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quinta-feira, 22 de outubro de 2020

OS VAGALUMES DE ANGICOS.

Por João Filho de Paula Pessoa

Contou Sila, que em Angicos na noite que antecedeu ao ataque das volantes que massacrou Lampião e seu bando, ela e Maria Bonita sentaram-se numa pedra na gruta do acampamento para conversar um pouco enquanto Maria Bonita fumava um cigarro, nesta prosa Sila percebeu uma luz ao longe, em cima do morro, que acendia e apagava, e indagou com Maria Bonita se aquilo não seria uma lanterna, mas Maria disse não se tratar de uma lanterna e sim de vagalumes e continuaram a prosear, a luz tornou a aparecer e a apagar, aos olhares intrigantes de Sila que nem consegui mais se concentrar na conversa, enquanto Maria prosseguia sua fala sem dar importância ao piscar das luzes, pois acreditava ser vagalumes. Sila embora intrigada se recolheu à sua torda para dormir após a prosa com Maria, sem contar nada à Zé Sereno sobre as luzes que vira. No outro dia, antes mesmo do raiar do sol iniciou a saraivada de tiros sob o acampamento, que matou Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros, tendo os demais empreendidos fugas e se dispersado nos matos. Somente depois Sila percebeu que estava certa, que eram mesmo lanternas e não vagalumes, pois se tratava da força volante que já se aproximava do coito para surpreender e atacar o bando, como fizeram, e lamentou muito não ter avisado à Zé Sereno sobre a luzes que vira, pois certamente teriam tomado providencias e não teriam sido surpreendidos com aquele fulminante e mortal ataque. João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 20/10/2020.

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