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terça-feira, 2 de abril de 2019

OS CÃES SEMPRE FORAM NOSSOS AMIGOS MAIS FIÉIS.

Por Francisco Carlos Jorge de Oliveira


Os cães eram de suma importância no cangaço, pois o facínora Lampião tinha dois, o Guarani e o Ligeiro. Os cães de Virgulino eram cães de caça, eles caçavam tatu, paca, cotia, veado catingueiro, quatis, lagarto teiú, mocós e tantos outros animais que serviam de comida para alimentar os cabras de seu bando em certas situações em meio ás inóspitas caatingas, e ainda; além de ferozes defensores de seus donos, ajudavam por demais as sentinelas da noite a cuidar da cabroeira que dormia nos barracos do acampamento. O cabra Corisco também tinha cães, e o de mais destaque era uma cadela malhada da raça perdigueira que atendia por “Jardineira”, nome não apropriado para aquela vida dentro daquele bioma ressequido nos sertões nordestino. 



Eu também tenho cães que eu mesmo adestrei para a caça de Javali e Java porcos, uma espécie de suíno nativo da Europa e que foi trazido para o Brasil, chegando aqui no Sul do país para ser criado preso e manejado para reproduzir de maneira controlada, mas alguns fugindo de seus cativeiros foram diretos procurar abrigo habitando as nossas matas, capoeiras, florestas, pampas e coxilhas. E assim com a alimentação farta das lavouras, esses animais procriaram de maneira rápida e desordenada, e fora do manejo e controle, eles se alastraram por todo o sul do país, São Paulo e Sul do Mato Grosso do Sul, e em grupos de grandes varas; eles destroem plantações inteiras de milho, soja, aveia, sorgo, mandioca e outros tipos de lavouras causando grandes perdas ao agricultor. Esse animal não pertence á fauna brasileira, portanto não configura crime ambiental sua caça e abate, mas a maior causa deste empecilho “caça”, é de políticos sem experiência alguma do que é abate a animais nocivos á agricultura, e ainda movidos pela emoção da “ sociedade protetora dos animais” e demais leigos que aderiam a essa medíocre causa, ainda tramita na câmara dos deputados a lei que aprova a caça e abate destes animais. 


Em uma caçada no final do mês passado, um amigo ainda inexperiente deixou frouxa a presilha do colete protetor de um de nossos cães de “GARRE”, e assim que os cães americanos de levante acuaram o javali; soltamos os dois Dogos Argentinos “GARRE” e logo que eles atacaram a caça, o bicho desferiu uma contrataque rápido que pegou entre as juntas do colete de proteção, e o atingiu bem no peito causando um corte de 12 centímetros e bem profundo. Logo que notei meu cão ferido, já de imediato sangrei o porco com a lança, depois pequei meu cão, tirei o colete e constatando que o ferimento não havia rompido nem uma artéria, mesmo assim o joguei nas costas e rapidamente atravessei um faixa de 2 km num terreno de terra tombada ate chegar à caminhoneta, e já de imediato o levei para a cidade onde recebeu toda assistência do medico veterinário.


Os cães são nossos amigos fiéis, mas voltando a falar do famigerado Lampião Rei do Cangaço, durante um confronto com as forças Policias volantes em Serra Grande no dia 26 de fevereiro de 1926, próximo á cidade de Culumbi Pernambuco, um de seus cães foi atingido por um tiro de fuzil, e vendo seu leal companheiro latindo e se debatendo desesperado esvaindo em sangue, o Capitão Cangaceiro sem pedir cobertura ao bando, rapidamente saiu se expondo ao fogo cruzado e num gesto ágil, pegou seu cão voltando no átimo ao abrigo, e fugindo após, o entregou aos cuidados de um coiteiro que o tratou e curou, e assim depois de algum tempo; Lampião veio buscar seu velho amigo cão, o levando feliz consigo vivendo em sua companhia até serem mortos pela Força Volante Alagoana comandada pelo intrépido Tenente João Bezerra na Grota de Angicos a 28 de julho de 1928 em Sergipe próximo ás margens do Rio São Francisco.


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