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domingo, 9 de fevereiro de 2014

PEDRA DO INGÁ – INTRIGANTE E MARAVILHOSA

Publicado em 08/02/2014 por Rostand Medeiros


Há aproximadamente 5000 mil anos, os antigos habitantes do Ingá registravam a sua história. 


Registros que atravessou séculos de história e encantam quem os conhece, enchendo de orgulho os seus herdeiros, os cidadãos paraibanos e, porque não, todos os nordestinos.


O estranho monólito que compõe a Pedra do Ingá é conhecido praticamente desde a descoberta do Brasil, pois se sabe que o mesmo foi citado pela primeira vez em 1618, no livro Diálogos da Grandeza do Brasil, atribuído ao português Ambrósio Fernandes Brandão.  É provável que este monumento tenha seu lugar reservado entre os mais intrigantes enigmas arqueológicos já descobertos em nosso planeta.


É sabido que se trata do maior, mais complexo e mais misterioso conjunto rupestre que reporta a um passado desconhecido e carrega consigo uma grande quantidade de caracteres e signos ainda por serem decifrados. Esta colossal pedra cifrada está localizada no Estado da Paraíba, na Serra da Borborema, município de Ingá, às margens do rio de mesmo nome, antigo Bacamarte, a 85 km de João Pessoa e a 35 km de Campina Grande. Estes registros tornaram esta pequena cidade grandiosa no debate sobre Patrimônio Histórico.


Na época das chuvas este grande monólito fica parcialmente encoberto pela água e no tempo seco pode ser visto em sua totalidade, além de que o leito do rio fica completamente seco, com apenas algumas poças d’água espalhadas em quase toda a sua extensão.


Que registros são esses? Sobre o que eles falam? As Itacoatiaras do Ingá formam um paredão de 15 metros de extensão por 2,30. São inúmeras inscrições na pedra, compondo um sistema de signos/símbolos com inúmeras probabilidades de entendimento. Por isso, podemos afirmar que a arte rupestre das Itacoatiaras do Ingá representam um dos vestígios mais importantes dos primeiros habitantes da Paraíba.


Este conjunto de inscrições rupestres possui uma excepcionalidade, tanto em relação à sua forma e métodos utilizados, quanto à sua complexidade e execução de sua vasta petrografia. Além disto, suas insculturas parecem ter sido rigorosamente planejadas, traçadas e executadas, criando assim certa dificuldade junto aos estudiosos.


Recentemente dois pesquisadores voltaram-se para estudar a chamada “Pedra do Ingá”, o arqueólogo Juvandi Santos (2007) cuja preocupação maior está voltada para a comprovação da existência de sítios arqueológicos em cada mesorregião da Paraíba, como também para a sistematização das gravuras ou produção cultural encontrada em cada um.


Já o historiador Vanderley Brito (2008) teve por motivação maior conseguir desfazer as “impressões fantasiosas”, de que seres extraterrestres teriam feito as marcações na Pedra do Ingá, e provar que as inscrições são obras de paleoíndios (os primeiros nativos que ocuparam o Brasil). Em sua pesquisa Brito desenvolveu uma metodologia de estudos sobre gravuras que vem se destacando quando o assunto é arte rupestre.



Estes dois trabalhos são importantíssimos na redescoberta da pré-história da Paraíba, uma linha de pesquisa pouco desenvolvida e, portanto, pouco valorizada. Talvez resulte dessa ausência de valorização com Patrimônio histórico o esquecimento e o abandono por parte não só das autoridades, como da própria sociedade.


Assim, ao conhecer as riquezas arqueológicas da fabulosa “Pedra do Ingá” aprendemos a valorizar, a cuidar e preservar este nosso tesouro. A Paraíba e o Nordeste agradecem!


Fotos – Professor e fotógrafo Arnaldo Vitorino da Silva, de Santa Cruz do Capibaribe, Pernambuco.

Fontes – Texto produzido através dos escritos de Érica Fabrícia C. da Silva – http://humanaspanorama.wordpress.com/2012/03/21/110/ e J.A. Fonseca – http://www.aforteanosla.com.ar/Colaboraciones/brasil/articulos/fonseca%20pedra%20inga.htm 

Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros 

http://tokdehistoria.wordpress.com/ 
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Um comentário:

  1. Anônimo20:34:00

    Pois é caros professores Mendes e Medeiros, que bela pedra essa das Terras da Paraíba, Estado vizinho aos senhores!
    Se aqui em nossa Serrinha existisse uma beleza dessa, eu passaria a residir às margens do rio onde situa-se tão bonita pedra com seus caracteres - até aqui -, indecifráveis. Muito, muito bonita.
    Abraços,
    Antonio José de Oliveira - Povoado Bela Vista - Serrinha - Bahia

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