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sábado, 16 de novembro de 2019

LAMPIÃO EM OLHO DÁGUA DAS FLORES


Por Fabio Campos

A noite do dia 10 de setembro deste ano, tivemos a oportunidade de assistir no auditório da prefeitura daqui de Santana, palestra sobre o cangaço. Proferida pelo renomado Inácio Loyola, ex-prefeito de Piranhas. A meu ver, uma das pessoas que mais entende deste tema por estas paragens. Quando nos foi dada, tivemos a oportunidade de tirar algumas dúvidas e desmistificar alguns conceitos arraigados sobre o cangaço. Foi esclarecido, por exemplo, que aquela famosa foto das cabeças dos cangaceiros decapitadas e expostas nos degraus de uma pequena escadaria, não se trata da igrejinha de Nossa Senhora Assunção na praça da Bandeira, como muitos supunham.E sim, o registro ocorreu numa igreja lá de Piranhas. Quando expostas aqui em Santana, como publicou a revista "O Cruzeiro" à época, as cabeças estavam dentro de latas de querosene.

Conta minha mãe que lá pelos idos de 1932, quando ela contava apenas com seis anos de idade, seu pai, Tomaz Doroteu, meu avô, foi sequestrado por Lampião e seu bando. Embora tenha conseguido escapar deles, nas proximidades de Olho D'agua das Flores mesmo, num lugar pelo nome de Gavião. Em outra investida dos cangaceiros àquela localidade, saquearam a casa de um senhor chamado Esaú, no povoado Pedrão. Ali fizeram miséria.

Na então vila de Olho D'agua, incendiaram a casa de uma senhora chamada Engrácia. O bando já sabia quem tinha o que lhes interessava: armas e dinheiro. Dona Engrácia coitada, ficou tão nervosa quando se viu diante de Lampião que gaguejou um pedido de clemência, errando patente e apelido do chefe do cangaço:

- Valei-me tenente Lampiscão!

E ele. Apenas arrancou-lhe os brincos e corrigiu-lhe dizendo que era capitão Virgulino Ferreira o Lampião. E pra que ela nunca mais esquecesse mandou dar-lhe uma pisa de urtiga. Depois foram embora dali.

Fabio Campos 11/11/2009


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