda certeza do mundo, não é a adequada.

Parte dessas informações descabidas e inventadas foi proferida pelos próprios remanescentes ao conscientizarem-se que estavam, ou estão, sendo ‘a bola da vez’, aproveitaram ou aproveitam seu ‘minuto de glória’. São, infelizmente, não sabedores de que sua vida, passagem, na história histórica é intocada, incorrigível, não tem como se corrigir a história, não podendo o tempo ser voltado atrás, tão pouco o acontecimento ser recontecido.

Com a ajuda e a colaboração de amigos e amigas, boa parte da literatura cangaceira chega a mim de maneira e forma diversificada ao nos doarem livros, folhetos, poemas, cordéis, textos e vídeos, sendo algumas delas, numa conversa descontraída ou numa troca de informações através de redes sociais. Só tenho a agradecer a todos (as). Isso enriquece nossos conhecimentos sobre o tema proposto, nos colocando a par dos fatos e lugares das ocorrências. Após fazermos um comparativo, entre as informações, notamos as várias formas de terem sido contados um único fato, um único deles, de várias maneiras.

Encontramos até pontos em coordenadas geográficas, não em geodésicas, bastante difícil colocarem-na, aliás, nunca me deparei com tais, que levam a lugares totalmente diferentes daquele narrado na própria matéria. Por exemplo, um famoso escritor, em sua obra famosíssima, cita um determinado fato ocorrido no município de Floresta, PE. Como o fato ocorrido é do conhecimento de todo aquele que pesquisa, escreve e estuda o tema, o autor coloca, no roda pé da página, os pontos como parte da informação. Ao procurarmos localizar, através dos pontos geográficos fornecidos o local, esses nos levam a um lugar no cariri cearense. Ora, se o caso ocorreu aqui, bem próximo de onde moramos, São José do Egito, PE, como os pontos em coordenadas nos levam para tão longe? Notamos a falha na informação.


Esse ‘equívoco’ nos foi alertado por um dos grande pesquisadores/escritores da época, filho do próprio município florestano, Cristiano Ferraz, que, após seu alerta, fomos à busca e vimos como a coisa, à informação no tal livro, estava totalmente fora do eixo. É triste que ocorra esse tipo de falha, ou equivoco, pois a mesma propaga uma informação diferente daquela verdadeira.

Nós, que lemos, estudamos e pesquisamos não só da boca pra fora, não somos pesquisadores de escrivaninha e cadeira somente, descobrimos. E que, por diversas ocasiões colocamos o pé na estrada por onde a história caminhou fica triste encontrarmos tais informações, ou desinformações. Porém, quem não tem condições de confrontar informações, por ‘n’ motivos, absorve aquela que leu, e leva adiante. Mais tarde, ao deparar-se com outra informação sobre o mesmo fato, a coisa fica meio balançada e começa-se a descredibilidade em geral quanto a História de um povo regional.

Com a ajuda da amiga Ana Cecília Correia Lima, que, através do seu BookSeller, sua Livraria Virtual, nos presenteou um dos mais novos livros sobre a historiografia cangaceira, “Maria Bonita – Sexo, violência e mulheres no cangaço”, de autoria da jornalista Adriana Negreiros, o qual nos fez ficar ciente do conteúdo. Há, nos capítulos que consegui ler, outros não dar para ler completamente, são demais fora do contexto histórico e bibliográfico, como foram referenciados em seu pré-lançamento, equívocos propagados de arrepiar.

