Clerisvado B. Chagas, 25 de novembro de 2025
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica; 3.316
Eu já tinha vivido algumas experiências no Ginásio Santana, mas ainda não tinha vista um desafio à rigidez da direção. Éramos uma turma de 52 alunos, na maior sala da Escola, a primeira à direita de quem entra no Estabelecimento, com janelas de vidros para à rua. Foi, então, que chegou um aluno novato vindo da zona rural. Rapazinho mais velho e mais comprido do que eu. Tudo bem, tudo normal, mas quando foi na hora da chamada que o professor citou o nome do novato com o número 24, o cabra “deu uma popa” que ecoou em toda a sala silenciosa. Levantou-se e protestou: “O quê? 24? Não aceito não senhor. Ou muda meu número agora ou vou-me embora desta Escola”. Não adiantou nenhum tipo de panos quentes, pois o rapaz, criado na moral da roça estava irredutível. O caso foi parar na Diretoria, a escola baixou a cabeça e o número do novato foi mudado.
E a gente passa pela antiga Praça da Bandeira (atualmente Adelson Isaac de Miranda) e ainda pode contemplar a imponência do antigo casarão, completamente conservado. Nome antigo substituído, mas continuando como escola. O casarão faz parte do trio arquitetônico do Monumento (Bairro do Monumento), com o Tênis Clube Santanense e o antigo Grupo Padre Francisco Correia. E do trio, somente o Tênis Clube encerrou sua missão social e, segundo comentários, cerrou suas portas, assim como a Associação Atlética Banco do Brasil. A pergunta agora é como serão aproveitados ambos os casarões?
Já existe livro que conta a história de Ginásio Santana, mas nada existe sobre a trajetória da Associação Banco do Brasil e nem do Tênis Clube. Cabe aos intelectuais do Banco a missão de narrar em livro, nascimento, vida e morte do clube que fez parte de uma época de ouro de Santana do Ipanema. E sobre o Tênis clube, de onde sairá os registros das suas peripécias? Seus diretores, seus secretários, poderiam contar do começo ao fim a vida do clube. E se assim não acontecer ficará capenga uma página da história santanense. E o DNER? E o DNOCS? E o padre Bulhões? Páginas preciosas que se tornaram apenas retalhos de narrativas nas bocas de fontes envelhecidas.
TRISTE DE QUEM MORRE E NÃO VAI PARA O CÉU.
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