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quinta-feira, 7 de julho de 2022

LAMPIÃO NO RN, MEDO TERROR E SANGUE - PARTE XII - PRISÃO DE JARARACA OCORREU NO DIA SEGUINTE AO ATAQUE.

 Por José de Paiva Rebouças


A noite do dia 13 foi de apreensão. Porém afora a passagem da volante paraibana, do tenente João Costa, por volta das três horas, nada mais tinha acontecido. Pela manhã, os homens ainda nas trincheiras mantinham guarda, mas logo Francisco Fraga, o Vinoca, saiu pelas ruas de carro gritando que o povo poderia sair de casa.

https://climaonline.com.br/mossoro-rn/foto/catedral-de-santa-luzia-mossoro-rn-31-20254

Comemorações se espalharam, mas o grande chamariz era a praça da igreja de Santa Luzia onde ainda estava exposto do cadáver de Colchete, exalando forte odor. Famílias inteiras iam olhar o morto. A aglomeração e o medo de Lampião voltar, no entanto, obrigou o tenente Abdon Nunes a dispensar o povo.

Tenente Abdon Nunes - http://jotamaria-pmpatrono.blogspot.com.br/

Colchete foi amarrado pelas pernas e braços em um tronco e levado ao cemitério, onde foi enterrado nos seus arredores sem receber a extrema-unção.

Ao centro o cangaceiro Jararaca - https://blogs.opovo.com.br/pliniobortolotti/2009/10/31/a-morte-do-jararaca/

Mesmo baleado em duas ocasiões, assim que caiu a noite, Jararaca rastejou até os trilhos do trem e se afastou da cidade. Chegou à ponte férrea na esperança de escapar com vida, mas não conseguiu atravessar os dormentes.

Eu, José Mendes Pereira e seu primo Júlio Batista Pereira na ponte de trem em Mossoró. Foto feita por nosso saudoso primo Eraldo Xaxá - http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2019/03/por-jose-mendes-pereira-jose-mendes.html

Pela manhã, avistou uma barraca de lona próxima ao rio, ocupado por trabalhadores da estrada de ferro. Se assustaram quando viram o cangaceiro, mas ele os tranquilizou e disse que pagaria por ajuda.
 
Pediu a Pedro Tomé, um dos cassacos, que fosse até a cidade comprar medicamentos: gaze, algodão, tintura de jucá e água oxigenada. Entregou-lhe uma nota de 500 mil réis e lhe advertiu para não o entregar "Na volta lhe dou boa gratificação", assegurou.

Na cidade, Pedro ainda encontrou o povo em movimento para ver o corpo de Colchete. Seguiu-se para a botica e pediu os produtos. O boticário perguntou para quem eram as compras e o homem contou tudo. Foi orientado a procurar o tenente Laurentino de Morais.

Tentente Laurentino de Morais - http://lampiaoaceso.blogspot.com/2012/11/os-misterios-do-ataque-de-lampiao.html

O oficial vibrava com a notícia. Sacramentaria vitória de Mossoró com a prisão do cangaceiro. Bolou um plano com Pedro Tomé e o mandou voltar para o rio. No local, Jararaca cansado e abatido, não se deu conta da emboscada. Ao contrário, atendeu ao homem quando lhe pediu para baixar as armas e tirar os arreios. 

Ao passar o braço por dentro do casaco, se obrigou a largar a arma por tempo suficiente para Pedro tomá-la, rendê-lo e gritar pelos policiais. As últimas palavras de Jararaca para Pedro, no entanto, lhe devem ter incomodado durante muitos anos. 

Raul fernandes, fihlo do coronel Rodolfo Fernandes - https://tokdehistoria.com.br/tag/rodolfo-fernandes/

"Você é um cabra de sorte. Quando você saiu eu pensei que ia mesmo me denunciar e quis matar você, mas não me decidi", disse, segundo conta Raul Fernandes. 

Continuarei amanhã.

Fonte - Revista Brava Gente  do Jornal de fato.com

Página 32.

Mês Junho de 2022.

Digitado e Ilustrado por José Mendes Pereira - administrador deste blog.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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