Vamos ver alguns:

Em seu capítulo 4, ‘Apesar de ser valente Maria era afeiçoada às coisas bem femininas só andava bem perfumada’, na página 72, a escritora escreveu:

“(...) Assim como ocorrera com Zé de Neném, sua vida íntima com Virgulino (Virgolino) não era uma constante lua de mel. Nos coitos, o sexo era raro. O código de conduta sexual , elaborado a partir de crendices e superstições, desestimulava relações às sextas e em vésperas de mudanças. O melhor seria esperar três dias depois do sexo para pegar a estrada. Tirando essas situações, os casais se dedicavam à volúpia apenas quando sabiam estar plenamente a salvo de um ataque repentino dos macacos. Só assim, os cabras se sentiam seguros o bastante para abrir mão da proteção divina – antes da relação sexual, em respeito ao Pai Eterno, tiravam do pescoço os colares com saquinhos nos quais traziam orações para os mais diferentes santos. Lampião carregava oito delas, além de um crucifixo em ouro maciço – assim como os colares de Maria, a peça também pertencera à Baronesa de Água Branca(...).”


A autora cita como referência, a essas informações desmioladas, descabidas e sem jeito para serem verdadeiras, a autora francesa Élise Gruspan Jasmin ,em seu “Lampião, senhor do sertão – Vidas e mortes de um cangaceiro”. Essa autora europeia, apesar de ter vindo ao Brasil, ao Nordeste e ao Sertão, pesquisar sobre a vida dos cangaceiros, escreveu sobre os mesmos não como um bando de bandoleiros, bandidos nômades rurais, mas, equivocadamente, como ‘revolucionários’ sertanejos. Colocando um pouco de pimenta em sua escrita, a escritora francesa tenta estimular a mente de seus leitores.

Ora, como ela, esquecendo completamente da responsabilidade histórica, alguns autores brasileiros pegaram essas ‘fantasias sexuais’ e propagaram em suas obras, como é o caso da autora jornalista. Não contribuindo, pelo contrário, destruindo o que realmente aconteceu.

Para começo de conversa, primeiro o sexo não era nada raro nos coitos, pois as mulheres dos cangaceiros, as cangaceiras, não eram se não, para esse fim. Nem comida faziam, pois haviam cozinheiros para tal serviço. Segundo, como um bando de bandoleiros, fugitivos, procurados e perseguidos dia e noite por todos os lugares, iriam programar ‘dar uma’ três dias antes da mudança de acampamento e que não caísse numa sexta-feira? Pelo amor de Deus. De onde foi que tiraram essa estória? Meus amigos, aquela gente não tinha noção de tempo e espaço. Não havia como saberem datas, dias, nem tão pouco fazerem programação para terem relações sexuais.

Terceiro, como saberem que estariam ‘totalmente a salvo’ de um ataque das Forças Públicas ou dos vários grupos de voluntários destinados a acabarem com a raça de todos eles? Só vem na minha cabeça que, apesar dos fatos, dos contos e dos depoimentos, muita gente não tem noção, ainda, do que era o Cangaço. Pensam, acredito, que o cangaço era uma guerra aonde havia dia e hora marcados para os conflitos, as lutas, os embates ocorrerem. Gente, as coisas não foram fáceis para aquela gente. Eles causaram, porém, também foram submetidos aos piores horrores empregados pelo homem e pela natureza em seu habitat, em seu meio ambiente. Tinham que aproveitar um instante, alguns minutos, para tomarem fôlego, descansarem um pouco, matarem a sede se possível, comerem se comida tivesse e, ‘davam uma rapidinha’ embaixo de um juazeiro, a sombra de uma caraibeira, em pé com as costa numa jurema ou mesmo em cima da dureza de um lajeiro e, mesmo assim, as vezes, tinham que deixar a ‘coisa’ pela metade e caírem na caatinga correndo para não morrerem. Que conversa é essa de que bandos de cangaceiros programavam suas aventuras sexuais? Não tem como ter ocorrido.

