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quinta-feira, 13 de abril de 2023

A FOTOGRAFIA DE MARIA BONITA QUE NÃO ERA A CANGACEIRA.

Por João de Sousa Lima

Há anos, durante minhas pesquisas, em uma das visitas a Santa Brígida, fui com o irmão de Maria Bonita, o senhor Ozéias Gomes de Oliveira, entrevistar o soldado João Calunga. Foi João Calunga o homem que prendeu a Cangaceira Ana Bandida.

A conversa entre nós três rendeu algumas horas e quando solicitei os documentos de João para fotografar, do meio da carteira caiu uma pequena fotografia de uma mulher e quando perguntei quem era ele falou que era de Maria Bonita antes de ser Cangaceira. Junto com Ozéias ficamos por minutos apreciando a imagem e Ozéias achou mesmo parecido com a irmã.

O João perguntou se eu queria a fotografia e de imediato aceitei o presente.

Essa foto eu disponibilizei para sair em alguns jornais e livros, outras pessoas divulgaram a imagem sem citar a fonte de quem era.

Passamos em torno de uns 13 a 15 anos divulgando essa imagem.

Em uma das visitas a dona Hilda Gomes, irmã da Cangaceira Durvinha ela havia dito que aquela moça da foto era irmã dela e não sei porque não me aprofundei na informação. Em recente visita a minha amiga Marileide Gomes, no povoado Juá e que é sobrinha da Cangaceira Durvinha, observei a tão falada fotografia exposta em uma estante e quando a indaguei porque aquela imagem estava lá, ela me falou que estava exatamente naquele local porquê era a mãe dela, a senhora Santina Gomes de Sá, irmã da Cangaceira Durvalina Gomes de Sá.

Estava o mistério desvendado, a foto que foi tão divulgada como sendo Maria Bonita, na verdade é Santina Gomes de Sá irmã da Cangaceira Durvinha.

Quem utilizou a imagem e repassou como sendo Maria Bonita, em outra oportunidade atualizem em seus trabalhos essa informação e vamos em frente.

Cabe a nós, pesquisadores sérios e comprometidos com a verdade, corrigir os erros e tentar ao máximo nos aproximarmos da verdade.

Não há culpas e nem culpados e aqui preservo a imagem do soldado João Calunga que pode ter recebido a fotografia tendo essa informação, sem checar a veracidade e foi assim que ele me repassou. Não creio, em hipótese alguma, que ele tenha usado de má fé divulgando dessa forma a fotografia que me presenteou. Guardo a honra e a memória do soldado como também a de Ozéias Gomes de Oliveira quanto às informações, pois além da idade dos dois já avançadas na época, a análise que fizemos no momento foi muito rápida e houve o engano para todos.

Sigamos então o caminho da história e da verdade.

Paulo Afonso, Bahia, 12 de abril de 2023

João de Sousa Lima

Escritor e Historiador

Membro da ABLAC - Academia Brasileira de Letras e Artes do Cangaço.

Membro da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço.

Membro da ALPA - Academia de Letras de Paulo Afonso

Presidente do IGH - Instituto Geográfico e Histórico de Paulo Afonso.

Membro da ASLA - Academia Santabrigidense de Letras e Artes.

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http://blogdomendesemendes.blogspot.com

 

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