Seguidores

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ferreira da Gazeta - Seresteiro

Por: José Mendes Pereira


José Ferreira Filho
           
           José Ferreira Filho nasceu em Mossoró, no dia 15 de Agosto de 1946.  Quando criança fez de tudo para adquirir o sustento,  como por exemplos: levar feira, mala, dar recados, vender guloseimas, bombons e outros.
            Começou a trabalhar em jornal muito jovem, e no dia 10 de Junho de 2010, havia completado  cinquenta anos no ramo gráfico. Era uma das suas paixões, e jamais deixou de fazer um bom trabalho; tinha interesse pelo jornalismo.
           Iniciou na tipografia   derretendo  o chumbo para alimentar as linotipos, e posteriormente tornou-se tipógrafo, fazendo chapas, distribuindo tipos nas caixetas, paginando o jornal.
            Na continuidade dos seus trabalhos, foi oferecido a oportunidade de aprender a operar as linotipos, máquinas que eram muito difíceis o seu manejo para  principiantes, mas ele sendo inteligente, logo passou a ser um dos operadores proficionais de uma delas,  e foi um grande linotipista.   
            Após sua saída do jornal "O Mossoroense" foi para a "GAZETA DO OESTE, a convite de seu fundador, Canindé Queiroz, em 1982.

Canindé Queiroz - ex-prefeito de Mossoró
           
             E no dia  30 de Abril de 1982, foi nomeado chefe das oficinas da gráfica. Mas  como ainda tinha um acordo com o jornal "O Mossoroense", tomou posse somente no "Jornal Gazeta do Oeste", no dia 02 de Junho de 1982. Ele foi o autor da série "Nossos Valores". Devido ter trabalhado muitos ano na "Gazeta do Oeste", foi alcunhado por "Ferreira da Gazeta".
            Nos anos setenta, ele e eu trabalhamos juntos na "Editora Comercial S/A., nos dias de hoje extinta. Era uma empresa que dominava duas emissoras, "Rádio Difusora de Mossoró" e "Rádio Difusora de Areia Branca", sendo que esta última foi desativada, não sei, talvez por não estar com a documentação legal. E uma rede de cinemas, "Cine Caiçara de Mossoró", "Cine Jandaia de Mossoró" e "Cine Miramar de Areia Branca".
            No período em que nós trabalhávamos juntos, José Ferreira já era linotipista, e eu fazias as confecções manuais das chapas, isto é, juntando letras por letras para fazer as composições.
            Posteriormente José Ferreira saiu da "Editora Comercial S/A.", e eu que já havia aprendido operar a linotipo, passei a ser o linotipista da empresa, quando fazia as composições de orçamentos de diversas prefeituras do Alto Oeste potiguar.

Dr. Vingt-un Rosado Maia
           
            Além dessas eu fazia linotipicamente a composição dos livros da "Coleção Mossoroense", uma Fundação criada pelo Dr. Vingt Rosado Maia, sendo que esta dar oportunidade a diversos autores de livros, tanto a profissionais como a principiantes.

FERREIRA - ARTISTA

         José Ferreira Filho não só foi jornalista, como também foi um dos melhores seresteiros de Mossoró e da região. Gostava de divertir o seu cativo público em diversas casas de Shows. Tanto era amante do jornalismo como também da música.
          Em anos remotos, na década de setenta, eu residia na "Casa de Menores Mário Negócio", uma instituição que dava assistência a menores, sob o domínio do "SAM" -  Serviço de Assistência ao Menor", que foi substituído pela "FEBEM", e José Ferreira Filho era casado com uma senhora irmã da Vice-diretora desta instituição.
          Como eu ainda aos dezoito anos achava bonito o toque de violão, tomei emprestado o seu, para que eu pudesse aprender algumas notas (coisa que nunca eu aprendi, e dos piores violonistas eu sou o pior), mas por má sorte quebrei o seu amado e zeloso violão.

Ferreira, viúva Marlete e sua filha Milena

            Os dias foram se passando e eu com vergonha de falar para ele o que tinha acontecido com o seu instrumento, fiquei na moita. Ele me mandou um recado que eu fosse devolvê-lo. Não havia outro jeito, contei o que tinha acontecido. Mas ele foi  comprensivo e me pediu que eu mandasse consertá-lo, isso acontecia com qualquer um.
            Prcurei um carpinteiro de primeira categoria, e mandei consertá-lo. Dias depois eu fui entregá-lo. Não sei se foi apenas para me agradar, mas o serviço feito pelo carpinteiro foi elogiado por ele.
            Os tempos se passaram e perdemos por completo o contato. Anos depois eu soube que ele estava fazendo serestas por essa Mossoró e região. E posteriormente o encontrei e lhe fiz a seguinte pergunta:
            - Ferreira quando você descobriu que é cantor?
            Ele me respondeu o seguinte:
            - Para te falar a verdade, nem eu mesmo sei. Comecei a me apresentar por aí, o público tem gostado e eu continuo fazendo as minhas serestas.
            José Ferreira foi sem dúvida um dos melhores seresteiros do Rio Grande do Norte.
           José Ferreira Filho, ou Ferreira da Gazeta faleceu no dia 17 de Agosto de 2010, vítima de problemas pulmonares.

PALAVRAS DO POETA ANTONIO FRANCISCO


"Em um momento que quase cheguei a falecer, Ferreira fez um poema pedindo a Deus para não me levar. Hoje tenho certeza que o céu levou meu amigo por que estava precisando de pessoas boas por lá”.
 
          Antônio Francisco Teixeira de Melo (Mossoró, 21 de outubro de 1949) é um cordelista potiguar. É filho de Francisco Petronilo de Melo e Pêdra Teixeira de Melo. Graduado em História pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Poeta popular, cordelista, xilógrafo e compositor, ainda confecciona placas.
          Aos 46 anos, muito tardiamente, começou sua carreira literária, já que era dedicado ao esporte, fazia muitas viagens de bicicleta pelo Nordeste e não tinha tempo para outras atividades. Muitos de seus poemas já são alvo de estudo de vários compositores do Rio Grande do Norte e de outros estados brasileiros, interessados na grande musicalidade que possuem.
           Em 15 de Maio de 2006, tomou posse na Academia Brasileira de Literatura de Cordel, na cadeira de número 15, cujo patrono é o saudoso poeta cearense Patativa do Assaré. A partir daí, já vem sendo chamado de o “novo Patativa do Assaré”, devido à cadeira que ocupa e à qualidade de seus versos.

Este blog deseja que o Ferreira da Gazeta seja abençoado por
Deus por onde ele estiver.


Um comentário:

  1. Houve um equívoco de minha parte, porque eu falei que conheci Ferreira da Gazeta no final dos anos 70, mas foi no final da dos anos 60. O problema é que não posso mais mexer no texto, devido o google não reconhece mais o meu e-mail.

    ResponderExcluir