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sábado, 22 de dezembro de 2018

OS DONS LAMPIÔNICOS.

Por Verluce Ferraz

Lampião não aceitava os próprios dons e gostos pelos costumes e desejos das atividades feminis. Entrou cedo para o cangaço, mas rejeitava seus desejos de fazer renda – mesmo admirando a arte – tanto que compôs a letra em demonstração de amor pela avó. Trazendo a Maria de Déia para o convívio do cangaço, (aos trinta e dois anos de idade, (já não era mais tão jovem) é que admitiu a entrada da mulher no seu grupo), agora passará a todos uma aparência de forte, indomável, valentão; superando suas fraquezas através do uso das armas de fogo e de punhal – coisa que jamais abandonou; nem nos momentos de relacionar-se sexualmente com alguma mulher. Algumas vezes procurava uma parceira para dar evasão à sua libido. 

Colorida por Rubens Antonio

Com a presença da mulher no grupo, quebrará um tabu – “mulher não amolecerá mais homem” – Destarte o cangaceiro imprimiria muito mais a masculinidade, tendo uma companheira ao seu lado. Agora será a Maria, a mulher do Capitão, que terá o condão de mostrar a todos que na estampa exuberante de Lampião estarão todos protegidos. Já separada do marido, experiente com o ex, o Zé de Neném, se arvorou na vida de cangaceira. Brincalhona, geniosa, mandona. Outra mulher na vida de Lampião, ou em tomando seu lugar, nem pensar! Maria reforça mais o lado masculino daquele cangaceiro; suas características femininas serão sopesadas pela influência da mulher, serviram-lhe de afirmação. 

Colorida por Rubens Antonio

Agora Lampião poderá cozinhar, bordar, costurar para ambos os sexos, - até criar modelos UNIGÊNERO; enfeitar-se da mesma maneira que as mulheres. Usar roupas de cores fortes, enfeitar-se de galões, sianinhas, usar trancelins e anéis em todos os dedos, bordar flores nas vestimentas sem causar admiração. Lampião trazendo a mulher para junto de si, poderia usar todo e quaisquer apetrechos, igualmente aquelas.

 Colorida por Rubens Antonio

E todos os que o acompanhavam em seus grupos, eram bastante jovens, sempre submissos; menos inteligentes que ele. Além de cobiçarem o perfil do cangaceiro que os compensava com alimentos, roupas e ensinando-os no manejo das armas. Após as matanças, que não eram raras, comemoravam dançando, fazendo loas (versos) e propiciava a todos com comida e laser. Os enfeites usados igualmente por todos dos bandos eram designativos de força e serviam de união para todos os grupos. Já para Lampião a serventia era da imposição; um elo da sua força.

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