Por José Mendes Pereira
Os comentários do Aderbal Nogueira e do Jorge Remígio foram feitos sobre o meu trabalho a seguir:
"A patente "Capitão" dada a Lampião não foi
respeitada pelos militares de Pernambuco".
Disse Aderbal Nogueira: Essa patente
não tinha valor algum. Redigida e assinada por um agrônomo tremendo de medo
quando a escreveu. O padre mandou que o mesmo a fizesse com receio da reação de
Lampião caso fosse contrariado. Lampião exigiu a patente, afinal fora chamado
ali para isso e não voltaria de mãos abanando. Se Floro Bartolomeu estivesse em
Juazeiro talvez o Cangaço Lampionico acabasse ali, mas o destino assim não
quis.
E o Jorge
Remígio: Aderbal
Nogueira, existe uma corrente de pensamento (maioria) que defende a
articulação de Floro Bartolomeu em trazer o bando de Lampião para engajá-lo ao
Batalhão Patriótico sediado em Juazeiro, como uma decisão exclusiva dele. Que
Padre Cícero nem a carta convite redigiu, só botou a sua rubrica.
Eu comungo
com esse pensamento. Partindo desse pressuposto, fica claro para mim a
"fraqueza" do Padre em não dispensar Lampião do Juazeiro, já que o
mentor dessa ideia estava enfermo e encontrava-se no Rio de Janeiro. Se ele não
tinha ou não teve um papel preponderante nessa ação, por que a obrigatoriedade
então, de engajá-los ao Batalhão Patriótico e municiá-los com armamentos
modernos e uma grande quantidade de munição exclusivas do exército? O Padre,
indiretamente foi responsável pela bagaceira que Lampião praticou no ano de
1926 a partir do mês de março.
E Aderbal Nogueira: Jorge Remígio, acredito
que por medo da reação de Lampião. O padre já era um homem velho e não apitava
como antes.
Jorge
Remígio disse: Aderbal
Nogueira, não entendo como Lampião poderia intimidar o Padre Cícero, a tal
ponto de deixá-lo totalmente submisso. Creio que ele jamais iria matar o Padre.
Estavam estacionado em Juazeiro um grande contingente de componentes do
Batalhão Patriótico, a família de Lampião estava sob o manto protetor do Padre,
bem, uma das coisas mais difíceis de ocorrer naquele momento, era uma
represália por parte de Lampião. No meu entender, o Padre Cícero era uma boa
pessoa. Mas muito longe de ser perspicaz.
Respondeu Aderbal
Nogueira: Jorge Remígio, pois
é, como disse um homem velho. Lampião foi por causa de Floro e o padre iria
contrariar os dois. De Floro volta e sabe que Lampião passou batido? Apenas
minhas especulações, o padre estava numa sinuca de bico.
Jorge
Remígio voltou a responder o Aderbal Nogueira: Aderbal
Nogueira, meu amigo, soube agora do falecimento do seu genitor. Meus
sentimentos e um forte abraço solidário.
Aderbal Nogueira agradece: Jorge Remígio, obrigado!
Eu, José Mendes Pereira: Aderbal Nogueira e Jorge Remígio, será que quando levaram o assunto sobre uma possível ida de Lampíão a Juazeiro Norte o padre Cícero aceitou porque quis vingar, já que nesse
período da presença do cangaceiro a Juazeiro o padre Cícero estava
afastado da igreja católica, porque o Vaticano havia suspendido as suas ordens
religiosas, acusando-o de falsos milagres? É apenas a minha opinião.
José João Souza disse: Naquela época, usavam muito o termo "homem de palavra", referente as pessoas que cumpriam com o prometido, acredito que o padre Cícero apenas honrou a palavra dada. O errado não foi dar a patente, o errado foi convidar Lampião para integrar o Batalhão Patriotico, o combinado não é caro e nem barato, é o combinado.
Eu gostei dos comentários dos dois pesquisadores do cangaço Aderbal Nogueira e o Jorge Remígio. Assim é que se comenta educadamente sem agredir o outro, porque sabe que o outro é também conhecedor do assunto.
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