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terça-feira, 5 de novembro de 2024

DONA MARIA

Clerisvaldo B. Chagas, 5 de novembro de 2024.

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.142

Nos anos 60, estava em moda na cidade, a Revista Nacional “O Cruzeiro”, revistas novelas como “Capricho”, “Contigo”, “Idílio” e mais uma ou duas. Era dos gibis “Zorro”, “Fantasma”, “Tarzan”, “Os Sobrinhos do Capitão”, “Popay e muito mais. Além disso, figurinhas de jogadores de diversos times do Brasil, enroladas em confeito (bala doce) para colecionarmos. Portanto diversão para moças e adolescentes e que além disso, havia ainda as revistas de passatempo: “Palavras Cruzadas” e Charadas. Todas essas coisas chegavam de Maceió, no ônibus ou ainda na “sopa” –  que era um tipo de ônibus com bagageiro no teto externo –  de quinze em quinze dias ou de mês em mês. Ávidos pelas atualizações, comprávamos essas coisas na casa de Dona Maria, esposa de Seu Quinca Alfaiate, bem pertinho da Cadeia Velha.

ÔNIBUS SOPA (IMAGEM PINTEREST).

Mulher já de idade, Dona Maria tratava muito bem todos os clientes. Quando o ônibus chegava com as mercadorias, sua casa se enchia de adolescentes e moças. Revistas novas, cheiro gostoso de gráfica, de papel novo, embriagava. Quanto as figurinhas de jogadores, comprávamos e trocávamos as duplicatas com os colegas. Umas erem raras, com os jogadores mais famosos do momento, Ademir do Vasco, Zizinho, se não me engano, do Palmeiras.  João Neto de Zé Urbano, João Neto de Coaracy e Vivi de Seu Antônio Alcântara, colecionavam gibis. O primeiro tornou-se advogado, o segundo, médico, o terceiro, Juiz de Direito. O que vos escreve, professor e escritor romancista.

No caso de charada, o maio charadista de Santana e região era o Antônio Honorato ou Tonho de Marcelon que também era o melhor no jogo de Xadrez. Minha mãe, Helena Braga gostava muito de Charadas e eu de Palavras Cruzadas. E para ajudar a desenvolver a nossa leitura, comprávamos na feira os folhetos, folhetos de cordel, ou romances, daquelas maravilhosas histórias em versos: Cancão-de-fogo, Pedro Malasarte, índia Necy, João Grilo, o Pavão Misterioso, o Cachorro dos Mortos, A chegada de Lampião no Inferno e muitos outros da produção cordelista nordestina. O médico e o juiz, acima, já fizeram passagem. Continua eu e o João Neto Oliveira, como os sobreviventes dos gibis.

Estamos apenas querendo colaborar com as histórias do Sertão com suas virtudes e defeitos. Fui.

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𝑻𝑶𝑵𝑯𝑶 𝑪𝑨𝑵𝑬𝑳𝑨 𝑬 𝑴𝑨𝑵𝑬́ 𝑴𝑶𝑹𝑬𝑵𝑶

Acervo do Jaozin Jaaosinn

Antônio Canela, ou Tonho Canela, era um caboclo conhecido nas regiões alagoanas e sergipanas pelos seus trabalhos de vaqueiro. Nasceu numa localidade chamada Bonito/AL, porém, veio a se fixar em Curralinho/SE para salvar a sua vida.

Contam que, nos anos de 1937, quando ainda vivia em Alagoas, Tonho teria participado de um grupo paisana para dar combate ao bando de Lampião, ainda dizendo que iria dar cabo do Chefe Maior, assim que este chegasse a Entremontes/AL. Pegaram em armas, preparam estratégias e tocaia pronta... Mas para a sorte de Canela e cia, o temido Rei do Cangaço acabou não passando naquelas redondezas. Certamente, para se safar do ferro quente e frio do bandoleiro, acaba migrando para Curralinho/SE, conseguindo por lá a sua vida de volta, trabalhando como vaqueiro.

Nos meses de junho do mesmo ano, a fazenda Camarões - situada nos Altos do Curralinho, pertencente a Poço Redondo/SE -, de Juvêncio Rodrigues, se encontrava em festa: uma vaquejada para assim dizer. Neste momento se via alguns vaqueiros, sendo eles Chiquinho de Aninha, Flávio, Seu Alves, Libéu, Angelino e João Cirilo. Todos estavam desde a madrugada na pega de boi no mato pertencente a Camarões; iriam juntar a boiada de Juvêncio para levarem até a fazenda Pedrata.

Era de manhã quando uma chuva forte e pesada cobria a região em que a vaqueirama estava. Todos se abrigaram na casa sede de Juvêncio, bebendo cachaça, comendo carne de bode e aboiando. Lá distante, via-se alguém chegando... Era Antônio Canela, procurando um jumento nos arredores. Soube da animação que estava Camarões e seguiu destino pra lá, com objetivo de se alegrar, comer e beber, além de se proteger das chuvas. E curtia que só aquele momento; momento de risos, descontrações, relembrando histórias, improvisando versos... Mal sabia ele que seria sua derradeira farra.

