O registro
fotográfico que a imagem 01 guardou, mostra o lado boêmio da cidade de
Mossoró-RN, nos idos da década de 50 do Século XX. As pessoas que foram
identificadas nesta foto são: 1. Renato Costa, (1917-1976), o fundador da Rádio
Difusora de Mossoró-RN, 2. Raimundo (Bibiu) Gurgel, sócio-proprietário da
Casa Bancária S. Gurgel, e ao lado direito do número 2, o fotógrafo Manuelito
Pereira (1910-1980).
As pessoas
estão reunidas em torno da mesa do bar, o Farolito Bar, ponto de encontro
dos homens de negócio da sociedade local, cujo endereço era na R. Cel. Vicente
Sabóia, conforme informado pelo site de origem desta imagem, o Azougue.
É provável que estivessem a comemorar uma data significativa, considerando que
estão usando trajes formais e brindando com taças para espumante.
Raimundo
Soares de Brito, (1920), nas obras referenciadas, principalmente em Páginas
Arrancadas (memórias), traça pinceladas, de forma
nostálgica, sobre a estória deste bar, seus donos, seus clientes que
fazem parte da história local. Em suas mesas negócios foram feitos,
segredos revelados, campanhas políticas discutidas, decisões tomadas, enfim, a
história era realizada.
Em primeiro
lugar, o local de funcionamento deste bar, nas décadas de 40 e 50 do
século passado, era na Praça Vigário
Antonio Joaquim, na porta térrea do prédio de Delfino Freire que
corresponde ao casarão de dois pisos, o primeiro à esquerda da imagem 02.
Este chalé, no
final da década de 50, desapareceu dando lugar ao Esperança Palace Hotel,
o primeiro hotel de luxo da cidade. E no espaço onde havia o bar, após a
inauguração do hotel na década de 60 do mencionado século, passou a funcionar
uma lanchonete intitulada o Skinão, que segundo o autor, era um ponto
chique de encontro da juventude local da época. Um dos proprietários do Farolito foi
justamente o referido autor, quando de suas investidas no ramo do comércio, que
aliás, também, foi proprietário do bar-café, O Botijinha, que será objeto
de uma futura postagem.
Posteriormente, o Farolito
Bar passou a ser propriedade de Francisco Medeiros Cunha, o popular
Medeirinho Cunha, (1916-1975), natural de Augusto Severo atual Campo Grande,
radicado em Mossoró por longos anos, exerceu a profissão de fotógrafo e
proprietário do Foto Íris. Conforme Raimundo Soares de Brito, "era um
profissional de bastante conceito, era fino na maneira de tratar as
pessoas. Tinha muito bom gosto tanto na maneira de vestir quanto na escolha de
seus equipamentos, máquinas, flashes e ampliadores ..".
Medeiros Cunha
foi homenageado como patrono de rua, no Conjunto Abolição III, conforme Decreto
de 05/03/1979.
Citarmos as
fontes é respeitar quem pesquisou e dar credibilidade ao que escrevemos.
Télescope.Fontes: BRITO, Raimundo Soares de., (1920). Páginas
Arrancadas, Coleção O Mossoroense, Fundação Vingt-un Rosado, abril de 2010,
e, Ruas e Patronos de Mossoró (Dicionário), Vols I e II,
Coleção O Mossoroense, Fundação Vingt-un Rosado, setembro de
2003; Provável autoria da imagem 02: Manuelito Pereira, 1910-1980; Fonte dos
arquivos fotográficos P&B - Site Azougue. - Índice
das Matérias Publicadas em Memória Fotográfica
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