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terça-feira, 12 de agosto de 2014

BULHÕES E O TEMPO

Por Clerisvaldo B. Chagas, 12 de agosto de 2014 - Crônica Nº 1.238

Vendo a figura de Silvio Bulhões, filho de Corisco e Dadá, nas redes sociais, demos uma boa recuada no tempo. É que sempre tivemos a expectativa de que o professor do curso médio e funcionário público estadual escrevesse um livro sobre o seu pai adotivo. Achamos, porém, que Silvio não pensou no assunto quando na realidade tinha o “diabo louro” na cabeça.

Ficamos pensando, então, porque outras pessoas ilustres que viveram e conviveram com o pároco não o fizeram. No livro “O boi, a bota e a batina, história completa de Santana do Ipanema”, todos os padres que serviram as duas Paróquias estão representados, entretanto, o significado do padre José Bulhões para Santana do Ipanema e sertão alagoano, ganha relevo na influência regional do catolicismo no semiárido.

O vigário, oriundo da região sanfranciscana de Belo Monte, Alagoas, nascera em 03 de junho de 1886. Ordenara-se na Catedral de Maceió, em 08 de dezembro de 1912 e, dois dias após, celebrava a sua primeira missa na capela do Senhor Jesus do Bonfim, no Bairro do Poço, na mesma Maceió.


Em 1917, Bulhões chegou a Santana do Ipanema como coadjuvante do padre Manoel Capitulino de Carvalho que também era político. Tomou posse como vigário da Paróquia de Senhora Santa Ana aos 26 dias de janeiro de 1919, contando com trinta e dois anos de idade, completos. Passou para a história conhecido como padre Bulhões e, seu período foi muito conturbado entre secas, cangaceirismo e movimentos volantes da polícia de Lucena Maranhão.

Bulhões se entendia muito bem com Lucena. A partir da morte do coronel comerciante, Manoel Rodrigues da Rocha, em 1920, assumiu papel preponderante da história municipal, tornando-se figura de destaque em parceria com José Lucena, até o seu falecimento acontecido em 17 de outubro de1952.

Muitos episódios em Santana e região envolvem o padre Bulhões que depois se tornou cônego. Foi ele o responsável pela segunda reforma da igreja Matriz da Padroeira, com o padre Fernandes Medeiros (pró-pároco) natural do Poço das Trincheiras, 1949-1951.

Bulhões participou de todos os eventos sociais de Santana, exercendo rigorosa liderança local.

Com o seu falecimento, o padre Fernandes Medeiros foi deslocado para Penedo, ganhando assim a Paróquia um novo vigário, vindo da serra da Mandioca, Palmeira dos Índios. Começa nova fase santanense com o padre Luiz Cirilo Silva, o mais popular dos vigários de Santana. É assim que o livro da nossa autoria: “O Boi, a bota e a batina, história completa de Santana do Ipanema”, apresenta isso e muito mais em BULHÕES E O TEMPO.

CLERISVALDO B. CHAGAS
Romancista – Historiador – Poeta – Cronista.
Autobiografia

          Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo (Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antônio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966. Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol. Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Regressou novamente a sua terra onde foi pesquisador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ─ IBGE. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde ─ AESA, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió ─ CESMAC, (2003).
         Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas estaduais: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas e, nas escolas municipais: São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL. Membro fundador da Associação Guardiões do Rio Ipanema (atual vice-presidente).
         Em sua trajetória literária, Clerisvaldo Braga das Chagas, escreveu seu primeiro livro, o romance Ribeira do Panema (1977). Daí em diante adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance -1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados); Santana do Ipanema, conhecimentos gerais do município (didático – 2011); Ipanema, um rio macho (paradidático – 2011); Sebo nas canelas, Lampião vem aí (peça teatral – 2011); Negros em Santana (paradidático – 2012); Lampião em Alagoas (história nordestina brasileira – 2012).
      Em breve: O boi a bota e a batina, história completa de Santana do Ipanema (história); 227 (história iconográfica de Santana do Ipanema); Fazenda Lajeado (romance); Deuses de Mandacaru (romance); Colibris do Camoxinga (poesia selvagem); 100 milagres do padre Cícero (história e fé).

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