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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

O TRÁGICO FIM DE PERPÉTUO DE FREITAS, O POLICIAL MAIS RESPEITADO E TEMIDO DA HISTÓRIA DO RIO DE JANEIRO

Acervo do Beto Rueda

“Perdi, vou pra jaula, mas só vou me entregar se a cana for dada pelo Doutor Perpétuo”.

Essa é uma das frases de Sombra, um bandido muito conhecido nos anos 50, na cidade do Rio de Janeiro, após resolver se entregar à polícia.

Perpétuo de Freitas foi um temido detetive policial civil da cidade maravilhosa. Suas práticas iam desde arrumar emprego para o cidadão sair do crime, a assassinatos a sangue frio de bandidos que atacavam policiais. Perpétuo foi um dos agentes que instituiu no Rio a lei do 10 pra 1. Se um policial fosse morto por algum bandido, 10 foras da lei eram executados para servir de exemplo e mostrar aos ladrões a pesada punição da infração das regras. Os foras da lei eram poupados se entregassem o assassino do policial.

Durante anos, Perpétuo e seu parceiro, Detetive Milton LeCoq, andaram pela cidade do Rio de Janeiro conhecendo todo tipo de fora da lei. Os dois resolviam crimes e trabalhavam a partir do código das ruas, uma espécie de lei paralela que gerenciava a convivência no submundo entre policiais e ladrões.

Perpétuo era respeitado no mundo do crime pois, como diziam seus adversários, “era um homem de uma palavra só”. Tudo que dizia cumpria, seja para o bem ou para o mal. Essa espécie de ética levava bandidos e policiais a confiarem no trabalho do detetive e temerem sua fúria em caso de descumprimento de acordos.

Quando Perpétuo dizia que o ladrão sairia preso, ele não colocava nem algema, conduzia o meliante com as mãos em seus ombros, mas garantia que ninguém encostaria o dedo no “vagabundo”. O tira também sustentava uma longa lista de arapongas (informantes) e favores a cobrar. Foi Perpétuo que instituiu a lei que impunha o fim dos tapas na cara de presos. Ele dizia: “Nunca esqueçam que quem bate esquece. Mas um homem que apanhou na cara sempre vai querer vingança”.

Fazia o estilo Good Cop (o policial bom), disparava tiros apenas quando descumpriam acordo. Porém, Perpétuo entrou em crise com novos policiais que tinham aderido à matança como forma de conter o crime. Conhecidos como Polícia Mineira, seus rivais na própria instituição passaram a boicotar seu trabalho.

A trajetória de Perpétuo começa a mudar, quando seu parceiro Milton LeCoq é assassinado por Cara de Cavalo, um bandido extremamente perigoso, havia indícios na época de que, na verdade, o detetive foi morto pelos próprios parceiros em uma troca de tiros. A culpa, entretanto, caiu nos ombros do fora da lei.

Perpétuo, transtornado com a morte do colega, e desconfiando das ações de certos policiais, resolveu investigar o crime sozinho. Montou tocaia na Favela do Esqueleto e conseguiu contato com Cara de Cavalo, que jurou se entregar para ele, desde que garantisse sua vida. Esperando Cavalo numa birosca, Perpétuo foi abordado por policiais que queriam vingança pela morte de LeCoq.

Na birosca, Perpétuo aguardava um informante que daria a localização de Cara de Cavalo para ser efetuada a prisão. Mas enquanto o detetive aguardava seu contato, um grupo de policiais sedentos por vingança, compareceu também ao local. Jorge Galante, um recém incorporado à polícia, resolveu enfrentar Perpétuo. Ele foi empurrado com dois tapas no peito e ouvir a frase: “Galinho, isso é trabalho pra profissional, sai daqui. Eu dei a palavra que vou prender e ele vai sair daqui vivo”. Galante, então, colocou a mão na arma e disse: “Não esqueça que o vento que venta lá, venta cá”, sacou o revólver e disparou no peito de Perpétuo. Um único disparo tombou o homem de 1,90 de altura.

A morte de Perpétuo de Freitas marcou o fim de uma era da polícia carioca e fluminense. Cara de Cavalo foi encontrado dias depois e foi fuzilado com 120 disparos de arma de fogo.

Após esses acontecimentos, foi montada, no Rio de Janeiro a “Scuderie LeCoq” , um grupo de extermínio conhecido também como Esquadrão da Morte e parte significativa da polícia passou a respeitar somente uma lei: a pena capital.

Foto: Detetive Perpétuo, de terno, realiza prisão de um fora-da-lei.

#fotosevideosantigos

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