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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A MORTE DO CEL. ZÉ INÁCIO DO BARRO-CE, COITEIRO DE LAMPIÃO.


A MORTE DO CEL. ZÉ INÁCIO DO BARRO-CE, Coiteiro de LAMPIÃO.

Dito coronel reinava absoluto no cariri cearense, mais precisamente no Barro, sendo um forte aliado de cangaceiros, a exemplo de SINHÔ PEREIRA e, posteriormente, LAMPIÃO.


Por questões políticas locais e, falta de apoio fugiu para Goiás, onde, algum tempo depois foi assassinado. Confira na matéria, abaixo. 

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Sousa Neto:

Pelo prestígio junto aos sucessivos presidentes do Ceará, braço direito de Floro Bartolomeu e Padre Cícero, achava o Coronel Zé Inácio estar imune a medidas punitivas pelas ações nefastas realizadas nessa e noutras regiões. O bárbaro assassinato de seu conterrâneo João Flandeiro, o ataque ao Padre Lacerda do Coité, o ataque a Jericó seguido do assalto aos prestigiosos Waldivino Lobo e Adolfo Maia em Catolé do Rocha PB, foi à gota d'água que faria transbordar o vaso da tolerância dos representantes dos Estados que cobravam medidas de repressão contra o Coronel e o seu numeroso exército de bandoleiros. Era março de 1922 quando o seu valhacouto foi cercado por cerca de 300 policiais onde o povo dessa região assistiu estático o desmoronamento do mais famoso covil de assassinos de que já se teve notícias. O Coronel Zé Ignácio em outra Fazenda no sopé da Serra do Trapiá teve notícias do que ora acontecia no Barro, em sua casa, com seus familiares e protegidos. Sem nada a temer pega a sua montaria e segue ao encontro das forças combinadas. É preso em sua residência onde a noite teve a sua fuga facilitada como diferente não haveria de ser. Após alguns dias no seu esconderijo do Trapiá, segue para Juazeiro a procura de auxílio do amigo Padre Cícero que o aconselha a fugir dado a vários problemas que culminaram na determinação do Presidente da República. “O que havia de ser feito, foi feito, você está livre, vá embora, procure Luiz Padre que mudou de vida, não pretendo ter desentendimento com as autoridades”. Foi esse o diálogo naquela noite chuvosa de abril na casa do Padre excomungado. Procurou saber notícias do velho amigo e ex-protegido o que não tardou. Rumou para Goiás. Quem sabe quando baixar a poeira ou entrar outro governador amigo eu não retorne? Chega a Goiás com alguns animais e muito dinheiro, quantia para passar o tempo que fosse necessário e comprar até uma Fazenda caso interessasse. Aquela região não era muito diferente da nossa, o modus vivendi e operandi eram iguais. Porém na companhia do senhor supremo do lugar, o poderoso Coronel Abílio Wolney, um sujeito ardiloso e matreiro de nome Aldo Borges de Araújo se fez amigo do Coronel Zé Ignácio e logo compra os seus animais e toma por empréstimo valiosa quantia em dinheiro. Aldo era um homem inteligente e oportunista, era um criminoso fugitivo que usava conforme a região, nomes distintos para clinicar, pois tinha conhecimentos de medicina. Não era o seu desejo pagar a dívida e por essa razão arquitetou um plano para dar cabo daqueles nordestinos que mostravam bravura e a cada dia conquistava mais e mais a confiança do Coronel Abílio Wolney lhe causando grande inveja. Não tardou para Aldo convencer o Coronel Abílio do perigo que ele corria com a estadia daqueles homens em seu território. Os Piauís como eram chamados o Coronel Zé Inácio, Sinhô Pereira e Luiz Padre tiveram que sair da vila e ir morar na fazenda Prazeres de Antônio Póvoa, cunhado de Luiz Padre. No dia 04 de março de 1923 um domingo à tarde, o velho Coronel chega ao vilarejo e se hospeda na casa de Francisco Liberato Póvoa, também cunhado de Luiz Padre. No dia seguinte pela manhã pede ao Sr. Liberato que diga a Aldo que ele está a sua espera para a prestação de contas. Era a oportunidade que Aldo almejava o Coronel Zé Ignácio se encontrava sozinho. Aldo Borges sinaliza aos seus homens e seguem até a casa de Liberado ao encontro de seu credor. No caminho disse aos seus homens: “quando eu bater com o coice do rifle no chão, é o sinal, atirem nele”. Contam que os homens se acovardaram e Aldo desferiu os primeiros disparos. Vários tiros e múltiplas punhaladas ceifaram a vida daquele que foi por muitos anos o maior protetor de cangaceiros do nordeste, segundo Virgulino Lampião. 

Alguns jornais publicavam inveridicamente a sua morte, enquanto outros contestavam. Talvez uma estratégia de Floro que fez um eloquente discurso na Câmara defendendo o seu amigo e compadre. Mais tarde alguns periódicos dão a notícia verdadeira como vemos nesses recortes.

Abraço!

Fonte da foto e informações: Sousa Neto. Jornal A Luta.12-05-1923

Fonte: facebook

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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