Autoridade na
cultura do Nordeste do Brasil, o historiador Frederico Pernambucano de Mello
nos apresenta o livro Benjamin Abrahão: entre anjos e cangaceiros (Escrituras
Editora), que traz a biografia do secretário particular do padre Cícero, do
Juazeiro, de 1917 a 1934, além de fotógrafo autorizado do cangaceiro Lampião,
tendo acompanhado os diferentes bandos de que este dispunha em sete Estados do
Nordeste, no meado de 1936, creditando-se como responsável pela mais completa
documentação do cangaço jamais obtida, ao incorporar a imagem cinematográfica
às velhas fotografias conhecidas.
A obra é ensaio interdisciplinar que ocupou boa parte da vida do autor, e também um livro de arte, com dezenas de fotografias e de fotogramas históricos da trajetória do sírio Benjamin Abrahão Calil Botto -- um “conterrâneo de Jesus”, como se declarava, por conta do nascimento em Belém, na Terra Santa --, que desembarcou no Porto do Recife em 1915, aos 15 anos de idade, fugindo da Grande Guerra, para trilhar uma aventura extraordinária pelos sertões do Brasil setentrional.
Particularmente importante, pela originalidade, é a revelação da matriz setecentista e estrangeira do pensamento social brasileiro dos anos 1930 sobre o cangaço, presente, sobretudo no chamado romance nordestino, tendente a culpar a sociedade e a desculpar os excessos dos protagonistas do fenômeno. O mesmo se diga sobre a revelação, de todo desconhecida até o presente, dos esforços de apropriação internacional do apelo épico que o tema encerra, por parte das facções travadas em luta de morte ao longo da década aludida: o Reich alemão contra o Soviete russo, Hitler contra Stalin, ao tempo em que Lampião dava as cartas na caatinga.
O livro traz ainda apêndice com a reprodução de importantes documentos, colhidos em pesquisa que contou com o apoio de muitos colaboradores e instituições, como a Fundação Joaquim Nabuco, do Recife, a Cinemateca Brasileira de São Paulo, os arquivos Renato Casimiro/Daniel Walker, do Juazeiro, e da antiga Aba-Film, de Fortaleza, ambos do Ceará, entre outros.
A obra é ensaio interdisciplinar que ocupou boa parte da vida do autor, e também um livro de arte, com dezenas de fotografias e de fotogramas históricos da trajetória do sírio Benjamin Abrahão Calil Botto -- um “conterrâneo de Jesus”, como se declarava, por conta do nascimento em Belém, na Terra Santa --, que desembarcou no Porto do Recife em 1915, aos 15 anos de idade, fugindo da Grande Guerra, para trilhar uma aventura extraordinária pelos sertões do Brasil setentrional.
No livro, Pernambucano de Mello, reconhecido por Gilberto Freyre, já em 1984,
como “mestre de mestres em assuntos de cangaço”, apresenta pesquisa profunda,
feita ao longo de 40 anos. Pela primeira vez, é divulgado o conteúdo da
caderneta de campo deixada por Benjamin Abrahão, recolhida pela polícia no
momento de seu assassinato com 42 punhaladas, no começo de 1938, no sertão de
Pernambuco, aos 37 anos de idade. Cobrindo os anos da missão sobre o cangaço, a
caderneta abrange o período 1935-1937, com lançamentos alternados em português
e em árabe, assim impusesse a necessidade de sigilo sobre o assunto. O
historiador trabalhou por três anos, com dois professores de árabe, traduzindo,
ponto a ponto, o conteúdo averbado -- muitas vezes resultante de conversas
noite adentro com Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros -- que são relatos
que matam polêmicas e contestam versões atuais sobre fatos e figuras das
décadas de 1910, 1920 e 1930, como o polêmico Floro Bartolomeu da Costa e a
apregoada amizade entre Lampião e o padre Cícero, além de informações que dizem
respeito ao real combate do Batalhão Patriótico à Coluna Prestes, para o qual
traz entrevista inédita que fez com Prestes, em 1983, no Recife.
