Adquiri no acervo do Adelsomota Mota
O povoado de
Brejão da Caatinga, município de Campo Formoso (BA), entrou para a história do
Brasil há 90 anos por conta do massacre cometido por Virgulino
Ferreira da Silva, o Lampião, e seu bando. No embate em praça pública em 04 de
julho de 1929, cinco homens da Polícia Militar tombaram.
De acordo com
informações do blog do historiador Rubens Antônio, as vítimas da chacina
eram o cabo Antônio Militão da Silva e os soldados Pedro Santana, Cecílio
Benedito, Manoel Luís de França e Leocádio Francisco da Silva. Eles estavam à
procura de fugitivos da cadeia pública do atual município de Senhor do Bonfim
(BA).
Outros quatro
soldados e um cabo estavam nesse mesmo grupo enviado pela polícia, porém eles
saíram mais cedo de Brejão em direção ao povoado de Delfino, em Umburanas (BA),
e não participaram do confronto contra o bando de Lampião.
Em entrevista
concedida à rádio 98 FM de Campo Formoso (BA) durante esta semana, o
historiador José Carlos Martins afirmou que Lampião foi informado da presença
dos policiais antes de entrar em Brejão e resolveu aguardar a saída da tropa.
Mas, o rei do cangaço errou na previsão e não conseguiu evitar o conflito.
Historiador
José Carlos Martins
“Como já eram
11h da manhã Lampião julgou que eles não estivessem mais lá dentro do povoado.
Mas, devido ao horário, ele achou que essas forças já tinham se dispersado
atrás dos presos que tinham fugido da cadeia de Senhor do Bonfim e que rumaram
nesta direção do Brejão e do Delfino”, afirmou o historiador.
Após o
massacre, os jagunços seguiram para a localidade São Tomé. Já os cinco corpos
foram sepultados por populares de Brejão, e posteriormente exumados.
Foto
ilustrativa de Lampião
Ainda segundo
Martins, os cangaceiros estavam sem destino. “Lampião era uma pessoa que não
tinha residência, ele andava sem rumo. Dizem que ele estava querendo ir para a
Chapada Diamantina se encontrar com o coronel Horácio de Matos, pedir proteção
a ele, porque ele estava cansado e queria deixar a vida de cangaço”, comentou.
Para o
historiador José Carlos, o município deveria restaurar o cenário do crime,
dessa forma iria atrair historiadores, estudantes e curiosos, já que alguns
pesquisadores possuem informações detalhadas do local.
“Brejão da
Caatinga, mesmo diante deste fato triste, entrou para a história (…). Podemos
saber onde os soldados foram sepultados. Esta casa onde os soldados
pernoitaram, que era de Alfredo Monteiro, o município poderia tombar e fazê-la
com as características como eram no ano de 1929. No local onde os soldados
foram sepultados poderia se fazer um cercado, colocar um cruzeiro e uma placa
com o nome deles ”, afirmou o historiador.
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Foto/Brejao:
Leandro Daniel
Por: Leandro Daniel/Noticias iMais
Por: Leandro Daniel/Noticias iMais
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