Por José
Mendes Pereira
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No mundo
existe pessoa que não tem respeito pelas outras de forma alguma. Para ela dizer um
não, vale tanto quanto um sim, e se gostou, gostou, e se não gostou, é problema
de quem não ficou satisfeito com a sua resposta positivas ou negativa, assim
ela acha.
Ser vereador
precisa de muito carisma, aliás, concorrer uma vaga de vereador, deputado,
senador, governador e presidente, qualquer um tem que saber fazer o manejo,
para que não venha afetar pessoas que até dar-lhe-ia o voto, mas se o candidato
não tem jeito de ser representante de um povo, uma nação, fica muito difícil dele
ser eleito para ocupar qualquer cargo político.
Um dos nossos
vereadores de Mossoró em décadas passadas foi eleito com expressiva votação,
mas não soube agradar os seus eleitores, e findou sendo derrotado na segunda
vez, na terceira... que foi candidato como representante da Câmara Municipal de Mossoró. O
certo foi que ele pensando que o povo votaria novamente, sem ele fazer nada por
ninguém, findou sendo totalmente banido na campanha seguinte e nas seguintes.
Não quero aqui
colocar os nomes dos personagens que figuram no texto e que darei nomes
criados, para que as pessoas envolvidas que talvez percam um tempinho e leiam a minha historinha, e depois não estejam querendo fazer eu engolir o que falei sobre elas.
O Paulo
vereador e que nunca tinha ganhado um dinheiro favorável em sua vida e assim
que assumiu a sua função na Câmara Municipal de Mossoró viu-se todo importante. Dinheiro grande e muito grande, aliás, além de grande, e na
sua vida de empregado nunca chegou a ganhar mais do que dois salários mínimos.
E já que estava com os bolsos cheios da grana, vivia de boemia (boêmia). Finais de semana, Tibau na certa, era o seu porto seguro, lugar amável, lugar cheio de gatinhas manhosas que precisam do seu trato amoroso, assim dizia ele, para
gastar o que sobrava, e lá, os churrascos eram em abundâncias. Bebidas para
todos os gostos. Nada melhor do que sentir o cheiro do mar rodeado de gatinhas
e amigos que não eram mui amigos.
Mas nem tudo
termina bem. O Paulo gastava além do que ganhava, findou endividado. Agora,
mesmo ainda mamando nas tetas da Câmara Municipal como vereador, estava sujeito a vender uns
bichinhos que criava em sua pequena propriedade. Não tinha mais condições para
ajudar ninguém. Quem o procurava, ele
abria a boca dizendo-lhe “ – Eu estou passando por dificuldades”.
Certo dia, o
Jonas que foi eleitor do Paulo e que muito trabalhou para vê-lo lá na Câmara Municipal, uma espécie de cabo eleitoral, precisando de uma quantia para
comprar uns medicamentos da esposa, assim havia receitado o médico, foi até a
sua casa para ver se conseguia o dinheiro dos medicamentos.
E ao chegar, o
Paulo já estava de saída para a câmara, mas mesmo estando com pressa, atendeu o
seu forte eleitor. E assim que o Jonas fez-lhe o pedido, sem demora, o Paulo
disse que naquele momento não dispunha de dinheiro, porque ultimamente tinha
umas contas para pagar, e até falou, que
devido algumas dívidas que eram necessárias serem honradas com urgência, tinha vendido
os seus bichinhos de gado. Os únicos animais que ficaram na sua propriedade foi um casal de jegues com um filhote ainda novinho de 6 meses. Mas se interessasse
vender o jumento para usar o dinheiro na compra dos medicamentos, ele fosse até à sua propriedade, e lá dissesse ao morador que ele havia ordenado pegar o
animal para procurar venda.
O Jonas não
ficou muito satisfeito, porque um jumento no Nordeste tem um valor imenso, mas
para fazer as obrigações de quem não dispõe de carroça, e muito menos de
transporte motorizado, mas em relação a dinheiro, um jumento não vale nada, e na
época, mais do que duzentos cruzeiros, e
esta quantia, talvez não dava para comprar todos os remédios. Mas mesmo
constrangido com a palavra negativa e sincera do vereador o Jonas foi direto à
fazenda pegar o jumento e o tanger até a um comprador. E assim fez. Com autorização do vereador e do morador pegou o
jumento e voltou para casa, na intenção de procurar urgentemente um comprador.
No caminho o
Jonas encontrou um dos seus amigos, O Roseno e passando o assunto para ele
disse-lhe que o seu vizinho de propriedade OoMarcos de Rosália estava querendo
comprar um jumento, porque o dele havia desaparecido no início do inverno do
ano anterior, e nunca mais voltara para seu domínio.
E às pressas
caminhou para lá, e assim que desapeou do jumento disse ao fazendeiro o porquê
de ter ido até lá, o seu amigo dissera que ele estava precisando de comprar um
jumento.
O fazendeiro
Marcos de Rosália veio e pôs a observar o jumento das patas à cabeça. E em
seguida, disse-lhe:
- Realmente eu
estou precisando comprar um jumento, mas este daí eu não posso comprar.
- Mas por que não
me compra, seu fazendeiro? – Perguntou-lhe o Jonas.
- Porque este
jumento é o meu que desapareceu desde o início do inverno passado. E além do
mais o conheci pela marca.
- Mas ele
nunca foi ferrado senhor, e como é que o senhor diz que é seu se ele não tem marca de ferro?
- Todos os
meus animais são ferrados por dentro de uma das patas e geralmente em uma pata dianteira.
E
aproximando-se do jegue chamou o Jonas para tirar suas dúvidas.
E assim que o Jonas viu a marca em uma das patas dianteiras, confirmou. Mas
disse-lhe que o jegue não ficaria com ele. Iria entregar ao suposto dono que
era o vereador.
O fazendeiro
Marcos de Rosália quis obrigar que ele deixasse o jumento, mas o Jonas
montou-se e saiu açoitando o jegue, para que ele não fosse alcançado por
ninguém a mando do fazendeiro. E adeus, fazendeiro tacanho!
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