Particularmente importante, pela originalidade, é a revelação da matriz setecentista e estrangeira do pensamento social brasileiro dos anos 1930 sobre o cangaço, presente, sobretudo no chamado romance nordestino, tendente a culpar a sociedade e a desculpar os excessos dos protagonistas do fenômeno. O mesmo se diga sobre a revelação, de todo desconhecida até o presente, dos esforços de apropriação internacional do apelo épico que o tema encerra, por parte das facções travadas em luta de morte ao longo da década aludida: o Reich alemão contra o Soviete russo, Hitler contra Stalin, ao tempo em que Lampião dava as cartas na caatinga.
O livro traz ainda apêndice com a reprodução de importantes documentos, colhidos em pesquisa que contou com o apoio de muitos colaboradores e instituições, como a Fundação Joaquim Nabuco, do Recife, a Cinemateca Brasileira de São Paulo, os arquivos Renato Casimiro/Daniel Walker, do Juazeiro, e da antiga Aba-Film, de Fortaleza, ambos do Ceará, entre outros.
Sobre o autor:
Frederico Pernambucano de Mello e Jô Soares
FREDERICO PERNAMBUCANO DE MELLO possui formação em história e direito. Na
Fundação Joaquim Nabuco, do Ministério da Educação, integrou a equipe do
sociólogo Gilberto Freyre, de 1972 a 1987, período em que se especializou no
estudo da cultura da região Nordeste do Brasil, tendo publicado os seguintes
livros: Rota batida: escritos de lazer e de ofício, Recife, Edições Pirata,
1983; Guerreiros do sol: violência e banditismo no Nordeste do Brasil, Recife,
Editora Massangana/ Fundação Joaquim Nabuco, 1985 [ora em 5ª edição pelo selo A
Girafa, de São Paulo]; Quem foi Lampião, Recife-Zürich, Stähli Edition, 1993
[ora em 3ª edição]; A guerra total de Canudos, Recife-Zürich, Stähli Edition,
1997 [ora em 3ª edição pela A Girafa]; Delmiro Gouveia: desenvolvimento com
impulso de preservação ambiental, Recife, Editora Massangana/ Fundação Joaquim
Nabuco-CHESF, 1998; Guararapes: uma visita às origens da Pátria, Recife,
Editora Massangana/Fundação Joaquim Nabuco, 2002; Tragédia dos blindados: a
Revolução de 30 no Recife, Recife, Editora Massangana/Fundação Joaquim Nabuco,
2007; Estrelas de couro: a estética do cangaço, São Paulo, Escrituras Editora,
2010, livro finalista do Prêmio Jabuti de 2011, nas categorias projeto gráfico
e ciências humanas. É membro dos Institutos Históricos de Pernambuco,
Alagoas e Rio Grande do Norte, do Instituto de Geografia e História Militar do
Brasil, e da Academia de História Militar Terrestre, tendo sido curador
internacional da Fundação Bienal de São Paulo para a Mostra do Redescobrimento
– Brasil 500 Anos, São Paulo, 2000, e presidente da União Brasileira de
Escritores – Seção de Pernambuco. Na Academia Pernambucana de Letras,
ocupa a cadeira 36 desde o ano de 1988. Pela originalidade de seus estudos,
pelo volume da obra que produziu, e por se dedicar a aspectos de nossa história
considerados ásperos e de pesquisa difícil, tem sido considerado o “historiador
do Brasil profundo”, na palavra do professor Nelson Aguilar.
Prefácio:
Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes.
Texto das orelhas José
Nêumanne Pinto
Gênero História/Cangaço e cangaceiros/Usos e costumes/Ensaio
interdisciplinar.
Formatobrochura, com mais de "97 imagens.
Páginas "352
Carmen Barreto – comunicação e imprensa
imprensa@escrituras.com.br
escrituras editora e distribuidora de livros ltda.
Dados sobre pedido da obra
Preço? R$ 45,00 (Quarenta e cinco reais) e com frete já
incluso.
Onde comprar?
Com nosso revendedor oficial Professor
Pereira através do
E-mail franpelima@bol.com.br
ou pelos tels. (83)
9911 8286 (TIM) - (83) 8706 2819 (OI).
Podem comparar a oferta, façam
simulações de compra nos demais revendedores na Internet.
http://cariricangaco.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário