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quinta-feira, 13 de abril de 2023

CORONEL JOÃO DANTAS DE OLIVEIRA – DE ALIADO A INIMIGO DE JESUÍNO BRILHANTE

 Por Dr. Epitácio Andrade

De aliado incondicional no Saque à Cadeia Pública de Pombal (1874) a inimigo mortal depois da recusa de Jesuíno Brilhante em aceitar empreita para assassinar Juvêncio Vulpis Alba (professor que denunciou aquele controverso ataque à unidade prisional mais segura do interior paraibano), a história do coronel João Dantas de Oliveira parece que sempre orbitou em torno de Jesuíno Brilhante. Segundo registros paroquiais, ele nasceu em 1814, provavelmente em Patu. Depois mudou para Pombal, Paraíba, onde adquiriu título da guarda nacional e ocupou importantes cargos, inclusive foi responsável pelo controle da Cadeia pública, quando foi atacada por Jesuíno para libertar seu irmão Lucas Brilhante. Envolto em querelas e questões políticas, regressa para Patu, Rio Grande do Norte, onde constrói sua fortificação, alia-se aos Limões e passa a orquestrar o fim de seu agora arqui-inimigo, Jesuíno Brilhante.

Segundo Luís da Câmara Cascudo, era afeito à magia. Nas ruínas de sua casa grande, localizada no sítio Patu de Fora, podia-se observar a existência de um “caritó”, onde seriam acondicionados objetos totêmicos e alquímicos, como amuletos, pólvora e venenos. É possível que neste ambiente bélico-místico tenha sido confeccionada a munição que feriu mortalmente Jesuíno Brilhante. Em 1981, quando realizavam trabalho de campo para elaboração da Revista de História em Quadrinhos sobre Jesuíno Brilhante, os pesquisadores Aucides Sales e Emanoel Amaral encontraram o cadeado e a chave do casarão que pertenceu ao coronel Dantas, cuja simbologia representa seu poderio senhorial. Esses achados históricos estão contidos no acervo museológico da Estação Cultural de Patu. João Dantas de Oliveira é personagem do filme “Jesuíno Brilhante, o Cangaceiro”, de William Cobbett(1972), onde aparece numa cena confabulando aos Limões. Pesquisas historiográficas mais apuradas precisam ser realizadas para melhor esclarecer o elo entre o coronel João Dantas de Oliveira e Jesuíno Brilhante, bem como, ampliar a compreensão sobre o cenário histórico e sociocultural do Sertão imperial no Oeste Potiguar e limites com a Paraíba.







Enviado pelo o autor.

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