Apontam três versões sobre como iniciou: a primeira diz que Virgolino soube dessa resistência de alguns moradores contra ele em Entremontes, acabando por incumbir Mané Moreno para prestar contas com o mentor (Antônio Canela); a segunda diz que os moradores de Curralinho e arredores saiam falando esse causo de Tonho para Deus e o mundo, caindo nos ouvidos de Mané Moreno, onde este vai tirar satisfação com o vaqueiro; e o terceiro, através do texto de Alcino Alves da Costa (in memorian), Zuza de Invenção, para servir bem os cangaceiros, acaba repassando a história de Tonho e sua valentia contra Lampião para os bandoleiros que alí estavam presentes, que seria Mané Moreno.

De qualquer forma, o temido Engrácia teria seus traços costurados com o de Canela.

Após a chuva se reduzir e "escafede-se", João Cirilo abre uma das janelas da casa, avistando um grupo a cavalo chegando e cercando a fazenda: eram cangaceiros chefiados por Manoel Moreno. Estavam todos encharcados. Vão ao alpendre, saúdam os visitantes, e estes fazem o mesmo. Apertos de mão ali e aqui, até que chega a vez de Tonho Canela. Mané vê-lo, aperta a sua mão forte, puxa-o e diz: “𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑡𝑎́ 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑜!”.

Todos se assustam. Angelino e João tentam valer a vida do amigo, mas sem sucesso.

“𝑁𝑎̃𝑜 𝑎𝑑𝑖𝑎𝑛𝑡𝑎 𝑝𝑖𝑑𝑖𝑑𝑢 𝑛𝑖𝑛𝒉𝑢𝑚 𝑝𝑟𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑐𝑎𝑏𝑟𝑎. 𝐸𝑙𝑒 𝑣𝑎𝑖 𝑚𝑜𝑟𝑟𝑒𝑟 𝑝𝑟𝑢𝑞𝑢𝑒̂ 𝑚𝑒𝑟𝑒𝑐𝑒!” diz o chefe.

Tonho, com coragem, pergunta o que ele fez para merecer isso.

Pancada - que ele e grupo tinham se juntado com o de Moreno - responde: “𝑠𝑒 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑐𝑒𝑢 𝑞𝑢𝑖 𝑎𝑛𝑑𝑎𝑣𝑎 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑎 𝑎𝑡𝑖𝑟𝑎́ 𝑖𝑚 𝐿𝑎𝑚𝑝𝑖𝑎̃𝑜”?.

Com a valentia que ainda sobrara, responde ao cangaceiro: “𝐹𝑜𝑖 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜. 𝑆𝑜́ 𝑡𝑖𝑣𝑖 𝑝𝑒𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑙𝑒 𝑛𝑢𝑚 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑐𝑒𝑢.”

Alecrim, possesso pela resposta do vaqueiro, saca seu canivete e perfura inúmeras vezes o corpo do prisioneiro; Cravo Roxo acaba bufeteando, a coronhada de fuzil, o rosto de Antônio barbaramente. O grupo, enraivado com o rapaz, amarram-no na garupa de Alecrim e levam-no embora do local.

A fazenda é consumida pela tristeza, não se escutava mais as risadas e gritos de alegrias, o gado berrava dolorosamente, aboios se cessam, trovoadas de soluços são escutados de longe, e agora quem fazia o papel da chuva era as lágrimas dos vaqueiros ali presentes. No caminho, Antônio olha em direção para Áurea, amansia de Mané Moreno, e pergunta se iriam o matar. Ela responde acenando a cabeça, confirmando que sim. Em desespero, o destemido vaqueiro consegue pular do cavalo e corre loucamente para outra direção. Mané Moreno, que já estava bravo com a atitude do valente, fica mais ainda na tentativa de fuga do rapaz. É perseguido pelo bando onde conseguem o alcançar. Moreno pede para o rapaz abrir a boca. Iria atirar ali dentro. Antônio só teve tempo de virar a cabeça, fazendo com que a bala atingisse o seu ouvido. Acaba não caindo, e então recebe o segundo, no rosto, fazendo com que caísse em cima das macambira's. Depois, vem Pancada e sangra-o. Como se não fosse bárbaro suficiente, segundo Alcino, Cravo Roxo se aproxima do corpo estirado, todo tingido da cor vermelha; se agacha, e como se fosse um morcego, bebe o sangue que borbulha da veia do pescoço do infeliz.

O mais triste é que tudo isso foi visto pelos olhares de seus amigos que estavam a pouca distância. Todos deslumbram a triste sina de Antônio Canela, por uma atitude louca de tentar enfrentar o Rei do Cangaço, e vítima de uma das maiores armas de morte que se encontram até nos dias de hoje: o fuxico, a fofoca, a língua solta.

𝐹𝑂𝑁𝑇𝐸𝑆: 𝐶𝑎𝑟𝑖𝑟𝑖 𝐶𝑎𝑛𝑔𝑎𝑐̧𝑜 𝑃𝑜𝑐̧𝑜 𝑅𝑒𝑑𝑜𝑛𝑑𝑜, 𝑅𝑜𝑡𝑒𝑖𝑟𝑜 𝐻𝑖𝑠𝑡𝑜́𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑒 𝐴𝑛𝑜𝑡𝑎𝑐̧𝑜̃𝑒𝑠 - 𝑀𝑎𝑛𝑜𝑒𝑙 𝐵𝑒𝑙𝑎𝑟𝑚𝑖𝑛𝑜 𝑒 𝑅𝑎𝑛𝑔𝑒𝑙 𝐴𝑙𝑣𝑒𝑠 𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑠𝑡𝑎; 𝐿𝑎𝑚𝑝𝑖𝑎̃𝑜 𝐴𝑙𝑒́𝑚 𝑑𝑎 𝑉𝑒𝑟𝑠𝑎̃𝑜: 𝑀𝑒𝑛𝑡𝑖𝑟𝑎𝑠 𝑒 𝑀𝑖𝑠𝑡𝑒́𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐴𝑛𝑔𝑖𝑐𝑜 - 𝐴𝑙𝑐𝑖𝑛𝑜 𝐴𝑙𝑣𝑒𝑠 𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑠𝑡𝑎; 𝐵𝑙𝑜𝑔 𝑑𝑜 𝑀𝑒𝑛𝑑𝑒𝑠.

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CANGACEIRA ADÍLIA

Por Helton Araújo

Adília, foi companheira do cangaceiro Canário, era irmã do também cangaceiro Delicado e prima de Penedinho, o "caba" que deu fim a vida de seu companheiro.

Adília entrou no cangaço por amor, mas depois viu que seu companheiro era um demônio e o arrependimento foi grande!

Qual sua opinião sobre a cangaceira Adilia?

Aproveitando peço que assistam nosso último vídeo postado no canal com tudo sobre a vida do cangaceiro Peitica. Segue o link abaixo para os interessados.

https://youtu.be/7ks2TvpmxrI?si=I4BtO3yIckXnFxm2

Não esqueçam do like, desde já agradeço

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TÚMULO DO EX-CANGACEIRO ANTÔNIO SILVINO

 Por Emmanuel Abreu


Tá aí, pessoal, fotos tiradas no último dia 2 finados no cemitério Nossa Senhora do Carmo (Monte santo)eu já havia fotografado antes mas estava sem a placa agora Sá pra ver bem a escrita túmulo de Antônio Silvino o rifle de ouro.

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UMA MARIA COM SEIS NOMES

 Por Francisco Alvarenga Rodrigues

Maria Vieira da Soledade, Maria Sulena da Purificação, Maria Vieira do Nascimento, Maria Lopes da Conceição, Maria Santina da Purificação e Maria Lusulina da Purificação. Seis Marias e todas são uma só pessoa, sendo a mais conhecida Maria Lopes da Conceição. Casou muito jovem com um homem pacato, José Ferreira dos Santos e tiveram nove filhos. O terceiro, ficou famoso: Virgolino. Maria Sulena morreu aos 47 anos em Alagoas. Foi enterrada discretamente no Cemitério Santa Cruz do Deserto. Qual delas você gostou mais?




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BISNETA DA EX-CANGACEIRA DULCE MENEZES E NETA DA MARTHA MENEZES.

 Por Martha Menezes

Hoje completa 12 anos que você chegou para trazer alegria aos nossos corações. Parabéns!

Muitos anos de vida, saúde e muito sucesso. Fico feliz quando você diz: “Te amo, vó!

Meu coração transborda de alegria.

Seja muito feliz. De sua vó que muito te ama!


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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

FILHO DE LAMPIÃO E MARIA BONITA

 Por João de Sousa Lima

https://youtu.be/KWHAO-MeXjw?si=2uizjfV_m5S5o9pH

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LIVRO

 Por Kydelmir Dantas

VOCÊ TEM ATÉ AMANHÃ PARA ADQUIRIR O LIVRO COM PREÇO PROMOCIONAL E FRETE GRÁTIS!
Para adquirir o livro SABINO GOMES: O CARCARÁ DE LAMPIÃO (354 páginas), basta fazer um pix no valor de R$ 70,00 para a chave-pix
ffmagra@hotmail.com
Em seguida, enviar o comprovante da transferência, nome e endereço completo para o WhatsApp da autora:
(83) 98142-8365.
O livro será postado nos Correios a partir de 05 de novembro, com frete grátis e preço promocional durante a pré-venda.
PROMOÇÃO VÁLIDA ATÉ 04/11/2024.

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TRAILER OFICIAL DO FILME "REVOADA".

 Port Join

https://www.youtube.com/watch?v=OdeKnmONHNI

Lançamento nacional em São Paulo/SP, no próximo dia 13 de agosto de 2024 no Espaço de Cinema Augusta que fica localizado na Rua Augusta, 1475. Bairro: Cerqueira César.

Sinopse

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LIVRO

 Por Moisés Reis

Nesse novo livro, abordo os processos movidos contra os cangaceiros do grupo de Ângelo Roque, contra Dadá e Volta Seca. Como a justiça se abateu sobre essas pessoas, quais os crimes pelos quais foram acusados, o indulto de Getúlio Vargas e muito mais. No início de 2025 teremos o lançamento. Aguardem.

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CANTOR AGNALDO RAYOL MORREU APÓS QUEDA EM CASA; SAIBA COMO FOI

 Da CNN

Artista tinha 86 anos e faleceu na madrugada desta segunda-feira (4)

A assessoria do cantor Agnaldo Rayol, que morreu nesta segunda-feira aos 86 anos, divulgou, em nota, o que causou a morte do cantor.

Segundo a assessoria, Agnaldo estava em sua casa, no bairro de Santana, zona norte de São Paulo, quando sofreu uma queda, onde bateu a cabeça.

O SAMU foi acionado, levando o cantor para o Hospital Hsanp. Ele estava lúcido e apresentava um corte na cabeça.

Ainda conforme a assessoria, Rayol deu entrada no hospital ainda lúcido, mas não resistiu ao ferimento e faleceu.

A CNN procurou o Hospital Hsanp para saber a causa médica da morte do cantor e aguarda retorno.

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Leia Mais

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Agnaldo Rayol

Agnaldo Rayol ficou conhecido pela voz de barítono e sua participação como cantor e apresentador em diversas atrações da televisão brasileira.

Entre os maiores sucesso do artista, estão suas interpretações de canções italianas, tais como “Mia Gioconda” e “Tormento D’Amore”.

Em nota, a assessoria de imprensa do cantor destacou a trajetória de Rayol:

“Agnaldo Rayol deixa um legado inestimável para a música brasileira, com uma carreira que atravessou décadas e tocou os corações de milhões de fãs. A família agradece as manifestações de carinho e apoio. Informações sobre o velório e cerimônia de despedida serão divulgadas em breve”, diz o comunicado.

Tópicos

 https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/cantor-agnaldo-rayol-morreu-apos-queda-em-casa-saiba-como-foi/

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A INCRÍVEL HISTÓRIA DO EX-CANGACEIRO CAJARANA, O HOMEM DE DUAS FACES.

 Por Rangel Alves da Costa

“Cajarana é nome de fruto que é cajá e que é manga ao mesmo tempo, de casca lisa e fina”, denominação mais que apropriada ao sertanejo que recebeu tal apelido, pois esteve dos dois lados da mesma moeda no tempo do cangaço. Quer dizer, foi cangaceiro e depois caçador de bandoleiros nas caatingas, que tanto conhecia no passo a passo de que lado estivesse.

Seu nome de batismo era Francisco Inácio da Silva, mas comumente conhecido como Chico Inácio. Nasceu enraizado numa afamada e portentosa família do então distrito de Poço Redondo: a Família Vito, trazendo no sangue também laços dos Clemente, família esta de presença constante na história do cangaço em Poço Redondo. Era irmão de João Inácio e outros.

Seu pai era Inácio Vito (irmão de Pedro Vito das Pedras Grandes, de Zefa de Clemente, de Badu e de Canuta de Zé Vicente, dentre outros. A família de Chico Inácio vivia estabelecida na região da atual povoação poço-redondense de Santa Rosa do Ermírio (nas proximidades do Couro e Lagoa Escondida), mas espalhada também além da divisa, principalmente na Ponta da Serra, já adentrando nas terras da baiana Serra Negra (a mesma Serra Negra do Coronel João Maria de Carvalho e do posto de comando da tropa de Zé Rufino).

Pela configuração geográfica, o moço Chico Inácio muito convivia com a presença dos cangaceiros na região da divisa de Sergipe e Bahia, local de passagem costumeira de Lampião e seu bando. E também de soldados das forças volantes. Uma região, pois, insegura e ameaçadora. De qual lado ficar? Muito indagava Chico Inácio. Mas o cangaço era uma demonstração de força e até de proteção, também dizia a si mesmo. Um dia resolveu enveredar no cangaço, e assim fez. Foi aceito e logo recebeu a alcunha de Cajarana.

Mas a vida no Cangaço era mais difícil do que ele imaginava. Segundo relato de Antônio Neto Aboiador (importante membro da família Clemente), um antigo problema numa perna começou a importunar o já cangaceiro Cajarana, principalmente pelo peso dos apetrechos que tinha de carregar. Ficava cada vez mais insuportável conviver nas durezas da caatinga naquela situação. Pensou e pensou no que fazer para sair daquele meio aterrorizante e doloroso.

Como conhecia a fama e o poder do Coronel João Maria de Carvalho e sua influência perante Lampião, não teve dúvidas de que o Coronel da Serra Negra seria sua tábua de salvação. E assim aconteceu, mas não antes que resolvesse fugir. Sua desesperada e agonizante fuga foi de cena cinematográfica. Segundo o referido Antônio Neto, Cajarana se afastou um pouco dizendo que precisava urinar. Uma vez no mato, ficou observando se a cangaceirama se afastava. Ao perceber que já iam muito adiante, então resolveu correr, mesmo com o dolorido na perna.

Quanto mais corria mais olhava pra trás, quando de repente percebeu um cachorro vindo em correria em seu encalço. Lembrou que trazia um pedaço de carne no embornal, então foi cortando o alimento e jogando em direção ao cachorro, que parava para comer, e assim foi se afastando cada vez mais até não se sentir mais perseguido. Em seguida, na mesma correria, foi bater à porta do casebre de um parente que morava na região.

Imaginou que logo os cangaceiros estariam vasculhando por ali à sua procura, mas assim não ocorreu. Já se sentindo em segurança, logo tratou de mandar um recado a seu pai, pedindo que fosse urgentemente procurar o Coronel João Maria para dizer que precisava se entregar. O Coronel da Serra Negra assegurou que nada lhe aconteceria se fosse se entregar, mas que dali em diante passaria a servir a Zé Rufino. Quer dizer, um ex-cangaceiro indo pro outro lado. Sendo Zé Rufino também comandado por João Maria, nenhuma objeção foi imposta ao ex-cangaceiro, tão somente que ao invés de volante, de caçador de cangaceiro, ele seria informante, em virtude do problema na perna.

E assim Chico Inácio, o ex-cangaceiro Cajarana, foi vivendo os seus dias. Não sabia, contudo, que o episódio de sua fuga jamais seria esquecido por Lampião. E assim porque, ao fugir, o então cangaceiro levou consigo as armas e tudo do cangaço que carregava, fato jamais perdoado pelo rei cangaceiro. E Lampião esbravejava: “Ainda quero ver Cajarana como ‘taba’ de pirulito, todo furadinho”.

Assim, pode-se dizer que Chico Inácio teve vida dupla no contexto do Cangaço, vez que primeiro foi cangaceiro e depois se tornou informante da volante. Na vida pessoal, arrumou casamento, mas enviuvou anos após. Casou novamente, e desta feita com Elzira, com quem teve outros filhos, dentre os quais Zé Acrísio, Nélson e Zelino. Com a nova família, Cajarana fixou residência nas proximidades da sede de Serra Negra, na localidade conhecida como Malhada da Onça.

Na Malhada da Onça, o ex-cangaceiro viveu durante cerca de quarenta anos, e onde faleceu. A casa ainda existe e é cuidada por seu sobrinho Augusto Inácio. Nas fotos abaixo, o próprio ex-cangaceiro e o local onde está sepultado no cemitério da Ponta da Serra, na antiga Serra Negra da Bahia. Ao lado da sepultura avista-se o seu filho Nélson e Antônio Neto Aboiador (de camisa escura).

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VALENTIA E CORAGEM DE LAMPIÃO

 Por Leandro Roberto Dos Santos Alves

Muito é comentado sobre a valentia e coragem de Lampião, sobre sua ousadia em enfrentar os inimigos e desafiar rivais. Agora, sem querer desmerecer os fãs do cangaço e do próprio Lampião, vocês acham mesmo que ele era tão valente assim ou se confiava em seus companheiros de grupo? 

Digo isso pois sabemos que Lampião jamais atuou sozinho, e além disso sempre esteve acompanhado de muitos companheiros, que assim como ele, andava sempre bem armados e municiados. Na minha opinião é muito fácil ser valente em tais situações onde você é superior ao oponente. 

Em matéria de coragem e valentia eu me atrevo a dizer que Jesse James e Billy the Kid foram bem mais valentes, pois sempre atuaram sozinhos, sem depender da ajuda de outros companheiros.

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DESTINO CRUEL

 Por Aderbal Nogueira

https://youtu.be/pvw852mb2dI?si=zy3iAEegwGrk7eUP

Nesse vídeo João de Sousa e Petrúcio Luiz gravam no local onde Zé Pretinho foi morto após o combate da Lagoa do Mel e mostra também a casa de Dona Generosa, famosa coiteira de Lampião. Para participar da Expedição Rota do Cangaço entre em contato pelo e-mail: narotadocangaco@gmail.com Seja membro deste canal e ganhe benefícios:    / @cangacoaderbalnogueira   Parcerias: narotadocangaco@gmail.com #lampiao #cangaço #maria bonita #cangaceiros

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domingo, 3 de novembro de 2024

QUEM FOTOGRAFOU E FILMOU BENJAMIM ABRAÃO BOTO COM LAMPIÃO E MARIA BONITA?

Por Antônio Corrêa Sobrinho

Leio vez ou outra a afirmação de que as fotos e imagens em movimento em que o libanês Benjamim Abraão Boto aparece juntamente com Lampião, Maria Bonita e o grupo de bandoleiros foram registradas por um dos cangaceiros do grupo.

Benjamin Abraão, Maria Bonita e Lampião

A postagem do Diário de Pernambuco, de 16/01/1937, “LAMPIÃO VAI APARECER NUM FILME CINEMATOGRÁFICO", responde a indagação.

Diz assim a nota: "Na fotografia, o famoso bandoleiro aparece ao lado de sua companheira e daquele cinematografista, numa pose batida pelo ajudante deste último, nas caatingas do Sertão."

"AJUDANTE DESTE ÚLTIMO", diz assim o jornal. Podemos, então, com base nesta informação, primeiro, dizer que Boto não se valeu da ajuda técnica de nenhum cangaceiro, e, segundo, por indução, concluir que o ambicioso aventureiro Benjamim Boto não andava desacompanhado à cata de Lampião. Isso nunca me pareceu plausível, um cinegrafista e seus vários equipamentos de trabalho (máquinas, lentes e outros instrumentos), inda mais que sabemos que foi coisa grande e bem produzida a obra do gringo, aventureiro e ambicioso cineasta. Uma equipe mínima que tenha sido se fez necessária. Vá lá que composta apenas pelo turco e o inominado ajudante, para eu não afirmar sem amparo.

Quem teria sido este auxiliar? Alguém da Aba Filmes, de Fortaleza?

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sábado, 2 de novembro de 2024

HERÓIS E BANDIDOS

Beto Rueda

A existência de grupos armados que agiam violentamente no interior do Brasil tem raízes nos confins de nossa história política e social. Também vêm de longe escritos que relatam e analisam as ações desses bandidos país afora. Os romances brasileiros desde o séc. XIX retrataram fartamente essa figura típica dos interiores brasileiros. Um bom exemplo é um romance do cearense Franklin Távora (1842-1888) publicado em 1876. O Cabeleira narra a história de dois bandidos do sertão que viveram no séc. XVIII.

Mas a partir das primeiras décadas do século XX que as obras sobre os bandidos do sertão se multiplicariam, época em que também se intensificou a atuação dos cangaceiros.

Em 1917, o político e escritor cearense Gustavo Barroso (1888-1959) publicou Heróis e Bandidos, uma das obras mais importantes da época sobre o tema.

Gustavo Barroso atuou intensamente no jornalismo, política e diplomacia brasileira. Sua carreira de escritor exerceu nas mais diversas modalidades. Com mais de cem títulos, publicou ficção, ensaio, poesia; livros de história, crítica, política, folclore entre outros temas. Foi membro da Academia Brasileira de Letras, nacionalista convicto, antissemita declarado e militante e divulgador do integralismo, doutrina política de extrema direita inspirada no catolicismo conservador e no fascismo europeu.

REFERÊNCIAS:

BARROSO, Gustavo. Heróis e Bandidos: os cangaceiros do Nordeste. Fortaleza: ABC, 2012.

CARDOSO, João. Heróis e bandidos. < http:// blog.bbm.usp.br/2015/herois-e-bandidos/ >. Acesso em 25 out.2024.

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SERTÃO ORNAMENTAL

 Clerisvaldo B. Chagas, 31 de outubro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.139

A história se repete no Sertão quando se aproxima o Natal, descrito tantas vezes neste espaço. Quase todas as árvores sertanejas prestam tributo ao Criador dos Mundos.  Arbustos, cactáceas, árvores, arvoretas e gramíneas enfeitam parte do sertão diante dos olhos dos animais selvagens, domésticos e do ser humano. É o mandacaru, o facheiro, a coroa-de-frade, a favela, o alastrado o rabo-de-raposa, as margaridas do campo, o pereiro, o jasmim, a craibeira... E vamos nos deleitando com as variadas flores que surgem isolada ou não nas trilhas, nas veredas, nos caminhos, nas baixadas, nos cocurutos dos serrotes, nas beiras das lagoas. Em muitas dessas vezes nos sentimos pequenos, mínimos, sumidos, diante da grandeza da flora e sua homenagem ao Senhor Jesus e às suas criaturas.

CRAIBEIRA NA ANTIGA ESCOLA HELENA BRAGA. FILHA AO LADO QUERENDO FLORAR. (FOTO: B. CHAGAS).

E vamos terminando o mês de outubro numa primavera típica: dias ensolarados e quentes, noites úmidas e ventos frios nos conduzindo para novembro que às vezes nos brinda com trovoadas, primeiras. E como não temos mar, vamos marcando presença nos açudes, nas represas, nas praias do “Velho Chico” em Piranhas, Pão de Açúcar e se aventurando para as bandas de Belo Monte, Olho d’Água do Casado, Delmiro Gouveia...  Novembro, o mês tradicional dos ventos por aqui, há muito os antecipou e ainda continuamos vivendo essa realidade.  E se as matas, no geral ficam crestadas, pontos isolados da caatinga destacam-se com seus preciosos ornamentos ao viajor de olhares perscrutadores.

