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quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

DE MÃOS DADAS NA CASA DO SENHOR.

Por Rangel Alves da Costa

Maria Elza Francelino e Manoel da Silva, mas muito mais conhecidos como Marielza e Mané Bila. Um casal que partiu deixando Poço Redondo e os sertões semeados de saudades. Dois unidos na terra e também nos céus do Senhor. Maria Elza sempre bondosa, sorridente, fiel amiga. Pelo entardecer sombreado ou anoitecer enluarado, e eu sempre a encontrando nas calçadas de Lídia e suas irmãs, ali quase no canto da Praça Eudócia. Um prazer imenso de avistá-la pelas ruas e seguir em sua direção para o ligeiro e bom proseado. Da Família Francelino de Poço Redondo, de raiz forte fincada no lugar, em vida soube honrar sua linhagem, parentescos e amizades. 

E a seu lado um homem respeitado, honesto e trabalhador: Mané Bila. Este chegou noutros tempos a Poço Redondo e abraçou a terra como se fosse seu chão de nascimento, e por isso mesmo se tornou um filho querido e admirado por todos. Suas mãos grossas, de pele encrespada e endurecida, já diziam de seu amor pela terra, pelo bicho, pelos afazeres do campo. Mantinha um bar na cidade, mas muitas vezes me confessava que havia nascido para viver na natureza, abrindo porteira, ouvindo o mugir do gado. Tinha propriedade nas proximidades da cidade e logo se avexava para cortar chão e viver o seu mundo. 

Um casal feliz, que se amava e que soube procriar filhos da mesma qualidade do sangue dos pais, prezando pelos valores morais e as boas virtudes. Mas um dia, Marielza sentiu-se mal e sua enfermidade foi se prolongando de forma irremediável. O sofrimento do esposo era visível, entristecedor. E mais entristecido ficou quando teve de dar adeus à sua amada. E nunca mais foi o mesmo. A saudade abria-lhe feridas na alma, a dor da ausência causava terríveis padecimentos. 

No seu jeito forte de ser, tudo fazia para demonstrar uma feição de normalidade. Mas não podia negar o quanto definhava por dentro. Então, as portas para a enfermidade também foram abertas. Mas seu adeus ao mundo terreno não foi por doença, e sim por saudade. Mané Bila partiu como se o seu adeus fosse apressado para encontrar alguém que já lhe esperava: Marielza, sua esposa querida. E agora - e para a eternidade - estão de mãos dadas na casa do Senhor!

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