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quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

HÁ MESES. NOITES E DIAS...


Por Geraldo Júnior

... tenho lutado para recuperar um antigo áudio que foi gravado inicialmente em Fita K7 e convertê-lo para o formato MP3, para finalmente disponibilizá-lo ao conhecimento de todos. Nessa gravação o antigo cangaceiro chefe de subgrupo do bando de Lampião, Zé Sereno, fala, entre outros assuntos, a respeito do momento crucial de sua rendição e de sua gente às autoridades policiais, durante o tenso e turbulento período das entregas.


Um momento difícil para quem estava até então acostumado a se impor e a se garantir através do poder das armas.

Após a anistia concedida pelo governo Vargas aos cangaceiros que desejassem abandonar o cangaço, ocorreram alguns casos de traições e covardias por parte de policiais contra alguns cangaceiros que desejavam baixar suas armas, fatos que geraram insegurança aos anistiados e fizeram com quê o período das rendições fosse prolongado.
Onde e a quem se entregar passou a ser o grande dilema dessa gente que buscava a duras penas fugir e se esconder da intensa e implacável perseguição inimiga. Cientes de que sem a presença e liderança do grande chefe cangaceiro, estavam predestinados à morte e nas melhores hipóteses... à prisão.

Nessa primeira parte do depoimento de Zé Sereno ele fala a respeito do tenso momento em que ele e seus companheiros de cangaço se renderam e entregaram suas armas aos antigos inimigos fardados.

Um material inédito e exclusivo que foge as mesmices habituais.

Abaixo um pequeno trecho da fala de Zé Sereno.

Breve.


"Ele escalou o sargento Macedo pra receber o arma... Duro foi pra entregar o armamento.

Pelo amor de Deus. Aquilo foi duro. Eu falei pra minha turma. Eu digo:

- Olha! Se houver um minuto de traição.

Ficou desconfiado.

Mesmo que nós "teja" desarmado. Morra
quem morrer, mas nós tem que se armar
com as próprias armas dos soldados.
Se atraca e tira".

(José Ribeiro Filho "Zé Sereno").


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