É por isso que também na paisagem urbana, vamos nos surpreendendo com as maquiagens das nossas damas representativas como a craibeira que surge por cima dos quintais nos pátios de escolas tais como A Francisco Correia e a antiga Helena Braga, já tem adolescente com mais de 15 metros de altura. Lançar um olhar de aprendizado aos vegetais neste período é prazeroso e cultural onde aprendemos com a Natureza a resistir, a acreditar, a ornar a alma e fortificar as virtudes. A aproximação do final de ano é mais um motivo de reflexão, na igreja, no quarto, na varanda, no alpendre, na rede...  Pois, como nos foi ensinado no catecismo da Igreja Matriz de Senhora Santana: “Deus está aqui, aqui, aqui, ali, em todos os lugares”, mas você é quem decide se quer se encontrar com Ele.

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PLANETA MERCÚRIO

 Por Átila Matias

Mercúrio é o menor planeta do Sistema Solar e o que está mais próximo do Sol.

Mercúrio é considerado o menor planeta do Sistema Solar desde o rebaixamento de Plutão a planeta anão. A proximidade de Mercúrio com o Sol (é o planeta mais próximo dessa estrela) torna o desenvolvimento da vida nesse planeta bastante difícil, pois há altas e baixas temperaturas, instabilidades climáticas, atmosfera fraca e uma superfície escura, talvez devido à presença de grafite ou mesmo pelas altas temperaturas, que “carbonizam” as paisagens.

Mesmo com todas as adversidades, é um planeta intrigante e que chama a atenção dos astrônomos por conter água, tanto em estado sólido quanto líquido (em menores quantidades).

Leia também: Por que não sentimos a Terra girar?

Mercúrio é um planeta que possui a superfície escura.

Tópicos deste artigo

1 - Dados gerais de Mercúrio

2 - Características de Mercúrio

3 - Mercúrio na cultura

4 - Curiosidades sobre Mercúrio

5 - Exercícios resolvidos

Dados gerais de Mercúrio

Diâmetro equatorial: 4.879 quilômetros.

Área da superfície: 7,5 x 107 km².

Massa: 3.302×1023 kg (330 bilhões de bilhões de toneladas).

Distância do Sol: 57.910.000 de quilômetros.

Satélite natural: não possui.

Período de rotação: aproximadamente 59 dias.

Período de translação: aproximadamente 88 dias.

Temperatura média: devido à alta variação térmica, o planeta possui uma temperatura média de 179 ºC.

Composição atmosférica: por estar tão próximo do Sol, a atmosfera de Mercúrio é bem instável e fraca, se comparada com a da Terra. Em geral, possui gases como héliosódio e oxigênio, com predomínio dos dois primeiros.

Características de Mercúrio

Graças às duas sondas espaciais que visitaram Mercúrio nas últimas décadas (Mariner, nos anos 1970, e Messenger, em 2011), muito já se sabe sobre Mercúrio, mas ainda há muito o que se explicar e várias perguntas sem respostas, muitas com suposições e estimativas. Tal mistério é perfeitamente aceitável, haja vista a dificuldade de acessar o planeta, que conta com instabilidades climáticas, baixas e altas temperaturas e uma órbita peculiar.

A órbita de Mercúrio, por exemplo, é uma das menos circulares do Sistema Solar. Durante o periélio, o planeta chega a uma distância do Sol de 47 milhões de quilômetros. Já no afélio, essa distância atinge 70 milhões de quilômetros.

Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol.

Mercúrio é um planeta que não possui uma inclinação semelhante à da Terra. Sem essa inclinação e com uma translação curta, não há existência de estações do ano. Essa baixa inclinação explica também o gelo encontrado nas crateras desse planeta. Segundo os estudos da sonda Messenger, o fato de não estar bem inclinado em relação ao Sol faz com que a iluminação não atinja o fundo das crateras, possibilitando a formação de gelo durante a noite.

Sua composição atmosférica é instável e fraca quando comparada com a nossa. A proximidade com o Sol faz com que Mercúrio sofra com os ventos solares, dificultando a presença de atmosfera, satélites naturais e anéis. Com isso, o planeta é suscetível aos meteoros, que constantemente se chocam com o planeta, abrindo enormes crateras.

A estrutura física de Mercúrio também chama a atenção. Os estudos das sondas indicam que o núcleo do planeta seja maior do que o da Terra, correspondendo a 75% de Mercúrio. Isso é bem desproporcional, haja vista que se trata do menor planeta do Sistema Solar, mas com um núcleo de quase 4000 quilômetros de diâmetro.

Uma das possíveis explicações é que Mercúrio era um planeta enorme, localizado bem distante de onde está hoje, há bilhões de anos. Com seu movimento orbital, foi sendo transportado para próximo do Sol. Durante esse “transporte”, choques com outros corpos celestes afetaram sua estrutura, diminuindo sua massa rochosa. Esse passado turbulento também pode ajudar a explicar a densidade de Mercúrio, que é o segundo planeta mais denso do Sistema Solar, atrás apenas da Terra.