Prossigamos com parte do conteúdo do mesmo capítulo no livro:

“(...) Como as toldas ficavam próximas uma às outras, podia-se ouvir facilmente os sons do casal vizinho. Às vezes, acontecia de alguém acorda no meio da madrugada tomando por rugido de onça o que era gemido de acasalamento (...). Apesar de água ser escassa no Sertão, sobretudo no Raso da Catarina, uma pequena quantidade costumava ser reservada para a higiene íntima das mulheres, de maneira que estivessem constantemente asseadas para seus homens. Estes, por sua vez, não se prestavam ao mesmo cuidado. Submetiam suas mulheres ao risco de contrair toda sorte de doenças venéreas adquiridas em saídas para combate. Depois de uma troca de tiros ou uma matança, como ocorrera na cidade sergipana de Capela no final de 1929, os cangaceiros costumavam visitar a zona de meretrício da região (...)”.


Eita, danou-se, mas vamos lá ver se conseguimos falar sobre esse parágrafo. Em primeiro lugar, os casais, na maioria das vezes, foram formados por subchefes. As toldas dos chefes, consequentemente também dos homens que faziam parte a este, ou deste subgrupo, tinham, por obrigação estratégica, ficarem umas afastadas das outras. Ao contrário do que muitos pensam, não era todo cangaceiro, de qualquer um dos subgrupos que tomava chegada a Lampião, ou a outro chefe, ou subchefe renomado como Corisco, Zé Sereno, Português e etc. Antes dessa aproximação, o cabra passava por uma espécie de avaliação, era interrogado sobre o que pretendia com o ‘capitão’.

Era tomado esse cuidado por dentre eles não haver um código de honra. Qualquer um dos cangaceiros poderia muito bem matar outro, principalmente algum chefe, para apossar-se do que ele levava. Todo cangaceiro transportava seu ‘tesouro’ junto ao seu corpo, fazendo parte da sua tralha, de sua ornamentação, por isso era tomado o cuidado para ter-se uma proteção extra aos chefes, principalmente a Lampião, que tinha sua ‘guarda pessoal’, formada por um parente ou alguém da mais alta confiança como Luiz Pedro e outros. Comparar os gemidos de um casal fazendo sexo com rugidos de onça, não tem nada haver e, com certeza, quem assim descreve jamais ouviu, escutou o rugido de uma onça, mesmo onça de bode, nas entranhas da Mata Branca.

Nossa mãe, nos coitos terem reservas de água para as mulheres lavarem as partes íntimas? Essa é de lascar. E ainda na região do Raso da Catarina? Aí é que a coisa fica sem propriedade, sem nexo. Passar informações desse tipo é querer fazer crer que viver em um coito era bom pra caramba. Quem não conhece a rigidez do semiárido sertanejo pode até acreditar, porém, que conhece e vive constantemente nele, com ele e dele, jamais pode dar crédito há um absurdo desses. É sabido de que os cangaceiros, sendo naturais, em sua maioria, das brenhas da caatinga, são conhecedores da sua flora. Pois bem, conhecem determinas raízes de determinadas espécimes, árvores, únicas da Mata Branca, as quais, para protegerem sua existência das secas, não morrerem, além de perderem suas folhas, diminuindo assim o consumo do líquido precioso, possui reservatórios ‘extras’ em suas raízes, tais como, exemplificando: umbuzeiro e mamãozinho-de-veado. Esse último sendo bem mais acumulador d’água, e como a outra, suas raízes também servem de comida para as pessoas e para os animais. Já pensou um cangaceiro, sair fugindo da políça de mata a dentre com uma moringa, lata ou cabeça cheia d’água? Não tem como.

Na sequência, a autora nos trás uma informação histórica equivocada, mas, tão equivocada que é de não acreditarmos que há esse tipo de informação, principalmente, vinda de uma acadêmica. Ela cita que em fins do ano de 1929, ocorreu um tiroteio, com matança, na cidade de Capela, em Sergipe, e que após o embate os cangaceiros foram para a zona do meretrício.


