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terça-feira, 22 de dezembro de 2020

A CURA DO VÍCIO.

Por João Filho de Paula Pessoa

Contou Zabelê, quando já estava preso, que por volta de 1924, o Bando de Lampião passava pela região do município de Princesa na Paraíba e chegaram à uma casa de uma fazenda para saber do movimento das volantes que lhes perseguiam e que rodavam por aquelas redondezas. O dono da casa era um velho sertanejo que ao receber Lampião, começou a tremer mais que vara verde, e ao ser indagado pela passagem das volantes por ali, ele não respondeu, Lampião então riscou suas costelas com o punhal o que lhe fez tremer mais ainda e apavoradamente contou o rumo tomado pelas volantes que por lá passaram, sob as muitas súplicas e choros de mulheres e meninos que lá estavam para que Lampião não fizesse nenhum mal ao velho, fazendo com que Lampião perdoasse sua relutância em contar sobre os soldados. Em seguida Lampião tirou um maço de cigarros do bolso, acendeu um cigarro e para acalmar um pouco a tensão do velho, perguntou-lhe se ele fumava. O Tremulo e angustiado homem, morrendo de medo, se fez de desentendido ou que não tinha ouvido a pergunta, Lampião então perguntou novamente falando alto em seu pé do ouvido, se ele fumava. No auge de sua tremedeira e pavor o pobre velho disse: “Fumo sim sinhô, mas se vósmicê quizé, eu largo agora mermo esse víço”. 

João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 18/12/2020.

Assista o filme deste Conto - https://youtu.be/Ib-8XPM4weQ

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