Em 2018, uma terceira sonda espacial partiu em busca de mais respostas sobre Mercúrio, a sonda BepiColombo, cuja parceria se deu entre a agência espacial europeia ESA e a agência japonesa JAXA. A expectativa é conhecer ainda mais o menor planeta do Sistema Solar.

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Mercúrio na cultura

O nome do planeta está relacionado às culturas mitológicas grega e romana. Segundo esses dois povos, Hermes (para os gregos) e Mercúrio (para os romanos) são considerados os deuses dos mensageiros, atuando de forma rápida na comunicação entre os povos.

Como a sua órbita atinge até 180 mil km/hora, o planeta recebeu esse nome, pois tem um movimento muito rápido no Universo.

Na astrologia, Mercúrio é considerado o planeta do signo de Gêmeos, que está ligado, por sua vez, à comunicação e à inteligência, algo típico de um deus mensageiro.

Nos nomes dos dias da semana, a quarta-feira é um dia dedicado ao planeta. Para os romanos e gregos, esse era o dia do deus mensageiro. Nesse dia, atividades comerciais e viagens são facilitadas na crença mitológica, daí o nome Miércoles (em espanhol) ou Mercoledì (em italiano). Ambos os nomes significam “Dia de Mercúrio”.

Curiosidades sobre Mercúrio

Seu nome deriva do deus Mercúrio, o deus mensageiro da mitologia romana.

As primeiras observações com telescópio datam de 1610, e Galileu Galilei fez as primeiras constatações.

Um dia em Mercúrio dura 59 dias na Terra.

Um ano em Mercúrio dura 88 dias na Terra.

A velocidade de rotação de Mercúrio pode atingir 180 mil km/hora.

Mesmo estando próximo do Sol, sondas espaciais encontraram gelo em Mercúrio.

As temperaturas no planeta podem atingir 420 ºC de máxima e -173 ºC de mínima, sendo o planeta com a maior oscilação térmica do Sistema Solar.

Devido a sua fraca atmosfera, Mercúrio é bem suscetível a choques com meteoros, meteoritos e cometas. Dessa forma, é o planeta com a maior quantidade de crateras entre os oito do Sistema Solar.

Em toda a história espacial, três sondas já visitaram Mercúrio: Mariner 10, em 1975; Messenger, em 2004; e BepiColombo, em 2018. Os anos citados foram os anos em que as sondas saíram da Terra.

O núcleo do planeta ocupa 75% de toda a sua massa.

Uma viagem da Terra até Mercúrio levaria, em média, 7 anos.

Não há indícios de placas tectônicas em Mercúrio.

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Exercícios resolvidos

Questão 1 – (UEPG 2010 - adaptada) Sobre o Sistema Solar, seus astros componentes e os movimentos desses astros, assinale V para o que for verdadeiro e F para o que for falso.

I – ( ) Os planetas, quanto mais distantes do Sol, mais rapidamente descrevem o seu movimento de translação, enquanto os mais próximos do Sol mais vagarosamente descrevem as suas órbitas.

II – ( ) Todos os planetas do Sistema Solar possuem movimentos de rotação, sendo que uns giram muito lentamente em torno de seu eixo, a exemplo de Júpiter, e outros giram rapidamente, a exemplo de Vênus. Todos eles praticam sua rotação no mesmo sentido, de oeste para leste.

III – ( ) Júpiter, Saturno, Urano e Netuno são os planetas gigantes do sistema e são de constituição gasosa. São considerados planetas exteriores, pois orbitam o Sol além do cinturão de asteroides.

IV – ( ) Plutão deixou de ser considerado um planeta dos nove que compunham o Sistema Solar e passou à categoria de planeta anão.

V – ( ) Mercúrio, Vênus, Terra e Marte são planetas sólidos, de constituição rochosa e, por isso, denominados planetas terrestres. São considerados, ainda, planetas interiores, pois suas órbitas se localizam aquém do cinturão de asteroides.

A ordem correta, de cima para baixo, é:

A) F F V V V

B) F V F V V

C) V V F F V

D) V F V F F

Resolução

Alternativa A.

I – F – Quanto mais distantes do Sol, maior será o tempo gasto para um planeta completar sua translação.

II – F – Nem todos os planetas têm sua rotação no mesmo sentido que a Terra. Vênus, por exemplo, gira ao contrário.

III – V

IV – V

V – V

Questão 2 – No Universo, muitos planetas possuem satélites naturais que giram ao seu redor, ou seja, que os orbitam. É o caso do planeta Terra, que possui a Lua como satélite natural. Dentre os planetas do Sistema Solar, aqueles que não possuem satélites naturais girando ao seu redor são:

A) Vênus e Marte.

B) Urano e Netuno.

C) Mercúrio e Vênus.

D) Mercúrio e Netuno.

Resolução

Alternativa C. Por estarem mais próximos do Sol, Mercúrio e Vênus não possuem satélites naturais devido às tempestades solares, que impedem a presença orbital desses corpos celestes.

Átila Matias
Professor de Geografia

 https://brasilescola.uol.com.br/geografia/mercurio-1.htm

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