Na ‘visita’ de Lampião e seus cabras a cidade de Capela, isso em 1929, a qual, historicamente está tida com a 1ª, não ocorreu combate. Pelo contrário, essa visita, comparada as feitas em outras cidades, foi amistosa. Lampião incumbiu uma das autoridades para ‘arrecadar’ determinada quantia entre os moradores. Vai ao cinema a procura do telegrafista que também trabalhava no cinema, Zózimo Lima, para que o mesmo não tenha espaço de comunicar para região da sua presença na cidade. Assistiu parte do filme “Street Angel”, “O Anjo das Ruas”, que, como eram mudos na época, o filme não chamou a atenção do chefe mor do cangaço, saiu, comeu e sobre o dinheiro arrecadado, mandou que entregassem a seu cunhado Virgínio, o cangaceiro “Moderno”. Depois de comerem e tomarem umas cachaças, os cangaceiros se dirigiram ao cabaré da cidade. Reza a história que Lampião ficou com uma quenga chamada Enedina. Que não retirou nada de seu aparato, deve ter só aberto à braguilha, e mandou brasa.

Segundo José Bezerra Lima Irmão, a prostituta ‘gostou’ de ter ficado com Lampião e perguntou se ele tinha mulher, Lampião respondeu “- Não. Homi que veve nesta vida num pode ter pensão!” Depois de ter findado o serviço, Lampião faz um pagamento de 70 mil réis à Enedina.
Bem, nos históricos citados, quando da primeira ida à Capela, Lampião ainda não mantinha Maria de Déa nos coitos. Se Lampião não havia levado sua mulher, nenhum dos outros tinha feito isso, pois só levam depois que Maria é levada para os mesmos. Isso não quer dizer que muitos dos cangaceiros não tinham já suas companheiras, pelo contrário, tinham, mas as mantinham em lugares distantes e, normalmente, em casa de algum coiteiro de confiança.



Só há tiroteio em Capela, SE, na segunda ‘visita’ que Lampião fez, ou tentou fazer, a essa cidade, já em outubro de 1930. Os moradores se organizaram e, tiroteando contra os cangaceiros, de pontos estratégicos como de cima da Igreja, conseguem atingir, balearem, os cangaceiros Gato e Beija-Flor. Lampião então apita seu apito, dando um silvo com o toque de retirada e todos dão no pé.

Não estamos direcionando exclusividades a ninguém. Há muito que venho tentando mostrar como contam o que não ouve. Estamos tentando endireitar a maneira de como contam a história. Ela está lá, sustentada por um pedestal sob a proteção de uma pilastra histórica em algum espaço do tempo, porém, com tinta e caneta, com teclas e teclados, alguns lhes dá as costas e, preferindo não conta-la direito, mas divulgar o que não ocorreu a sua maneira, a sua moda, o faz. Isso é triste historicamente

Aqui fazemos uma homenagem há uma personagem que teve grande significado histórico no que diz respeito ao embate travado entre moradores e cangaceiros na cidade sergipana de Capela, em outubro de 1930, e que, no decorrer do tempo os escritores jamais a citaram em suas obras. Mais um fato triste. Usamos o tão respeitado blog de nosso amigo/cumpadi, ou cumpadi/amigo, Kiko Monteirohttp://xn--lampioaceso-d8a.com/, como fonte dessa boa “pescaria”.

Na íntegra:

Jornal da Tarde (O ESTADO DE SÃO PAULO) – 30/07/1973
O desagravo de Capela - 1930
Por: Claudio Bojunga

Eles tinham provocado muito e agora Capela estava preparada. O velho Mano Rocha ia tirar sua forra. Havia ainda homens valentes, como o major Honorino, Dudu aleijado, Turrão, gente capaz de enfrentar Lampião, Corisco, Carrasco, Moita Brava, Balão, Baliza, Nevoeiro, Pancada e quantos viessem. E eles vinham. Lampião disse que Capela tinha roubado, quer dizer deixado de lhe dar o dinheiro que havia pedido da primeira vez. Agora ia arrasá-la. Mano Rocha duvidava.


