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quinta-feira, 6 de abril de 2023

A FALSIDADE E A COVARDIA SEMPRE FIZERAM PARTE DA CONDUTA HUMANA DESDE OS TEMPOS MAIS REMOTOS E TAIS ATITUDES FORAM RESPONSÁVEIS...

Por Geraldo Antônio de Souza Júnior

... pelo declínio de poderosos reinos e nações, assim como pela queda de formidáveis personagens da nossa antiga e recente história... como foi o caso de Lampião.

Lampião, que apesar da vida cangaceira que vivia, passou por várias situações extremas, cujos desfechos por pouco não terminaram em tragédia, após ter sido traído por aliados próximos a ele e por diversas vezes conseguiu se safar por causa de sua coragem, astúcia e experiência na lida da canga. Sendo a sua morte fruto de uma traição, ainda que de forma involuntária, por parte de um de seus coiteiros de maior confiança na região que envolve os municípios de Piranhas no estado de Alagoas e Poço Redondo (Porto da Folha) no estado de Sergipe.

Após a morte de Lampião alguns de seus comandados mudaram de lado e passaram, ingressados na polícia, a perseguir os antigos companheiros de cangaço, como foi o caso de Manoel Pereira de Azevedo o Jurity III, entre outros, que auxiliou as Forças Volantes na caçada e foi o responsável pela delação da existência de Expedita Ferreira, filha do casal Lampião e Maria Bonita, que foi deixada pelos pais aos cuidados do casal Manuel Severo e Aurora moradores da região de Porto da Folha no estado de Sergipe. Sendo essa atitude de Jurity III uma das mais desprezíveis que foram praticadas após a morte do chefe-cangaceiro. Jurity que tempos depois obteve a anistia governamental e saiu da região de conflito, retornando anos depois para o sertão sergipano, onde foi preso na Fazenda Pedra D'água em Canindé do São Francisco e levado para o município de Poço Redondo, ambas cidades sergipanas, onde foi lançado ainda vivo dentro de uma fogueira. Terminando seus dias de forma trágica a exemplo de suas vítimas.

Por outro lado temos exemplos de extrema dignidade e fidelidade ao antigo chefe-mor do cangaço, como foi o caso do cangaceiro Vila Nova IV (Iziano Ferreira Lima), que após ter se entregado à polícia em troca da prometida anistia, passou por terríveis espancamentos e torturas nas mãos da polícia por se recusar a delatar antigos coiteiros e a perseguir seus antigos companheiros que naquela ocasião ainda permaneciam procurados pela "justiça". Apesar de toda a violência sofrida Vila Nova sobreviveu ao cangaço e tomou destino ignorado, demonstrando através de sua postura que mesmo no mundo do crime existem elementos confiáveis e dignos, ainda que para com os seus pares.

Na fotografia que ilustra essa matéria aparecem os cangaceiros Jurity III (Esquerda), Vila Nova IV (Centro) e o velho e famígerado Lampa na extrema direita.

Garranchos e emaranhados de palavras: Geraldo Antônio De Souza Júnior

http://blogdomendesmendes.blogspot.com

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