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domingo, 21 de abril de 2019

A CANOA DE JEREMIAS

Por Francisco de Paula Melo Aguiar
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A canoa de Jeremias
Era o único transporte
A usina, todos os dias
O Paraíba cheio, comporte.

Construída do miolo
De madeira de lei
Inversão do nado, cabriolo
Leva e trás gente de cada vez.

Passa rico e pobre também
Corta a água do Paraíba
De beira a beira como ninguém
Banho de gente afoita, pindaíba.

O jornal falado do dia
Era ouvido da boca do povo
Matraca da vida alheia corria
Bajulador, puxa-saco, balanço ovo.

Eram tantos os adjetivos
Ouvidos e levados para o patrão
Verdadeiro cheira curativos
Diga ai “seu menino” em atenção.

O coronel deitado na rede
Ouvia em silêncio seu operário
Comia, dormia e acordava com sede
O relatório do canoeiro diário.

A canoa de Jeremias era a independência
Sim! Um território fora da terra firme
Do massapé da Várzea sua existência
Senzala, lugar sem leis e pulso firme.

Enviado pelo autor

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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