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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

A RENDIÇÃO MACABRA.


Por João Filho de Paula Pessoa

Em Setembro de 1938, dois meses após a morte de Lampião, o jovem cangaceiro Barreira, de 20 anos, desejou abandonar o cangaço e elaborou um macabro plano para isto. Ele fazia parte do subgrupo de Português, a quem considerava covarde e medroso, pois só usava seus cabras para extorsões e punições a sertanejos. 

Certo dia, foi designado juntamente com os irmãos Atividade e Velocidade para tocarem fogo numa casa que pertencia à um senhor conhecido seu, onde moravam seu tio e seu irmão, a quem teria que matar, segundo as ordens de Atividade que liderava a missão, ato que se recusou a praticar entrando em conflito com Atividade. Neste momento Velocidade foi pegar água num riacho próximo, oportunidade em que Barreira rapidamente atirou nas costas de Atividade. 

Velocidade ao ouvir o tiro e perceber o que tinha havido fugiu. Barreira então cortou a cabeça de Atividade que ainda se encontrava vivo e seguiu com ela pendurada em mãos, até próximo da cidade de Pão de Açucar/Al, onde se entregou à autoridade policial local. Entregou-lhe a cabeça decepada do antigo companheiro e pediu para entrar para a polícia. Seu pedido não foi atendido, ficou preso por quatro anos e meio, sendo anistiado pelo Governo Getúlio Vargas. 

Em liberdade ingressou num emprego público na Secretaria da Fazenda de Alagoas, onde trabalhou por 40 anos e se aposentou como servidor público aos 64 anos e morreu idoso. 

(João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce.) 12/11/2019


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