Por Alana Sousa publicado em 21/12/2020, atualizado em 16/02/2024.
Em pleno século 19, a assassina matou quase 50 pessoas e conseguiu escapar se envolvendo em um dos maiores mistérios dos EUA.
O começo da
vida de Belle Gunness é rodeado de especulações, sabe-se que ela
nasceu na Noruega, em 11 de novembro de 1859. Acredita-se que ela tenha se
mudado para os Estados Unidos, em 1881, após ser atacada por um homem e perder
seu bebê, após esse fato a personalidade de Belle mudou
completamente.
Batizada como Brynhild Paulsdatter Størset, a norueguesa decidiu americanizar seu nome, daí nasceu Belle. Segundo sua irmã, Nellie Larson, sua maior fraqueza era o dinheiro, o que mais tarde provou ser a causa de seus crimes.
Primeiro
homicídio.
Morando em
Chicago, nos Estados Unidos, em 1884, casou-se com Mads Ditlev Anton
Sorenson. Após seis anos de casamento, em julho de 1900, Mads morreu
de Sorenson morreu de hemorragia cerebral, explica o New York Post.
No dia do
enterro, ela foi retirar o dinheiro do seguro que tinha em nome do marido. Com
o valor, Gunness comprou uma fazenda na cidade de La Porte, em Indiana, Estados
Unidos — mudou-se para lá com as três filhas do casal.
O senso
americano de Chicago, que contabilizava famílias na região, registrou que Belle tinha
quatro filhos: Caroline, Axel, Myrtle e Lucy. Sendo
que dois deles, Caroline e Axel, morreram ainda na infância (os
dois possuíam seguro, que foram pagos após a morte). Viviam com ela na
fazenda, Lucy, Myrtle, e a filha adotada, Morgan.
La Porte.
Em La
Porte, Belle conheceu o norueguês Peter Gunness, em abril de
1902 eles se casaram. Uma semana depois, a filha de Peter é
encontrada morta dentro de casa. Oito meses mais tarde é o marido quem morre.
Segundo a homicida, uma máquina de moer caiu em cima do homem e o
matou instantaneamente. Mais uma vez, ela recebeu o seguro em dinheiro.
Depois, mais
um caso intrigante. Jennie Olsen, filha adotiva, desapareceu. Belle afirmou
que havia enviado a garota para um colégio interno — anos mais tarde, seu corpo
seria encontrado enterrado em sua propriedade.
A serial killer fez um anúncio no jornal local chamando
homens ricos que desejavam juntar sua fortuna com a dela. Era o início de anos
de assassinatos.
Diversos
homens viajavam para a fazenda de Belle — sempre levando sua fortuna
em dinheiro — e jamais voltavam.
“Como muitos
psicopatas, ela foi muito perspicaz na identificação de possíveis vítimas”,
explicou Harold Schechter, autor de “Hell's Princess: The Mystery of Belle Gunness,
Butcher of Men", conforme o New York Post. “Eram solteiros noruegueses
solitários, muitos completamente isolados das suas famílias. Ela os enganou com
promessas de culinária norueguesa caseira e pintou um retrato muito sedutor do
tipo de vida que eles desfrutariam.”
Um desses
homens foi o agricultor Andrew Helgelien, que viajou da Dakota do Sul para
Indiana, a fim de conhecer a mulher, levando todas suas economias — o que Gunness o
recebeu com fervor. Alguns dias depois, o homem desapareceu, e Belle foi
ao banco descontar um cheque em seu nome. No entanto, não foi o único.
Ray Lamphere.
Ray
Lamphere era apaixonado por Belle, e fazia tudo que ela lhe pedisse,
entretanto, acabou chutado pela amada, que, na época, receberia Helgelien.
Gunness o
demitiu em fevereiro de 1908, e alertou as autoridades da cidade sobre o perigo
que Ray poderia ser para a comunidade, alegando que ele sofria de
insanidade.
Um teste foi
realizado e Lamphere foi liberado. Alguns dias depois, ela voltou
para prestar uma queixa, dizendo que ele havia ameaçado sua família e tentado
invadir sua residência.
Diante da
gravidade da situação, a mulher passou a ter medo de que Lamphere atentasse
contra sua vida e de seus filhos.
Dias depois, o
funcionário de Belle, Joe
Maxon, contratado para substituir Ray Lamphere, acordou e percebeu que
a casa estava ardendo em chamas, explica a obra de Harold Schechter. Correu em
busca de ajuda, mas já era tarde. Os filhos de Gunness foram
encontrados mortos juntos a um cadáver sem cabeça, que julgaram ser dela.
As
autoridades, que já estavam cientes das supostas ameaças que Ray havia
feito à família Gunness, acusaram-no de incêndio criminoso. O homem, no
entanto, sempre negou a autoria do crime.
O esqueleto
decapitado.
Apesar de
identificarem o esqueleto sem cabeça como sendo de Belle, os vizinhos
negaram que o cadáver pertencia à mulher, repercutiu o Norwegian Ridge. A autópsia comparou o
esqueleto encontrado no incêndio com as roupas da serial killer, e registros em
lojas de departamento, a conclusão foi a mesma: não era Belle.
A dúvida sobre
a identidade atrás do cadáver decapitado gerou outra investigação, ainda mais
terrível. Após Asle Helgelien chegar a La Porte em busca do paradeiro
do irmão, que havia sido visto pela última vez em contato com Belle, uma
busca na fazenda da assassina teve início.
Todos os dias
corpos eram desenterrados do solo da propriedade, incluindo de Jennie
Olsen, Andrew Helgelien.
O número total
de vítimas varia de uma fonte para outra. Conforme repercutido pelo New York
Post, um total de doze corpos foram encontrados na propriedade, no entanto, o
Guinness, livro dos recordes, cita 28 corpos.
Ray Lamphere foi
acusado de cometer todos os assassinatos, mas confessou posteriormente que
nunca matou ninguém. Ele foi condenado à prisão pelo incêndio e morreu na
cadeia um ano depois, de tuberculose.
Paradeiro
desconhecido.
Conforme o
livro 'Lady Killers Profile: Belle Gunness', também de Harold Schechter, em uma
suposta última confissão, ele teria dito que o corpo decapitado pertencia a uma
vítima, que Gunness havia assassinado poucos dias antes do incêndio.
E que tudo fazia parte de seu plano de fuga. Ela havia envenenado as crianças
até a morte e posicionado junto ao corpo da mulher. Depois ela teria fugido
para outra cidade. A informação nunca foi confirmada.
Nas décadas
seguintes diversas pessoas afirmaram ter avistado Belle em lugares
como Chicago, São Francisco, Nova York, e Los Angeles. Existe uma teoria de que
ela seria Esther Carlson, uma mulher acusada de matar o marido envenenado,
repercutiu o Chicago Tribune em 2008, no entanto, não passa de um rumor. O
destino da serial killer permanece desconhecido até hoje.
“Ambas as possibilidades parecem igualmente plausíveis para mim”, explicou Harold Schechter sobre o destino de Belle, segundo o New York Post. “Depois de passar anos nesse horror, pude vê-la finalmente querendo acabar com isso. Por outro lado, dada a personagem insidiosa que ela era, posso igualmente imaginá-la encenando tudo. Todos com quem conversei e que leram o livro sentiram fortemente que ela se safou. Não posso dizer que sim.”
*Matéria
atualizada com mais informações sobre o caso.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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