Virgolino pediu doze contos. Tinha gente disposta a dar. Mano disse que tinha que passar em cima de seu cadáver e depois enterrá-lo num cemitério da UDN (gente da UDN não aceitava ser enterrado em cemitério PSD). Os amigos deram força. Turrão, o finado Ivo, o finado Galileu, Aurélio Alves. Major Honorino comandou um grupo. Havia um terceiro. Lampião trazia reféns. Major Félix era um deles. “Fomos para cima da igreja”. Quem fala é o Mano Rocha – macho de verdade.

E a fuzilaria começou. No canto da praça os cangaceiros ficaram atocaiados. Bala neles. Uns correram, outros ficaram, ninguém caiu: a grande vítima do seu segundo ataque a Capela foi um piano de cauda. Os cangaceiros, quando viram bala vindo da igreja da Purificação, saíram berrando que os santos estavam atirando neles. Pelo menos é o que diz Mano. Já Balão, que estava no cerco, confirma que aquele sangue correndo na cerca fora da cidade e que nenhum dos personagens de Capela soube explicar, era do cangaceiro Gato, alvejado nos peitos. Tinham que tratar dele – cabra bravo. Corisco recuou. Gato teve que colocar muita pimenta na ferida, mas acabou recuperando.


Mano Rocha e major Honorino tinham lavado a honra da Capela.

“Nos livros escritos sobre Lampião, a começar pelo do Ranulfo Prata, até os de Eduardo Barbosa, Nertan Macedo, Joaquim Góis há manifesta injustiça.

Neles não consta o nome do major Honorino Leal, uma das principais figuras entre os que combateram Lampião, na segunda investida contra a Capela, a 16 de outubro de 1930.

Pois foi Honorino Leal que, de fuzil em punho, ao lado do sargento de polícia Saturnino, em fuga, na praça do Cemitério ofereceu tenaz resistência aos nove cangaceiros que tentavam penetrar no centro da cidade, trazendo, como reféns, os senhores Felix da Mota Cabral, do engenho Pau Seco, José Cabral Filho, do engenho Pedras, José Xavier de Andrade, do engenho Lavagem e mais Jocundino Calazans e Manuel de Melo Cabral Filho.

Honorino Leal animou o grupo, diante da audácia dos bandidos, postados a poucos metros de distância, a manter firme a resistência, fazendo-os recuar para outra direção, além da chamada rua do 'Lá Vem Um'.

É imperdoável a omissão do nome de Honorino Leal, que recusou, com padre Juca, a proposta feita pelo bandido, por intermédio do refém Felix Cabral, de entrar pacificamente na cidade pela segunda vez, como o fizera da primeira, um ano antes.

E o tiroteio foi cerrado, partindo tiros até das torres da Matriz, fazendo com que os bandoleiros recuassem.

É de justiça que futuros historiadores da incursão trágica de Virgolino Lampião, corrijam, nos seus livros, os enganos e a missão do nome do major Honorino, verdadeiro herói, como outros capelenses, na luta para que a cidade ameaçada não fosse entregue ao saque e ao assassínio por aqueles monstruosos criminosos.

Deverá ter algum valor o meu testemunho, porque lá me encontrava nas duas vezes que Lampião esteve na Capela. A primeira, pacificamente; a segunda, com propósito de satisfazer os seus instintos sanguinários. Fui, até, quando da primeira visita do bandido, ameaçado pelo mesmo de ser degolado, caso transmitisse, pelo telégrafo, do qual eu era o chefe, a sua estada no momento, ali.” Antônio Corrêa Sobrinho".

Fonte/foto
“Maria Bonita – Sexo, violência e mulheres no cangaço” – Adriana Negreiros
“Lampião – A Raposa das Caatingas” – José Bezerra Lima Irmão
““Lampião, senhor do sertão – Vidas e mortes de um cangaceiro” - Élise Gruspan Jasmin
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