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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

ARLINDO ROCHA, FAZENDEIRO e COMERCIANTE.


Por José Francisco Gomes de Lima

Arlindo Rocha nasceu no dia 23 de Março de 1883 no sítio Campinhos que fica no município de saugueiro - PE.

Arlindo sempre foi um grande agricultor e Homem de forte comércio na sua região antes de ser delegado da cidade de Salgueiro. No seu comércio ele vendia desde munições para rifle 44, a farinha, Rapadura, arroz, fumo, milho, querosene, tecidos e outros. As Rapaduras e farinha vinham dos seus engenhos e de sua casa de farinha. Ele também construiu a lombo de burros e braço de homens um açude que mais se parece uma barragem. Em suas terras ele plantava muito arroz e mandioca. Ele tinha três enormes fazendas chamadas:

FAZENDA MELANCIA, FAZENDA BARROCAS, E FAZENDA CAEIRAS.

Ele também comercializava peles de bodes. Este comércio fez com que ele conhecesse várias pessoas importantes do Ceará e de Pernambuco. Nomes como: Siqueira Campos, Antônio da Piçarra, Coronel veremundo, Franklin Pinheiro e até Delmiro Gouveia faziam parte das suas negociatas. 
Por ser influente em sua região e não ter medo de nada foi convidado para chefiar a delegacia de Salgueiro-Pé. Foi aí que sua vida mudou drasticamente.


Um dia, em um julgamento um sujeito foi inocentado de um crime de homicídio praticado na região. Este sujeito era conhecido por ANTÔNIO PADRE. Antônio Padre depois de ser absorvido do crime pede trabalho a Arlindo por saber que ele é um grande agricultor daquela área. Arlindo então dá emprego ao forasteiro encaminhando o mesmo para ser (cambiteiro - homem que carregava cana de açúcar num burro) na Fazenda Melancia uma de suas propriedades. Tempos depois uma das filhas de Arlindo foi assediada por Antônio Padre.

Arlindo Rocha soube deste desagrado e dispensou seu trabalhador da sua propriedade. Antônio Padre então diz que: "a partir daquele momento iria virar um cangaçeiro". Arlindo não o repreendeu, mas advertiu o seu ex-empregado para tomar cuidado nesta vida de andeja criminosa.


Antônio Padre parte para o Ceará e levantar recursos e depois voltar para tomar a filha de Arlindo e se vingar. Passados dois anos na fazenda Guaribas de Chico chicote Antônio Padre volta à região de Salgueiro para tentar uma investida contra Arlindo. Foi nesta ocasião em que houve o fogo dos Pilões.

Arlindo Rocha era só um delegado, mas se viu cercado pelo seu inimigo nas regiões e ainda mandando cartas com a ameaças e desaforos. inclusive, de tomar a sua filha mais velha.

Arlindo então promove o seu batismo de fogo. Ele chama seus familiares e amigos para pegar a Fera.

O FOGO DOS PILÕES.

Logo de manhã cedo Arlindo sai em direção ao seu inimigo que se encontrava perto eram claras: para todos atirarem de uma vez em Antônio Padre. O cerco foi feito  os cangaceiros foram pegos de surpresas. Arlindo dá o sinal e a tempestade de bala caiu em cima de Antônio Padre que estava ao lado do cangaceiro (GAVIÃO) e mais alguns cabras. Antônio Padre se dana no meio da caatinga todo rasgado de balas junto com Gavião que ajudava o chefe na fuga. Dias depois Antônio Padre foi encontrado morto em posição de ponto. Gavião foi encontrado baleado e com as feridas cheias de bichos sendo sentenciado a fuzilamento. Marcolino Matias Leite foi um dos seus algozes.


O capitão Virgulino Ferreira da Silva vulgo (Lampião) ficou sabendo do fogo, pois ele tinha emprestado alguns cabras para a empreitada de Antônio Padre.

Lampião manda um recado para Arlindo Rocha.

"EU VOU PARTIR A MELANCIA, ATERRAR AS BARROCAS E DERRUBAR AS CAEIRAS."

Muitos estudiosos atribuem esta frase Antônio Padre. Porém, segundo a própria família foi este recado e a própria intuição de Arlindo que fez com que ele partisse para a capital pedir apoio ao interventor do Estado e ingressar como (Comandante de volante).

Lampião jamais imaginaria que fez um dos seus maiores inimigos ao tomar as dores de Antônio Padre. Lampião nunca conseguiu fazer o prometido. Mas, em toda sua carreira na volante Arlindo Rocha nunca baixou as orelhas.

Arlindo Rocha participou dos seguintes episódios:
O FOGO DOS PILÕES, em 1924.
O FOGO DE SERRA GRANDE em 1926.
O FOGO DO CUSTÓDIO em 1927.
O FOGO DAS GUARIBAS em 1927.
O FOGO DAS PIÇARRAS em 1928.

Eu Poderia aqui colocar bastante combate travado pela volante de Arlindo Rocha já que ele era amigo pessoal e companheiro de farda do tenente Manoel de Souza Neto o (Mané Neto) os dois fizeram bastantes atuações contra o movimento dos cangaceiros, mas estes foram os principais.

Arlindo Rocha morreu no dia 7 de outubro de 1956 chegando au posto de Capitão.

Em breve no canal cangaçologia um mega documentário sobre o saudoso Arlindo Rocha. Quero aqui agradecer a família que nos proporcionou esta grande oportunidade de aprendizado. Eu também quero deixar aqui os meus eternos agradecimentos ao amigo: LUIZ ROCHA, neto de Arlindo Rocha. Deus te abençoe sempre meu amigo.

PorJosé Francisco Gomes de Lima.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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