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terça-feira, 14 de outubro de 2014

Pavilhão Vitória - 05 de Outubro de 2014

Por Geraldo Maia do Nascimento

O padre Luís Ferreira da Cunha Mota foi o prefeito que mais tempo passou na administração do Município de Mossoró. Foram nove anos e três meses. A 16 de janeiro de 1936 foi nomeado pelo Dr. Rafael Fernandes para exercer o cargo de Prefeito do Município de Mossoró, permanecendo nessas funções até o começo de novembro do mesmo ano, quando foi convocado, na qualidade de 2º suplente, para ocupar a cadeira de Deputado na Assembleia Legislativa Estadual. Voltou a Mossoró e reassumiu a Prefeitura no dia 23 de dezembro do mesmo ano. Vitorioso nas eleições realizadas a 16 de março de 1937 (1.486 votos), tomou posse como Prefeito constitucional, a 7 de setembro do mesmo ano. Em virtude do golpe de 10 de novembro e implantação do “Estado Novo”, foi confirmado no cargo de Prefeito de Mossoró, por ato do Interventor Federal Dr. Rafael Fernandes, de 16 de dezembro de 1937, prestando compromisso legal de posse, perante o Dr. Juiz de Direito da Comarca, a 30 do mesmo mês e ano. A 5 de abril de 1945 renunciou definitivamente ao cargo e afastou-se da política.
               
Como gestor, procurou implantar melhoramentos tais que proporcionaram a cidade uma aparência moderna e alegre, com implantação de jardins nas praças Vigário Antônio Joaquim, da Independência, Rafael Fernandes e Ulrick Graf; remodelou os jardins das praças da Redenção e Rodolfo Fernandes. 


Nessa última, no centro do jardim, por volta dos anos 40, ergueu um majestoso pavilhão de cimento armado, de aspectos modernista, que chamou de Pavilhão Vitória, numa homenagem à vitória das nações aliadas sobre a Alemanha de Hitler. O Pavilhão tinha sobre o teto um simbólico V, de concreto, com mais ou menos um metro de altura. Tinha formato circular, sendo composto por duas salas fechadas e uma área aberta. Destinava-se a servir como bar, sorveteria e café. O seu primeiro arrendatário foi o senhor Severino Rodrigues, de Pernambuco, que na instalação tratou de implantar algumas modernidades como a geladeira. O Pavilhão Vitória oferecia serviços de bebidas geladas, café, doces e lanches, possuindo ainda seções de confeitaria e charutaria. Os outros arrendatários foram Antônio Jerônimo de Queiroz (mais conhecido por Seutônio), Jeremias Gurgel e Francisco Leonardo Nogueira (Chico Leonardo), dentre outros.
               
Foi por vários anos um agradável ponto de encontro de amigos para os bate-papos sobre qualquer assunto. Era o point da cidade. Todos os que se dirigiam ao cinema Pax para ver um filme ou retornavam de uma sessão cinematográfica ali reservavam algum tempo para um gostoso papo, sempre regado a um gostoso cafezinho.
               
Ao seu redor, pela manhã e a tarde, ficavam os engraxates, alguns bem tradicionais na cidade, com clientela fixa, numa época que era comum o uso de paletó e gravata, principalmente o branco, que amenizava o calor sem perder o estilo. Os sapatos, portanto, tinham que estar sempre polidos.
               
Na década de 60, em nome do progresso e da modernidade, demoliram o Pavilhão Vitória. O grande fotógrafo Manuelito Pereira legou para o futuro a imagem que ilustra este texto. Foi só o que restou de um recanto da cidade que marcou época e que ainda é lembrado por muitos que o frequentaram. 

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Fonte:

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Um comentário:

  1. Anônimo09:37:00

    É pena Professor Geraldo Maia, essa obra dos anos 40 ter sido demolida. Pela foto era um ambiente agradável. Mas, enfim o progresso tem os seus prós e os seus contras.
    Abraços,
    Antonio Oliveira - Serrinha

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