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quinta-feira, 4 de junho de 2020

O ORÁCULO DA CLOROQUINA

Por Francisco de Paula Melo Aguiar

Que abrigo a população terá na sepultura?
Quando a honra abraça, enquanto o bajular declina
Ai do triste COVID-19 a quem couber um’alma pura
Caixão lacrado sem choro e velório é a sina.

A perfídia do brasão, vira ave de rapina
Enquanto a baixaria é estrada da aventura
Eis o presente tão esperado, cloroquina
Tome, é questão de vida ou morte, criatura.

Ter ouro é ter fé em Deus, saúde e gosto
A cura não vem do achismo aparente
Saber sem ciência é crime disposto.
É religiosidade sem religião, zelo indigente.

Ao sábio sem ciência, propina, pena e desgosto
É como beber sorrindo o sangue do inocente
É máscara, um ser no coração e outro no rosto.
Ideologia do calcar aos pés o mérito prepotente.

https://www.recantodasletras.com.br/poesias-de-vida/6921388

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