Por Luís Bento
O Pernambucano Maurício Vieira Barros, no posto de Sargento da Polícia de seu Estado, Maurício desempenhava o cargo de Sub-Delegado de polícia de Manari época , pertencente a comarca de Buíque, povoação já por mais de uma vez assaltada por Lampião e nem assim isenta de novos ataques e prejuízos. Conhecedor desses antecedentes, o Sargento, bicho casca-grossa, tomou a peito não permitir que o Capitão voltasse ali para sair " esgravatando os dentes". Como o seu destacamento só contasse com quatro praças, ele entrou em entendimento com fazendeiros e comerciantes, objetivando reforçar as defesas locais, todas as medidas de segurança possíveis foram tomadas.
Mas Lampião se sumiu de um jeito que parecia ter-se mudado para o Polo. Passaram tantas luas que, já por fim, se pensava que ele houvesse excluído Manari do mapa de suas correrias periódicas.
Os Soldados venciam um saldo de fome; e como estava tudo em paz, eles pediram permissão ao Sub-Delegado para irem arranjando alguma bocas de cano por fora a fim de melhorar o orçamento; e também os civis estavam gostando daquela providencial pasmaceira.
Ora um dia o miserável estourou na localidade pegando todo mundo na supresa. O único " macaco " que deu pela novidade chamava-se Mariano. Correu ele para avisar ao superior. Mas Lampião foi mais esperto, puxou a pistola Mauser e o abateu com seis tiros certeiros.
Os estampidos e a debandada dos habitantes chamaram porém a atenção de Maurício Barros para a dura realidade e, mesmo assim, sem meios de enfrentar a onda esmagadora, o militar resolveu sair da toca para presenciar a bagaceira de perto. Não teve de executar muitos passos, pois Lampião já vinha também de venta acesa em sucário dele. Para mata-lo? Sem sombra de dúvida. Depois do que acabava de acontecer com o pobre ordenança, que poderia esperar o chefe naquele instante dramático?
Mas o Capitão Virgulino, sobre ser um legítimo Pelé da guerrilha, chocava às vezes os outros com as suas contratações estonteantes. Realmente não se dirigiu ao adversário com cara sorridente e sem ar impositivo, em absoluto, que esse tipo de posicionamento não era com ele, mas em todo caso, ressalvando logo que não matava Maurício, por lhe ser devedor de um favor desses que ninguém jamais pode pagar; o de ter o Sargento sepultado seu pai, fuzilado no município alagoano de Mata Grande.
Fonte: Valdemar de Souza Lima
" O Cangaceiro Lampião e o IV Mandamento pág 201- 202 - 203
LUÍS BENTO
JATI 26/04/21/.
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