Por Clerisvaldo B.
Chagas, 23 de maio de 2014 - Crônica Nº
1.195
O pesquisador tem que rodear muito. Pode rodar do centro de Santana do Ipanema via povoado São Félix que fica fora do eixo Santana-Maceió. São doze quilômetros até ali, por uma estrada de terra razoável. Seguindo em frente o curioso percorrerá grotas e grotões pouco habitados, beirando a fronteira com Pernambuco até chegar a uma imensa área de areia branca, onde está o sítio denominado Pedra Rica.
Pinturas
rupestres da Serra da Capivara, Piauí.
As imediações
de uma escola municipal parece ser o ponto de referência de circulação da área.
Está bem pertinho do prédio o lajeiro responsável pela denominação de Sítio
Pedra Rica que supõe riqueza financeira. Mais fácil, porém, não menos longe é
seguir para o local através do município de Dois Riachos, passando pela sede
num roteiro de terra branca em melhores condições.
Segundo
comentários dos habitantes do lugar, foi enterrado na periferia do lajeiro um
tesouro de muitas joias e moedas de ouro, em tempo que ninguém sabe definir. Os
moradores são cautelosos, entretanto, diante da pergunta se alguém do sítio
Pedra Rica tentou encontrar esse tesouro existe uma apatia ou certo receio de
falar sobre o assunto.
Conduzidos por
um guia fomos até o local, onde existe no lajeiro uma pedra arqueada para
dentro, habitada por ferozes marimbondos. A primeira vista não vimos vestígios
de esqueletos, cerâmica, flechas ou outro material naquela parte rochosa, mas a
pintura rupestre está presente no teto da pedra, mostrando círculos e outras
formas comuns, como as encontradas em outros lugares do Brasil.
Talvez tenha
sido a imaginação popular a autora de tantas joias e moedas de ouro que estão
enterradas pela região. Os desenhos rupestres despertam o imaginário das
pessoas simples do lugar que não percebem que o verdadeiro tesouro são as
marcas deixadas pelos nossos antepassados e que irão enriquecer o estudo da
História e outras ciências afins. Os vestígios, entretanto, sugerem uma
pesquisa mais apurada nas imediações que é assim que se encontra um sítio
arqueológico.
Estima-se que
existam cerca de 20 mil sítios arqueológicos espalhados por todo território
brasileiro. Todos os sítios são considerados, por lei, patrimônio da União,
devendo contar com proteção especial, pois fazem parte da história do povo
brasileiro e das Américas.
A pequena
amostra de pintura rupestre do sítio Pedra Rica pode ser “a ponta de um
iceberg” na região ou apenas um caso isolado de passagem rápida de indígenas.
Muito mais difícil é considerar a lenda de que aquela pedra fora apenas um
ponto de referência para enterro de riquezas por parte de aventureiros. De
qualquer modo não ficou ignorada A LENDA DO SÍTIO PEDRA RICA.
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Nobre historiador Clerisvaldo: O meu boa-tarde.
ResponderExcluirQuando você relata o tesouro do Sítio da Pedra Rica na sua bela Cidade de Santana do Ipanema, faz-me lembrar da nossa Serra de São Caetano, aqui no Povoado Bela Vista, Município de Serrinha-Bahia, onde provavelmente tenha havido um quilombo; quilombo esse exterminado por um Capitão-do-mato de nome JOSÉ JOAQUIM, que após o extermínio tomou posse das terras onde os escravos fugitivos implantaram seus mocambos. O José Joaquim, de Capitão-do-mato passou a ser assaltante de estrada, ali mesmo na fazenda (serra) que ele ganhou como recompensa, uma vez que o lucro era pouco para manter seus asseclas. Roubava os fazendeiros que transitavam na chamada Estrada Real para vender suas boiadas e negociarem com ouro. O ouro e o dinheiro dos negócios eram tomados pelo "Capitão". Acontece que, quando a polícia o expulsou para outras terras, ele (dizem) abandonou tudo nas grandes fendas das pedras da serra há quase 200 anos. Cremos que lá, muito bem guardado estão os ouros roubados. Resta alguém descobrir, se é que existem.
Abraços,
Antonio Oliveira - Povoado Bela Vista-Serrinha-Bahia - E-mail: antonioj.oliveira@yahoo.com.br